CANELA – Uma ação policial no dia 8, na Vila Irma, bairro São Luiz, resultou na prisão de um suspeito de participação em um assalto ocorrido no município de Gramado. A região considerada pela própria Polícia Civil (PC), é conflagrada pelo tráfico de drogas.
Mas o caso ganhou um acréscimo de notoriedade, por um cachorro. Durante a chegada dos agentes de segurança durante a operação, um policial foi mordido por um cão e devido a tensão do momento, o agente acabou atirando e matando o animal.
O caso foi divulgado na sessão da Câmara de Vereadores desta semana pelo vereador Jerônimo Terra Rolim (PDT), que recebeu relatos de populares que profissionais da Vigilância Ambiental foram até o local e deceparam o animal, levando apenas a cabeça.
A reportagem do Jornal Integração procurou o médico veterinário, que atua na Vigilância. Rodrigo Azambuja explicou que o procedimento é legalizado e compreende uma norma técnica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS).
“Quando há acidentes com humanos envolvendo cães, gatos ou animais silvestres, ou no caso específico um ataque, e o animal não for observável, ou seja, não foi observado durante certo período para sintomas de raiva, a norma técnica do programa estadual de controle e profilaxia da raiva recomenda o envio de amostras para diagnóstico de raiva. No caso específico de cães, não são aceitos animais inteiros, apenas os encéfalos”, disse o profissional.
Rodrigo também comentou sobre o procedimento de cortar a cabeça e os profissionais da Vigilância não ter levado o corpo do cão no mesmo momento. “No caso em questão, tratava-se de uma situação que envolvia bastante riscos à integridade física de todos e o cão [corpo] já tinha sido levado para um local bem dentro do mato e de difícil acesso e como havia pressa para não inutilizar a amostra (o tecido nervoso é o primeiro a se decompor), optou-se por ser o mais rápido possível para o bem da amostra e da integridade dos servidores.
Depois com mais calma [retornaram ao local] foi dado o devido destino ao cão. Entendo que a cena é um tanto chocante, tanto quanto uma autópsia, mas são necessidades”, descreveu. Azambuja anunciou que as análises são realizadas em Eldorado do Sul, no Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF).
Sobre a raiva
Considera-se suspeito todo cão e gato que apresentar mudança brusca de comportamento e/ou sinais e sintomas compatíveis com a raiva, tais como salivação abundante, dificuldade para engolir, mudança nos hábitos alimentares e paralisia.
Sempre que possível, o animal agressor – cão e gato – deverá ser observado. Se durante o período de observação o animal morrer ou desenvolver sintomatologia compatível com a raiva, amostras do seu sistema nervoso central deverão ser enviadas para o laboratório de diagnóstico.
Texto: Tiago Manique – [email protected]