REGIÃO – 112 troféus, mais de 150 rodeios e muito amor pelo gauchismo. O pequeno gramadense Carlos Eduardo Krause, oito anos, já tem muita história para contar no meio tradicionalista e alcançou o topo.
Cadu, como é carinhosamente chamado pela família e amigos,faturou dois prêmios na Vaca Paradano Festival Nacional de Arte e Tradição Gaúcha (Fenart), realizado entre os dias 24 e 27 de fevereiro. Ele ganhou o primeiro lugar no Laço Equipe Piazito, além de ter conquistado a segunda posição na categoria individual.
As premiações no evento, que também abrange o 19º Rodeio Crioulo Nacional de Campeões e a 9ª edição dos Jogos Tradicionalistas, só coroaram uma trajetória mais do que vencedora do aficionado Cadu. Junto com o pai Jéferson Krause e a mãe Juse Mara Miola, o pequeno percorre o Estado participando de diversas festas campeiras, representando o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Herança Gaúcha, de São Francisco de Paula, chegando a participar de três rodeios em um final de semana.
O início
Na garagem do apartamento que Cadu faz sua preparação para as competições. Lá, em um lugar reservado, está a vaca parada e o laço preferido do gauchinho. O lugar é parada certa do guri, que divide o treinamento com rotina de deveres e a escola. A paixão pela campeira floresceu por conta do irmão mais velho, Pedro, que confeccionou uma vaquinha, onde Cadu deu suas primeiras armadas.
“O Pedro começou a andar a cavalo, ia a uma cabanha e fez uma vaquinha para treinar. Era bem simples, e o Cadu, bem pequeno, começou a brincar com aquela vaquinha e vimos que ele gostava muito. Quando ele ganhou a primeira cordinha, ele levantava de manhã, ia para a rua e treinava. Ele sempre fazia isso. Teve vezes que ele colocou uma armada, mas teve final de semana que ele foi disputou três competições e ganhou todas. A primeira competição foi um municipal aqui em Gramado, que ele ficou em segundo lugar, e depois foi indo”, declarou a mãe,
Os pais do pequeno campeão acreditam que, mesmo com a influência do irmão mais velho, a fissura pelo laço é uma coisa muito pessoal, desenvolvida pelo próprio Cadu com o passar do tempo. Eles também destacam que o próprio filho se cobra para ser melhor a cada dia. “Como mãe eu acho que seja uma coisa muito pessoal dele, pois o Jeff (pai) não laçava, o Pedro gostava, mas não era tanto. Ele tem aquela vontade, o espírito para isso”, pontuou.
“De manhã faço o meu dever e treino e, pela tarde, vou pra escola. Quando chegou vou treinar de novo. Me sinto orgulhoso de tudo que conquistei, pois eu treino muito e me dedico demais para isso”, declarou ele, que também disse ter vontade de migrar para o laço a cavalo.
Nacional em Criciúma
O auge de Cadu ocorreu a mais 274 quilômetros de Gramado, na cidade catarinense de Criciúma, no 19º Rodeio Crioulo Nacional de Campeões e a 9ª edição dos Jogos Tradicionalistas. Ao lado de Eduardo Portella, Renam Carvalho, Henrique Griffante e Antony Matias, o gramadense foi campeão nacional no Laço Equipe Piazito contra o quinteto da casa, formado por Cássio de Souza, Arthur Espindola, Pedro Henrique, Luis Otávio Montebeller e Bernardo Gavassoni.
O grupo acertou 50 armadas em 50 possíveis, contra 49 em 50 possíveis da equipe adversária.
Ter ganhado a modalidade em equipe, deu a oportunidade do gaúcho de disputar a modalidade individual contra outros oito concorrentes, incluindo os parceiros de equipe: Antony, Henrique, Renam e Eduardo. Os outros quatro adversários eram os mesmos peões que tinham acabado de faturar o segundo lugar contra o grupo de Cadu.
No cada um por si, quem se deu melhor foi o gramadense, que chegou até a finalíssima contra os catarinensesArthur Ramos e Luiz Otávio Motebeller. Com somente os três na disputa, Cadu acabou faturando o segundo lugar.












