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“Sempre mantive minha raiz aqui”, diz produtora rural

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CANELA–“Ele é digno do nosso respeito, de sol a sol vive trabalhando. Não toque flauta, não chame de grosso, pra te alimentar na roça está lutando”. O verso do cantor e compositor gaúcho, Teixeirinha, caracteriza o legítimo colono: trabalhador, persistente e merecedor de reverência. Dia 25 de julho é celebrado o Dia do Colono e para exaltar a data, a reportagem do Jornal Integração esteve na propriedade da família Livi/Benetti, na Linha Bugres, para contar a história do casal Celeste Livi e Ivanir Benetti e a filha Gisele, produtores rurais que ganham a vida vendendo doce de leite, queijo, geleias e chimias. A família também cria gado.

A propriedade fica próxima a Barragem dos Bugres, a cerca de 20 quilômetros do centro de Canela, onde seu Celeste e dona Ivanir moram há mais de 44 anos, semeando, colhendo e produzindo. Gisele, filha única, foi criada na localidade e trabalhou com os pais desde a infância até os 19 anos, quando se formou em magistério e buscou especialização na área administrativa, e se mudou para a cidade, atuando em um hotel por mais de 18 anos. Atualmente, com 39 anos, Gisele decidiu parar de trabalhar na cidade e voltarpara a colônia, com o intuito de dar mais atenção e ajudar a tocar os negócios da família.

Gisele (de verde) retornou para o convívio dos pais para dar mais qualidade de vida para os filhos Gustavo e Otávio
 

“Nasci aqui nos Bugres, trabalhei com os meus pais na agricultura desde a minha infância e depois saí. Eu quis estudar e a vida me levou para longe da colônia, mas eu sempre mantive minha raiz aqui. Fui pra cidade e trabalhei na área administrativa de um hotel durante 18 anos, casei, tive meus filhos, e agora que saí a ideia é fortalecer a comercialização dos produtos que fazemos aqui. Minha mãe tem a produção do doce de leite, queijo, geléias e chimias. Já o meu pai cria gado para o leite, planta milho, feijão e aipim”, sublinhou.

Os filhos de Gisele, Otávio e Gustavo, de 11 e oito anos, respectivamente, estão inseridos na lida há algum tempo e ajudam o avô nas tarefas do galpão e da terra. “Sempre cultivei o hábito de trazê-los para ver e ajudar o nono e a nona a plantar, colher, buscar pasto, tratar os animais, tirar leite. Enfim, tudo. Isso é uma coisa maravilhosa para o aprendizado deles”, declarou ela.

Conforme Dona Ivanir, de 63 anos, os avós, tanto dela quanto do esposo, já eram envolvidos com agricultura e destacou que, assim como Gisele, os netos são um prosseguimento datradição. “É uma continuidade. Meu avô paterno era da Linha 28, em Gramado, e o materno era do Chapadão”, revelou.  No terreno, com mais de 30 hectares, são cultivados diversos produtos para consumo próprio e comercialização, entre eles milho, cana de açúcar, batata doce, cebola, aipim, bergamota, laranja, goiaba, figo, ameixa, uva,pêssego, amora, maçã, pêra e nozes. Paralelamente, também são criados cavalos, vacas, porcos e galinhas.

Otávio, por ser o filho mais velho, é o que mais ajuda seu Celeste. Prestativo, o guri está sempre buscando uma forma de ajudar nos serviços da propriedade, seja a tarefa simples ou a complicada. Interessado pela lida, ele revelou que quer seguir os passos dos avós se aperfeiçoando para expandir os negócios da família.“Eu quero estudar agronomia e mecânica automotiva. Como eu fico bastante tempo aqui, é uma parte que eu não quero largar. Não sei se vou ficar exatamente aqui, mas quero aprofundar para outros lugares”, comentou Otávio.

Celeste e Otávio buscando o pasto pra alimentar a criação de gado – Leonardo Santos/JIH

Trabalha muito e recebe pouco?


Depois da ordenha, Ivanir prepara o leite para a produção do doce de leite – Leonardo Santos/JIH

Desde junho, Gisele alterna entre a cidade e o interior e rechaça o estigma de que o colono trabalha muito e recebe pouco. Ela salienta que, além da renda que é favorável, a colônia possibilita uma qualidade de vida melhor do que na cidade. “Aqui tem qualidade de vida, por mais que seja um serviço pesado. Trazendo tecnologia para a propriedade se consegue manter uma renda bacana. O sábado e domingo tu pode tirar uma folga. Claro, vai ter que cuidar a própria rotina, mas é diferente. Tu não ter que estar no trabalho das 8h às 18h, faça chuva ou sol, além da pressão que se sofre. Na agricultura é menor. Estar aqui me dá mais tempo para os meus filhos, eu ensino o que eu faço. Na cidade não dá para acompanhar. Eu tive a vivência de estar com meus pais, de aprender como é a agricultura, de como viver daqui e eu quero transmitir isto para eles. Se Deus quiser, e é o que eles demonstram, é ficar na colônia. Estou muito feliz de ter feito a escolha (de voltar). Muito do que eu aprendi vou usar aqui”, prometeu. “Quando casamos não tínhamos nada. Adquirimos terra, trator, carro e casa. Então acho que conseguimos evoluir”, completou Ivanir.

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