REGIÃO – As intensas chuvas causaram inúmeros transtornos. Em Gramado, o caso mais grave foi na rua Emilio Leobet. Na noite de quarta-feira (22), por volta de 20h30, um deslizamento de terras interrompeu o fluxo de veículos pela Emilio Leobet, no bairro Dutra.
Na manhã desta quinta-feira (23), foi permitido o trânsito por alguns momentos, mas logo nas primeiras horas da manhã a Secretaria de Obras bloqueou tudo por conta do risco de novos deslizamentos no local.
“Estamos monitorando a encosta, atuando agora na desobstrução dos caminhos originais da água que desce aqui. Foi muita chuva, e está chovendo há bastante tempo, então o solo não tem mais capacidade de absorver tanta água, o solo está encharcado, então quando o solo está encharcado e chove torrencialmente como ontem de noite, acontece isso, não tem como evitar. E essa encosta aqui está muito instável”, explicou o secretário de Obras de Gramado, Rafael Ronsoni.
Nesta quinta-feira este é o ponto mais crítico em Gramado e a via não deve ser liberada hoje. Os trabalhos se concentram em limpar a via, retirando galhos e lama, desobstruir os caminhos da água e monitorar a possibilidade de novos deslizamentos para, se for necessário, atuar na contenção da encosta.

Outros deslizamentos
O secretário também informou que existem outras duas estradas bloqueadas nesta manhã. A estrada da Linha Ávila Baixa está totalmente bloqueada por causa de um deslizamento. Conforme a Secretaria de Obras, que está no local fazendo a limpeza, o fluxo de veículos deve ser liberado durante a tarde.
A Estrada para a Linha Moreira, no acesso pela Sociedade São Luiz, também está bloqueada por conta de um deslizamento. Servidores da Secretaria de Obras estão atuando para liberar o trânsito durante o dia.
Defesa Civil
“Estamos à disposição da comunidade, fazendo de tudo para atender o mais rápido possível a todos e para manter a segurança das famílias”, disse a secretária de Cidadania, Assistência Social e Defesa Civil, Vera Simão.
Emater
Em Gramado, para os agricultores o problema é o excesso de água no solo que prejudica especialmente o cultivo de hortaliças, desenvolvimento de pastagens e a colheita de milho. “Ocasiões como desta madruga provocam muita perda de solo pelo escorrimento superficial em áreas declivosas como de nosso município. Geralmente o solo é levado pelas fortes chuvas até os rios e arroios, o que provoca o assoreamento destes”, explicou a engenheira Agrônoma e extensionista da Emater/RS-Ascar, Janete Basso Costa. “O excesso de chuvas desde meados de abril até agora tem prejudicado bastantes o cultivo de morango. As estradas do interior também foram prejudicadas, seja asfáltica ou de chão, pela abertura de buracos e deslizamentos que obstruíram valetas nas margens das estradas”, afirmou Janete.
Canelenses registram estragos provocados por chuva e vento
Moradores registraram em suas redes sociais alguns estragos provocados pelas fortes chuvas e ventos, na noite de quarta-feira (22) e madrugada de quinta (23). Um dos casos é de uma árvore que caiu na esquina da rua João Pessoa, com a Severino Travi, próximo ao Dia pós Dia, em frente ao antigo Bar do Rinhadeiro, que danificou a rede elétrica e parte dos muros de duas residências.
Outra situação relatada por canelenses foi referente a queda de luz no bairro Palace Hotel. “Por volta de 19h30 a luz ficou em meia fase. Estava chovendo muito. As lâmpadas ficavam piscando. A luz não tinha força. Faltou luz perto das 21h. Foi na rua Paraíba que um fio caiu no pátio do vizinho e começou a pegar fogo. Por conta disso o bairro todo ficou sem luz até o meio da madrugada”, falou a canelense Renata Daiane.
Zona rural
Conforme o chefe do Escritório Municipal da Emater de Canela, Alexandre Meneguzzo, a precipitação de chuvas no município chegou a 110 milímetros e apesar da intensidade, acaba repondo os mananciais, principalmente os subterrâneos, que foram afetados pela longa seca do verão passado.
“O cuidado com as drenagens e a limpeza de valetas, escoadouros é muito importante para evitar danos a estradas, vias de acesso e açudes. Importante também é dizer que, dada a instabilidade de chuvas verificadas nos últimos anos, orienta-se os agricultores a construírem açudes e cisternas para a armazenagem da água abundante no inverno para os períodos mais secos do verão. Neste período do ano, os solos de cultivo estão cobertos em geral por pastagens, o que diminui os efeitos da erosão causada pela intensidade das chuvas. A Emater está à disposição para as orientações necessárias”, disse.
Remoção de árvores e de quedas de barreiras
A Secretaria de Obras, Agricultura e Serviços Urbanos, mobilizou equipes na manhã de quinta-feira (23) para atuar em alguns pontos. Nenhuma ocorrência teve maior gravidade e os principais problemas envolveram quedas de barreiras e árvores. Na Rota Panorâmica, que liga os municípios de Canela e Três Coroas, ocorreram três quedas de barreiras. Máquinas e servidores estiveram no local, realizaram a limpeza da via, mas um trecho próximo ao entroncamento com a Estrada das Amoreiras segue interditado para o tráfego de veículos.
Já na localidade de Amoreiras, os trabalhos ficaram concentrados na remoção de ao menos cinco árvores que caíram sobre a pista. “Pedimos muita atenção por parte dos moradores e daquelas pessoas que utilizam as estradas do interior. Foi muita chuva em pouco tempo e o solo continua bastante encharcado, oferecendo riscos em determinados trechos”, alerta o secretário de Obras, Marcelo Savi.

Lonas para duas residências
A Secretaria de Assistência Social também foi acionada para atendimentos, mas em ocorrências sem gravidade. Devido ao grande volume de água da chuva duas famílias precisaram de lonas para evitar prejuízos no interior das residências. Conforme o secretário Artur Pacheco, as casas ficam localizadas no Loteamento Edgar Haack e no bairro Sesi.
Defesa Civil
Defesa Civil de Canela – 193 (Corpo de Bombeiros)
Defesa Civil de Gramado – (54) 99629.6160
Texto: Lucas Brito – [email protected]