Nicolas Felippetti
CANELA – Nesta quarta-feira (17), a Câmara de Vereadores recebeu debate sobre a coleta, separação e destinação do lixo em Canela. O ato foi realizado após um requerimento da vereadora Carla Reis, aprovado em plenário. Com a presença do interventor da Prefeitura no serviço de transbordo e triagem do lixo, o biólogo Carlos Frozi, e dos vereadores Jerônimo Terra Rolim, Emilia Fulcher, Marcelo Savi, José Vellinho Pinto e Carmen Lúcia Seibt de Moraes. O debate trouxe discussões sobre a gestão de resíduos na região. Sob a liderança de Frozi, representante da Cooperativa de Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis da Região das Hortênsias, foram abordadas questões fundamentais para a comunidade e o meio ambiente.
Um dos principais pontos discutidos foi o desafio enfrentado pelos catadores na separação dos resíduos, visando sua comercialização e a prevenção do envio desses materiais para destinos, como São Leopoldo. Frozi destacou que a falta de separação adequada resulta em custos adicionais e impactos ambientais negativos.
Frozi ainda destacou que a necessidade da conscientização da comunidade em relação à separação correta dos resíduos. Enfatizando que só será possível resolver o problema e aumentar o emprego na cooperativa quando a população acreditar novamente na importância da separação adequada. Ele ressaltou a necessidade de aplicar medidas que afetem diretamente o bolso das pessoas, pois muitas vezes é a única linguagem compreendida. “Nós só vamos resolver o problema e aumentar emprego lá na cooperativa quando a comunidade começar a acreditar novamente que o lixo no dia que é seletivo é seletivo e no dia do orgânico é orgânico e se tiver misturado o caminhão deixar na calçada, em 15 dias o adulto vai se adestrando. Eu digo que o adulto não se educa se adestra, ou é pelo bolso. Ele só vai entender a linguagem do bolso”.
Ao longo da audiência, Frozi apresentou exemplos de descarte incorreto de resíduos, incluindo casos de lixo hospitalar e até mesmo de animais mortos deixados de forma irresponsável. Ele ressaltou que a cooperativa não busca punir, mas sim comunicar as autoridades para que tomem as devidas providências. “A cooperativa não vai notificar, vai comunicar o poder público para tomar as providências. Já fomos no hospital 3 vezes para capacitar o pessoal, mas acho que ainda não entenderam o recado, acho que aí a multa vai ser um pouco melhor que minha palavra”.
Além dos desafios enfrentados pela cooperativa, foram discutidas questões legais e regulatórias, como a competência da gestão de resíduos de diferentes setores e a necessidade de planos de resíduos para cada estabelecimento. Frozi destacou a importância de uma legislação mais abrangente e atualizada para enfrentar os desafios atuais. Frozi ainda destacou “deixar claro que a central de triagem é para resíduo domiciliar, isso está em lei. Então qualquer outro tipo de resíduo não compete a central de triagem.”
O interventor ainda destacou que no mês de fevereiro entrou 982,5 toneladas de lixo no centro de triagem e foram comercializadas 35.259 toneladas, dando um índice de 3,59%. Frozi destaca “se considerar o índice total do orgânico e bruto pensando que a empresa fazia desta forma, a empresa dizia que tirava 5%. O dia que eu dei a palestra o engenheiro deles disse que era 4,8%. Eu nunca me conformei com esses 5, se Canela já estava em 50% quase, como que ia baixar para 5%, o que aconteceu? Até hoje estou esperando uma explicação”.
Desses 3,59%, Frozi realizou um outro cálculo, considerando apenas o seletivo integral desprezando o que estava misturado ou não. E nesse seletivo integral o índice sobe para 9,24% de comercialização, que é mais do que a empresa fazia. Frozi ainda realizou um terceiro cálculo descontando 50% do lixo orgânico que estava dentro do seletivo. Nesse caso o índice de comercialização da cooperativa no mês de fevereiro sobe para 18,48%. E explica “o primeiro cálculo é o lixo total, o segundo só o seletivo integral, e o terceiro descontando, olhando os 50% misturado de orgânico e seletivo”.
Para finalizar destaca “todos devem elaborar um plano de resíduos, da farmácia, ao bar a indústria, o hospital que já tinha feito. Tem que ter um plano e dizer para onde vai os seus resíduos.”
Frozi ainda fala sobre a lei municipal que separa o orgânico de rejeitos, mas como não tem aterro sanitário para fazer compostagem, acaba colocando os dois juntos.












Um tema muito atual e de extrema importância para nossa cidade, no entanto, o maior dos problemas do relatado na matéria acima, está na última frase…”…a lei municipal que separa o orgânico de rejeitos, mas como não tem aterro santário para fazer a compostagem, acaba colocando os dois juntos…” , eis o grande problema.