CANELA – O Centro Municipal de Proteção dos Animais de Canela (Cempra), inaugurado em abril de 2021, conta com 26 baias, área de inserção social para os cães, almoxarifado, passeador, além de uma sala clínica, onde uma veterinária está lotada para atender os animaizinhos. Atualmente, 65 cães estão abrigados no local, que tem um custo mensal de R$ 50 mil.
Uma informação pegou a comunidade de surpresa nesta semana. Afinal, o Cempra está desativado? A reportagem do Jornal Integração foi verificar e trata-se de uma informação equivocada. O tema foi apresentado pelo vereador Jerônimo Terra Rolim (PDT), na Câmara de Vereadores, na segunda-feira (4).
De acordo com o parlamentar, uma contribuinte denunciou a suposta interrupção das atividades, após ela procurar o Cempra para resgate de um cachorro em vulnerabilidade e ser informada, por meio de uma mensagem de texto, que o local estava desativado. “Como assim desativaram o Canil Municipal sem conversar com a comunidade? Estão de brincadeira”, explanou o vereador.
A reportagem procurou o secretário de Meio Ambiente, Alfredo Schaffer, para esclarecer a situação.“Foi uma mensagem equivocada de um servidor da fiscalização. Estamos apurando internamente quem deu essa informação. Temos um print que comprova que essa informação foi repassada. O Cempra nunca esteve desativado”, explicou.
Alfredo finalizou o assunto, dando credibilidade à equipe e ao trabalho. “O que me chateia não é comigo ou meu trabalho como secretário, mas com o Altair (responsável pelo Cempra) e a equipe dele. Esses caras estão trabalhando demais aqui”, completou.
“Venham conhecer o Cempra e os animais”
O convite foi feito por Schaffer que aproveitou para destacar o trabalho da equipe e a importância de Canela ter um Centro de Proteção para atender os animais. Ele também aproveitou para promover as campanhas de adoção. Ele lembrou que a Prefeitura aceita doações de ração.
“É importante termos uma estrutura do município para atender os animais. É um serviço que oferecemos de pegar estes animais, tratá-los, castrá-los e, posteriormente, levarmos para a adoção. Muitas vezes a comunidade nem sabe que nós (município) temos essa estrutura, nem onde é. É importante fazer esse convite: Venham conhecer os animais e o Cempra. Dar carinho para eles, vi aqui passear. Toda e qualquer ajuda é bem vinda. Há a possibilidade do interesse em um animal e a vontade de levá-lo para casa. É um problema de todos a questão animal”, destaca Schaffer
O secretário explicou que nem todos os animais podem ser recolhidos, mas exceções são abertas de acordo com a avaliação do caso. Ele destacou a grande quantidade de filhotes que são abandonados e a questão dos cães comunitários.
“Pela lei, recolhemos apenas animais em situação de maus tratos. Por exemplo, os cachorros comunitários não se recolhe, mas podemos pegá-los, castrá-los e devolvemos para o local. Mas, acontece que muitos filhotes são abandonados, como não vamos recolher? Tem que recolher. Esses dias encontramos um cachorro com um porco espinho no nariz, temos que ajudar ele”, descreveu. A lei citada por Schaffer é a Municipal 4.569/2021.
Para atender a demanda, mais seis baias foram construídas recentemente, totalizando 26. Cada um delas possui bebedouro automático, comedouro, espaço para banho de sol e cobertura. “Se for para resgatarmos todos os dias não teremos estrutura. Por isso estamos focando nas campanhas de adoção. Eles não têm que morar aqui, mas vir na veterinária, receber tratamento, ser feito o registro e promover as adoções”, sublinhou ele, acrescentando que a área conta com 586 m² cercados e vai receber expansões.
A equipe do Centro lembrou que não são feitas castrações no local, mas pequenos procedimentos e medicações. As castrações são feitas por meio da Vigilância Sanitária.
O responsável pelo Cempra, Altair Tomazelli, salientou que a população mudou a visão sobre o local e passou a entender a verdadeira funcionalidade. Ele revelou que muitos cães estão ganhando novos lares, independente da idade.
“Está dando certo e o mais importante de tudo é que isso era visto como um depósito de animais e agora elas estão vendo com outros olhos. As pessoas estão adotando, conseguimos na feira de adoção no final de semana doar sete filhotes. Vários animais adultos já estão na iminência de ser adotados, só falta a papelada. Estamos fazendo um bom trabalho na rua ajudando animais que estão sofrendo”, sublinhou
Tomazelli foi o idealizador das feiras de adoção que ocorrem uma vez por mês aos finais de semana. A mais recente ocorreu sábado (2) e fez parte da programação da Semana do Meio Ambiente de Canela.
O Instituto Piracema está auxiliando a Prefeitura no certame. A entidade é especializada e defende a proteção ambiental e animal e busca por meio de pesquisas e fomento de políticas públicas trazer evoluções a causa.
“A estrutura física é boa, tem funcionários, mas está ficando deficitária por isso está recebendo ampliações. O ideal é que não acontecessem essas situações (abandonos e maus tratos). Seria preciso trabalhar com campanhas públicas para ofertar esterilizações. As estruturas destes tipos de locais sempre serão insuficientes pela aumenta da demanda exponencial. Teríamos que trabalhar a guarda responsável. Estamos sempre pensando em ampliações, mas também temos que trabalhar nas outras pontas”, projetou a vice-presidente, Selma Petterle.
O instituto tem um contrato com a Prefeitura, por meio de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), para reestruturação da Secretaria do Meio Ambiente. A entidade analisará e deverá trazer ideias para montar uma política definitiva na causa animal, em Canela, para que o Executivo possa seguir um caminho, independendo de que pessoa ou partido esteja no comando.
“Em relação à política animal, temos uma proposta para fazer uma análise do certame e trazer soluções alternativas de políticas e estruturas para que a cidade possa, efetivamente, ter, não somente estruturas, mas que possa ter um plano definitivo, independente de quem esteja a frente da Prefeitura, como uma política de estado na questão do bem estar animal, não só para os cães”, explicou Andrea, que é membro do Conselho Fiscal do Instituto.











