GRAMADO – “Somos diferentes e isso é legal”. Esse foi o tema de um projeto realizado na escola Mosés Bezzi, na Várzea Grande, que ressaltou a importância de discutir as diferenças entre as pessoas com os alunos do pré e 1º ano.
Para explicar de forma lúdica para que as crianças pudessem entender, a professora coordenadora do projeto, Alessandra Rodrigues Oviedo, desenvolveu, junto com a comunidade escolar, vários bonecos de pano, onde cada um possuía uma necessidade especial. Deficiência visual, motora, mental e auditivas foram trabalhadas com os alunos.
Os bonecos eram levados para as salas de aula e passavam por situações do cotidiano das crianças. Em vários momentos, devido a necessidade especial de cada um, os bonecos passavam dificuldades, como por exemplo, o boneco cadeirante, que não conseguia subir as escadas que dão acesso ao refeitório da escola. Ou o boneco cego, que não podia escrever e precisava de alguém auxiliando para não se bater nos objetos.
Segundo a professora Alessandra, os alunos usavam a sua criatividade para tentar ajudar os bonecos. “Mesmo sendo crianças pequenas, eles entendiam que precisavam ajudar de alguma forma. Teve uma criança que disse que tinha um ‘cofrinho’ cheio de moedas, e isso poderia ajudar a escola a construir um elevador para o boneco cadeirante”, explicou.
Além de pensar nas soluções para as dificuldades encontradas pelos bonecos, os alunos desenvolveram um livro com figuras, explicando que ser diferente é normal e que todos devem ser inseridos na sociedade, trabalhando, dessa maneira, a inclusão.
O projeto ganhou destaque e foi premiado no concurso Professores Destaques da Câmara de Vereadores, na categoria educação infantil. Esse concurso premiou trabalhos que tiveram grande relevância nas escolas do município.
Na premiação, a professora cobrou mais políticas públicas e uma atenção especial para esse assunto por parte dos vereadores. “É preciso pensar em políticas públicas para essas pessoas, falei isso para os vereadores na premiação. Essas crianças e adolescentes estão na escola hoje, mas e quando saírem? Quem vai cuidar, inserir na sociedade e continuar educando eles? Esses projetos de políticas públicas precisam avançar”, salientou a professora.
O trabalho foi realizado em conjunto com a equipe de professores e a direção da escola, que sempre apoiou e incentivou essas iniciativas. A ideia é que, para o próximo ano, o projeto seja ampliado para séries maiores, usando outro método de abordagem com os alunos.