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ÁUDIO e VÍDEO: Lutas, anseios e conquistas dos trabalhadores da hotelaria e gastronomia

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Tiago Manique

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GRAMADO – Lutar, buscar e manter os direitos em benefícios dos trabalhadores é algo diário nestes 35 anos do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria e Gastronomia (Sintrahg). A entidade sindical fez aniversário na quarta-feira (20).

Criada em 20 de março de 1989, surgiu da necessidade “de uma entidade de classe representativa e de luta pelos direitos da categoria dos trabalhadores em hotéis e restaurantes, já que Gramado tornou-se um dos principais destinos turísticos do Brasil e América Latina”, disse o atual presidente do Sintrahg, Rodrigo Callais, em entrevista nesta semana na rádio Integração Digital.

Desde a criação que teve a participação de 116 pessoas na assembleia presidida na época por José Alzemiro da Silva, o ‘Zé da Kombi’, Callais conta que o Sindicato sempre procurou atender os anseios não somente dos associados, mas da sociedade como um todo. Neste período, revela conquistas aos trabalhadores da categoria, algumas que vai além daquilo que é preconizada segundo o sindicalista, que não faz parte das leis trabalhistas.

“Além dos reajustes salariais e no piso, obtivemos muitas conquistas, como os auxílios creche e material escolar, adicional por tempo de serviço e de horas extras, entre outras. Esses direitos não caíram do céu, nem fazem parte das leis trabalhistas da CLT, eles só existem graças a nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Outra conquista importante tem sido a regulamentação da Taxa de Serviço em Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), de forma democrática em cada empresa. Chegamos a esses 35 anos com um Sintrahg muito ativo e presente. Com um Sindicato moderno, que oferece diversos serviços e benefícios para as famílias de nossos associados e associadas”, descreveu.

Uma das grandes conquistas, mais ainda muito o que seguir lutando segundo Callais, foi a campanha ‘Valorização Padrão Gramado’, em meio ainda a pandemia. O sindicalista conta que foi um período de muitas negociações e diálogos com o setor patronal que entenderam naquela oportunidade as necessidades do trabalhador. Além disso, pontuou da importante ação do Sindicato na época em que houve demissões de trabalhadores.

“Importante que foi a primeira campanha, durante e pós pandemia. Papel importante do Sindicato, que conseguimos manter benefícios, direitos e salário em ganho real. Naquele período tentou flexibilizar as convenções coletivas em diversas categorias e foi preciso abrir mão pelo período que estávamos. Conseguimos dialogar e manter boas conversas com Sindicato Patronal [Sindtur]. Tivemos também ações judiciais que garantiram direitos de trabalhadores que não tinham recebido, alguns [empresários] alegaram que não era necessário o pagamento, mas conseguimos”, descreveu.

Salário, habitação e educação

Rodrigo Callais conta que Gramado possui cerca de 7 mil trabalhadores no setor da hotelaria e gastronomia, destes 2.800 associados ao Sindicato. O salário base atualmente é de R$ 1.715. A negociação para este ano será do reajuste, auxílio escolar e creche e inicia em setembro com a definição dos novos rendimentos para novembro, considerada a data base no calendário sindical.

Apesar de algumas conquistas, Callais alerta que ainda é muito baixo o que recebe os trabalhadores, em virtude de tudo aquilo que representa Gramado com sua pujança no cenário do turismo internacional.

“Entendemos que merece ser valorizado a altura da cidade. É um salário que ainda precisa melhorar muito. O custo de vida em Gramado é altíssimo, sendo necessário um valor maior que se torne atrativo. Muitas empresas têm dificuldade em contratar mão de obra, em virtude de o salário não estar compatível com os preços que são aplicados no município”, alertou.

O presidente do Sintrahg pontua que uma das atribuições do Sindicato não é somente as ações preconizadas ao movimento sindical e sim, atuar em pautas de interesse público. Uma das preocupações é a habitação popular. Com um salário base de R$ 1.715, para alugar já é praticamente inviável e adquirir um terreno ou imóvel é totalmente fora da realidade local, enfatizou Callais.

“Moradia é uma pauta importante, bandeira de luta. Grandes empreendimentos se instalam e a pergunta que fica é o quanto o município está preparado para receber estas pessoas? Valores seja aluguel e de comparar um imóvel são caríssimos, chega a ser perverso. É utopia conquistar o direito da casa própria. O trabalhador precisa de dois empregos para poder atender a demanda das necessidades básica ter o mínimo para sobreviver. É um emprego para as despesas da casa e outro, tentar sobreviver. Diversos trabalhadores de Gramado se submetem a isso, as pessoas se tornam escravas do aluguel. Sai cedo para o primeiro emprego e o segundo normalmente é informal, Chega meia noite e sete horas da manhã novamente vai trabalhar. Qual a qualidade de vida que terá este trabalhador?”, indagou.

Rodrigo critica a desigualdade nesta questão de moradias no município. “A cidade onde se constrói a riqueza o trabalhador não tem direito? Se constrói apartamentos de R$ 1,5 milhão para muitos virem no final de semana. E quem trabalha não consegue. Tem que ter políticas públicas e facilidade de acessar um imóvel próprio. Estamos inseridos nesta bandeira de luta para melhorar a vida do trabalhador”, disse.

Apesar destas mazelas encaradas por boa parte da população gramadense, uma das bandeiras defendidas pelo Sintrahg, a educação, teve uma notícia positiva na semana passada, com o anúncio do Governo Federal da instalação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS).

“Foi uma união de esforços de várias entidades em busca do IFRS e nós participamos junto todos os envolvidos. O ensino pode ajudar na nossa região na qualificação dos trabalhadores e mão de obra. Tem que ter investimentos para suprir esta demanda e nos deixa muito felizes que se materializou e fomos um dos contemplados”, mencionou.

Benefícios e lazer

Além do Sintrahg ser uma ferramenta de luta da categoria dos trabalhadores da hotelaria e gastronomia, os associados também são beneficiados com diversos descontos e e valores abaixo do que é praticado no mercado como em consultas médicas.

“Uma série de benefícios os associados têm como por exemplo consultas médicas, descontos e preços bem mais barato. Os sindicalizados têm que ter um retorno da mensalidade do valor que é pago. Temos uma parceria com o Supermercado Dia pós Dia, onde recebe 10% de desconto no valore da compra. Além disso, tem o vale gás com uma unidade por mês com valor de R$ 85, entrega em casa e sem custo adicional”, disse.

O bem-estar também é oferecido com a áreas de lazer na localidade de Moreira, Colônias de Férias, em Arroio do Sal e o campeonato de futsal que envolveu 150 pessoas no ano passado. “É uma oportunidade de justamente integrar os trabalhadores e ter momentos de lazer”.

Nova sede

Uma das conquistas nestes 35 anos, será em maio a inauguração da nova sede do Sintrahg, mês dedicado ao trabalhador e fará parte das comemorações do sindicato. A nova casa será situada na rua João Carniel, 190, bairro Carniel. O espaço contará com 489 metros quadrados com salas de atendimento e para cursos de qualificação, atendimento odontológico, jurídico, saúde, além de salão de eventos e festas.

Confira abaixo a entrevista completa. Para ouvir no celular clicar em OUVIR NO NAVEGADOR.

A entrevista pode ser conferida na página do Jornal Integração no Youtube.

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