InícioGeralGramado e Canela“Chegou o momento de mostrarmos o resultado do nosso trabalho”, destaca produtora

“Chegou o momento de mostrarmos o resultado do nosso trabalho”, destaca produtora

Tempo de leitura: < 1 minuto

GRAMADO – Kolonialpartei, Festa da Colônia ou partitocoloniale, do jeito que preferir, a 33ª edição já abriga centenas de produtores que dão vida ao evento todos os anos. A festança começou quinta-feira (25) e segue até o dia 12 de maio com muita gastronomia e atividades culturais. A abertura oficial do evento ocorreu sábado (27), no palco principal, no Expogramado.

O Jornal Integração preparou uma reportagem especial para homenagear os principais responsáveis pela festa: os produtores que trabalham o ano todo para expor as suas especialidades para os visitantes, que estarão no Expogramado, durante 18 dias.

A família Rama

A reportagem foi até a Linha Bonita, na segunda-feira (21), para conhecer o trabalho e contar a história da família Rama, encarregada pela produção de pães e cucas dos mais diversos sabores. Ali, ao lado do forno utilizado para assar essas delícias, o casal Davi e Beatriz Rama, juntamente com seus filhos Augusto, Alexandre e Arthur, compartilharam a experiência de viver no interior e o serviço árduo desenvolvido para levar seus produtos até a Festa da Colônia, quando começaram a participar há mais de 18 anos.

“Começou com a dificuldade financeira, nos obrigávamos a buscar rendas extras. Vai para onde? Para a Festa da Colônia, para os fornos, tu te obrigas a buscar soluções. Qualquer lavoura o investimento é grande. Antigamente se lavrava com arado, agora é com trator, o progresso precisa de dinheiro. Vem o conforto, mas também tem o custo”.

A família Rama, além de se dedicar à produção de pães e cucas, também cultiva diversas plantações em sua propriedade de 14 hectares. Morango, figo e uva são algumas das frutas cultivadas com carinho e utilizadas como ingredientes nas cucas preparadas por eles.

“A cada festa nossa meta era arrecadar o suficiente para montar mais uma estufa de morangos. Pegávamos o dinheiro, e montávamos, foram assim por anos, recolhendo o dinheiro da festa e investindo na propriedade”, continuou Davi.

Segundo Davi Rama, o segredo do funcionamento está na união familiar. Enquanto os filhos Augusto e Arthur assumem algumas tarefas, ela e o marido Davi cuidam de outras, garantindo que a parte operacional da agroindústria funcione perfeitamente. Essa cooperação e sinergia entre os membros da família são fundamentais para o êxito de seu trabalho e a produção de produtos de alta qualidade.

“Meu sonho é conseguir manter os guris aqui, no interior. Moramos há dez minutos do centro, porém, com o nosso conforto e tranquilidade. Falei pra eles: eu e o Arthur vamos mexer com o gado, Augusto têm os morangos, Alexandre toca os pães, cucas e biscoitos com Bia, tudo correu bem. Unidos que fazemos tudo acontecer”, apontou. 

A agroindústria da família Rama existe há quatro anos e, inicialmente, eles vendiam seus produtos nos fornos na Praça das Etnias, no centro da cidade. No entanto, com a pandemia e o fechamento desses eventos, eles enfrentaram momentos difíceis. Beatriz e Davi desanimaram ao ver seus morangos se perdendo, sem ter para quem vendê-los. Mas foi nesse momento que seu filho Augusto abraçou a responsabilidade de cuidar das estufas e manter a produção.

“A pandemia foi uma coisa jamais vista. Foi muito difícil ver os morangos apodrecendo e não ter pra quem dar. Nem dado queriam, já que ninguém podia sair. Me desanimei, aí o Augusto abraçou as estufas e foi tocando. Após um tempo o pessoal começou a pedir para comprar, a procura aumentou de novo. Inclusive, a Bia começou com a agroindústria com os pães e as cucas.Conseguimos passar por aquilo (pandemia)”, descreveu.

