CANELA – Prudência ou exagero? Essa é a pergunta que mais circula na comunidade quando um indivíduo é baleado em uma abordagem policial. Desta vez, a ocorrência que trouxe à tona a discussão ocorreu na rua Augusto Pestana, área central do município. A Brigada Militar (BM) foi chamada no local para averiguar um acidente, onde um indivíduo teria se chocado contra um veículo estacionado. De acordo com as testemunhas, após o sinistro ele estaria destruindo o próprio carro.
Os policiais se depararam com um jovem de 18 anos, abalado, que se recusava a largar um facão. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o policial pedindo inúmeras vezes para que o rapaz solte a arma. Inclusive, o agente fala “solta no chão, é só soltar. Fica tranquilo, não vai acontecer nada”. Em seguida, ele se dirige na direção do policial que efetua o disparo na perna do indivíduo.
O capitão da Brigada Militar de Canela, Ubirajara da Rocha Dill, conversou com a reportagem do Jornal Integração e destacou que a ação do policial foi técnica e executada com firmeza, lembrando que a via em que ocorreu a ocorrência é de grande tráfego de pessoas e carros.
“Ele decidiu, por óbvio, e que pode ser observado, que ele determinou quatro ou cinco vezes que o indivíduo largasse o facão. Ficou nítido que ele não tinha a pré disposição de largar a arma. O colega utilizou a pistola, desde o início, em guarda baixa. Podem observar que foi da cintura para baixo. No momento que o rapaz esboçou reação, indo em direção a ele, o policial efetuou o tiro. O policial agiu dentro da técnica, com firmeza e incapacitou o rapaz de fazer alguma coisa”, descreveu
O capitão Dill reforçou que muitas pessoas transitavam no local durante a abordagem e que a tomada de decisão do policial militar foi prudente já que agiu em legítima defesa e também mantendo a segurança de todos os civis.
“É legitima defesa dele e dos transeuntes que circulavam pelo local. Não temos condições de avaliar se o indivíduo, em surto, pode partir pra cima do agente ou se ele vai se virar e sair correndo entre os civis. Uma arma branca, seja uma faca, facão ou qualquer outra lâmina pode causar um estrago muito grande. O disparo de arma de fogo é o último recurso. É extremo, pois colocamos a vida de uma pessoa em risco. As guarnições utilizam arma de porte e uma arma de menor potencial ofensivo, como bastões ou spark (pistola de energia), que incapacita a pessoa. No caso do colega que efetuou o disparo, ele faz parte da primeira guarnição que chegou ao local. Nós tínhamos outras guarnições que estavam portando equipamentos de menor potencial ofensivo. Mas, veja bem, o caso ocorreu em uma área central, bastante movimentada por transeuntes, que trafegavam na área, inclusive, no momento da abordagem, situação que não é percebida no vídeo”, comentou.
O rapaz não corre risco de morte. A munição, de acordo com a BM, transfixou a coxa. “Ele,imediatamente, recebeu o socorro pré-hospitalar com um torniquete e estancou o sangue, deslocando para o Hospital de Caridade de Canela”, finalizou Dill.
O Jornal Integração apurou que o jovem está bem, inclusive, já voltou a caminhar normalmente, mas ainda precisa de curativos e do uso de medicamentos. A identificação do indivíduo não foi fornecida por conta da Lei de Abuso de Autoridade.