REGIÃO – Desafiador, mas necessário, não importa o trajeto que vier pela frente e condições das estradas, os recenseadores do IBGE estão visitando cada ‘rincão’ deste país e na região não é diferente. A zona rural está sendo mapeada e nenhum local, sítio ou fazenda ficará de fora das visitas.
Conforme informações do Escritório Regional do IBGE de Canela, em 2010, 3.398 pessoas residiam nas oito localidades, consideradas zonas rural no município e Gramado, das 14, 3.260 era a população.
Todas as regiões, incluída a área urbana já foram visitadas, porém como o recenseador não encontrou moradores em casa, uma nova vistoria está sendo realizada. Nesta semana, a reportagem do Jornal Integração acompanhou o trabalho da recenseadora Soane Chaves Araújo Gomes e de José Roberto de Santana Gomes, coordenador Censitário de Subárea. O casal de recenseadores realizou um verdadeiro ‘pente fino’, na localidade da Linha Carahá, em Gramado.
O trajeto iniciou na região onde nesta semana foi concluído o asfalto. Em frente a Sociedade São Gotardo, o primeiro da tarde de terça-feira (20) a ser visitado foi o motorista Jaime Bérgamo. A receptividade iniciou com o cachorro ‘Chocolate’ dando as boas vindas, latindo, mas sem causar perigo para quem chegava na residência.

“Para nós é muito bom, pois estão colocando a zona rural no mapeamento em todos os lugares. O trabalho deles [IBGE] é muito bem executado, são simpáticos, atenciosos e importante que estamos sendo registrados e para os governos saberem onde tem problemas e fazer os investimentos futuros”, disse Bérgamo.
Também recepcionando de forma simpática, Dalene Maria Bérgamo da Silva contribuiu com a entrevista e ressaltou que a população também colabore. “Muito importante o trabalho do IBGE, principalmente pelo fato de saber quantos moradores moram em todos municípios, zona rural e não só no Centro, as pessoas tem que contribuir com os recenseadores”, destacou.

Quase no fim do roteiro, próximo da divisa com Três Coroas, o jovem Guilherme Miranda Pereira recebeu os profissionais do IBGE na área de sua casa. Com uma bandeira do Rio Grande do Sul estendida na parte superior, ressaltou a importância da pesquisa realizada, pois pode servir de auxílio para os gestores públicos em efetuar investimentos em áreas necessárias. “Muito bom este mapeamento, as pessoas nos visitarem e conhecer a nossa realidade, bom para os governos saberem também o que precisamos”, descreveu.

Desafiador e gratificante
Percorrer grandes distâncias na zona rural é um desafio para o IBGE fazer um panorama completo. E de forma minuciosa, onde tem estrada, viela, corredor e mesmo que o mato é mais visível que a estrada é vistoriada pelos recenseadores.
Em algumas oportunidades, o roteiro se encerra no período da noite. Além das belezas naturais, dentro da camionete Mitsubishi os profissionais carregam água, garrafa térmica com café, bolachas, além de frutas caídas na estrada que servem de reforço para o casal de recenseadores seguir o trajeto. José Roberto mencionou do desafio de percorrer longas distâncias e naqueles locais onde não encontraram moradores na primeira visita, está sendo retomadas com previsão de término do censo para janeiro.
“Sem dúvidas o grande desafio da zona rural são as longas distâncias, é praticamente impossível se deslocar a pé, isso torna a coleta um pouco mais demorada nessas áreas. O recenseador acaba perdendo um pouco de tempo nos deslocamentos e isso é algo que não podemos desperdiçar em uma operação censitária. A coleta do Censo Demográfico nessas áreas está chegando na reta final tanto em Canela como em Gramado. Até o final de dezembro todos os domicílios do interior terão recebidos pelo menos uma visita do recenseador, restando apenas aqueles moradores que não estavam em casa na primeira visita, esse serão visitados em janeiro”, prevê.
Nas visitas, palmas e o tradicional ‘oh de casa’, menção imortalizada na música dos Irmãos Bertussi, faz parte dos avisos da recenseadora Soane Chaves Araújo Gomes, quando chega nas propriedades para iniciar o censo. Ela destacou a receptividade dos moradores da zona rural e confidenciou que em muitos casos serve também como ouvidora das famílias.
“Apesar do receio de alguns moradores a receptividade na zona rural é bem diferente da área urbana, assim que elas percebem que se trata de profissionais do IBGE são muito receptivas, nos convidam para entrar, oferecem água, suco. Em muitos casos acabam contando um pouco de suas vidas, suas histórias e isso é muito bom tanto para os moradores que encontram em nós um ouvido atento, quanto para nós, pois nosso trabalho se torna mais dinâmico e agradável”, revelou Soane.

Saiba mais
Caso você não recebeu a visita do recenseador ou não estava em casa no momento da coleta de dados, entrar em contato pelo telefone: (54) 3282.2148, para receber mais informações.