Com o tempo, as pessoas começaram a procurar pelos produtos da família Rama novamente. A demanda aumentou e, aos poucos, eles conseguiram superar os desafios impostos pela pandemia. Agora, a família Rama busca uma nova oportunidade de crescimento, com a intenção de instalar um ponto de venda na própria propriedade. Essa iniciativa visa atender não apenas os turistas que visitam a Festa da Colônia, mas também os moradores locais e todos aqueles que desejam saborear os produtos frescos e deliciosos que eles oferecem. A venda direta na propriedade é uma forma de estabelecer uma conexão ainda mais próxima com os consumidores e criar uma experiência única.

“A agroindústria existe há quatro anos, fazíamos bastante feira no centro. Agora estamos tentando instalar uma venda aqui na propriedade. Os guris conseguem me ajudar e introduzimos todos os produtos: pão, cucas, geleias, morangos, o figo. Com isso vamos conseguir atender os turistas aqui, eles param demais para comprar. É impressionante o que passa de gente.Instalar um ponto de venda na propriedade é mais uma oportunidade de ser além da festa”, indicou Beatriz.

Para a festa, além dos pães e das cucas simples, a família também comercializa sabores de chocolate, doce de leite, coco, goiabada, papoula, uva, banana, maçã, morango e figo. “Utilizamos bastante o que tem aqui, mas também compramos coisas de fora”, disse.

Beatriz expressa seu desejo de continuar tocando a agroindústria ao lado de seus filhos por muitos anos. Para ela, a Festa da Colônia desempenha um papel fundamental como vitrine para mostrar ao público o que a família Rama tem a oferecer. É por meio desse evento que eles têm a oportunidade de realizar seus sonhos e expor o trabalho árduo e dedicado que realizam em sua propriedade.

“Meu desejo é que a agroindústria continue nas mãos deles, que faça ainda mais sucesso. É importante lembrar que a Festa é a principal responsável, como vitrine, para podermos realizar tudo que sonhamos. Chegou o momento (Festa da Colônia) de mostrarmos o resultado do nosso trabalho”, projetou,

Ainda, Beatriz diz que o ponto alto de todas as festas é quando os clientes relacionam o sabor dos produtos à infância. “Eles falam muito: ‘minha mãe fazia igual essa’, ‘revivi os dias quando minha vó fazia essas cucas para a família’. Essa é a melhor parte, o sentimento é inexplicável”, conta.

A família participa dos fornos na Praça das Etnias desde o início, no ano de xxx, que serviu de modelo para a instalação dos fornos na Várzea Grande e é movimentado durante o ano todo. “É muito especial fazer parte disto. É uma continuação do que temos em casa, podemos expor lá e mostrar nosso trabalho quando a festa não está acontecendo”, indicou.

Durante a festa, a família se dividirá para atender a demanda na propriedade, nos fornos da praça e no Expogramado. “Teremos que nos virar, mas os guris vão nos ajudar e conseguiremos”, disse Davi.

Para finalizar, o responsável pelas estufas e filho mais velho do casal, Augusto Rama, revelou suas expectativas para a Festa e salientou que o Expogramado é o “mundo” para os produtores que buscam inovar em seus produtos.

“Lá em cima (Expogramado) é o mundo, onde sempre há uma novidade para que possamos trazer mais produtos. É onde poderemos ter a visão para as próximas, temos que aproveitar”, frisou.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Festa do Figo de Nova Petrópolis define programação e recebe aporte municipal

GRAMADO - O Poder Público Municipal e a Associação Cultural e Esportiva Linha Brasil firmaram termo de fomento nesta quinta-feira, 18 de dezembro, no...

Gazeta Funerária: Curta metragem gramadense será exibido em duas sessões na próxima semana

GRAMADO - As relações pós-vida são o tema do curta-metragem Gazeta Funerária, produzido pela proponente Naiana Amorim e Melancia Filmes, produtora audiovisual de Gramado....

Redes municipais e estaduais definem encerramento do ano letivo na região

João Pedro Boch [email protected] REGIÃO - As redes municipais de Gramado e Canela, além das escolas estaduais, já definiram as datas de encerramento do ano letivo,...

Economistas da Fiergs e Farsul alertam para desequilíbrio fiscal e desaceleração econômica

REGIÃO - A RA (Reunião-Almoço) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), de segunda-feira (3), reuniu no mesmo...

Novo momento

CANELA - Na tarde desta sexta-feira, 31 de outubro, a reportagem do Jornal Integração esteve na Secretaria de Turismo de Canela para uma entrevista...
error: Conteúdo protegido