Há 18 anos o Integração acompanha o desenvolvimento, o progresso e as conquistas de Gramado, que completa na próxima quarta-feira, 67 anos de história. Todos, desde o processo de emancipação, e até antes, fizeram tudo para que Gramado alcançasse o nível de excelência em que se encontra. Nada acontece por acaso! Pois os que foram chegando, e não param de chegar, como foi com o Integração em março de 2003, têm o compromisso de melhorar essa joia do Rio Grande cada vez mais. Sempre digo, não tenho meu umbigo enterrado aqui, mas minhas duas filhas comemoraram seus 15 anos na Recreio Gramadense e se precisar eu estou na luta pelo município com o mesmo, ou maior, empenho do que qualquer nato desta terra.
Parabéns a todos nós cidadãos gramadenses!
Renovar ou não renovar
Há muita coisa em jogo e o grande público certamente tem bastante dificuldade em entender. Até mesmo eu estou ainda sem opinião formada. A equipe da prefeitura de Gramado, assim como o prefeito, está convencida em renovar o convênio e garantir os investimentos que estão sendo propostos. Acontece que pelo novo marco legal do saneamento, ou pela lei federal atual, todos os municípios do país são obrigados a tratar mais de 92% do esgoto até 2033, que hoje na região está ao redor de apenas 20%, além de, é claro, garantir água potável a todo a população. Ocorre que a Corsan, nossa conveniada para estes fins, não tem grana para tudo isso. Então, o Estado está disposto a vender a Corsan para alguém que tenha este recurso. A Assembleia Legislativa (os deputados estaduais) autorizou e o processo de privatização foi iniciado, com a previsão de leilão para fim de fevereiro, início de março, ainda sem a data definida. Os municípios também ficaram livres para assumirem eles próprios essas obras e garantir o tratamento de esgoto neste prazo. Ocorre que poucos, ou quase nenhum, têm dinheiro para isso e também não têm como assumir essa gestão. Mas, o novo provável dono da Corsan, que tem o dinheiro e o interesse em assumir isso tudo, precisa garantir que os convênios sejam mais longos, pois como é o caso de Canela e Gramado, cujos contratos vencem em 2029, não há tempo para recuperar o montante a ser investido. O que está em jogo é isso, o novo dono vai adiantar muito dinheiro agora, em obras, até 2033, para recuperar depois, até 2062. É isso que está em discussão.
Aditivo
Como esta prorrogação do convênio é muito longa, a sociedade fica apreensiva. E com razão. Quem consegue imaginar como ficarão essas taxas que pagamos em tão longo tempo? Mas, por outro lado, o serviço de água e esgoto precisa avançar e acompanhar o desenvolvimento da nossa região e só esse novo dono rico é que pode garantir isso. Então, como ficamos? Essa é a pergunta. Segundo a secretária do Meio Ambiente, Maria Hencke, é ‘trouxa’ o prefeito que não aproveitar a ocasião em que tem um rico querendo assumir esse desafio e oferece uma série de benefícios que cairão logo ali para quem não assinar.
Compartilhar a responsabilidade
O fato é que alguém tem que ter culhões e assumir essa responsabilidade, pois jamais se chegará a um consenso em um tema tão complexo. Assunto que certamente permeará os próximos 10 pleitos eleitorais, especialmente se a decisão tomada pelo gerente (Nestor Tissot) se mostrar errônea. Se tudo der certo, o assunto morre e segue o baile. Só por isso que não entendo a posição do prefeito. Fosse eu, reuniria as instituições, deixaria todo mundo desabafar e depois colocava em votação. Mas o Nestor está disposto, como sempre, em assumir os riscos. Ele está convicto que a renovação é o único meio para cuidar bem deste setor.
Outorga
Esse nome aí é sobre um valor extra que está sendo oferecido pela Corsan, aos municípios que renovarão agora, até dia 16. Gramado tem a oferta de R$ 10 milhões, ao que está sendo dito. E, trazido pelo vereador Rodrigo Paim (MDB), Canela teria uma oferta de R$ 50 milhões. Foi a surpresa da reunião ‘quase’ estéril de quarta à noite na Câmara de Vereadores de Gramado. Mas, a prefeitura de Canela não confirma a informação. Houve algo semelhante numa conversa com uma empresa privada, não com a Corsan que ofereceu bem menos do que para Gramado. Em Canela a Corsan ofereceu 50 mil ações, que valem hoje, R$ 4,50.
Discussões saudáveis

O programa O Voto Minerva, na terça-feira desta semana, foi com os vereadores Renan Sartori, oposição, e Neri da Farmácia, situação. Ali mesmo destacávamos que quando o interesse é municipal as partes se juntam. As questões partidárias são deixadas de lado e prevalece o interesse comum. Por isso Gramado é o que é. Cargos eletivos sempre criam discussões secundárias, visando a conquista do voto, mas fora do período eleitoral é Gramado que fala mais alto.
Discussão estéril
Há momentos em que essa harmonia e entendimento pelo bem do município enfraquece. A Sessão Especial chamada pelo presidente da Câmara na quarta-feira à noite (18h), para discutir a renovação e ampliação do convênio com a Corsan foi estéril. E demonstrou que em alguns momentos a discussão meramente partidária tem força sim. Por um lado ficou claro que o presidente, Professor Daniel, chamou a secretária de Meio Ambiente por sua conta e risco, sem discutir com os vereadores da situação e sem se dar conta que a “reunião” deveria ser mais ampla, chamando também os técnicos do Planejamento e da Procuradoria Geral do Município. Assim, como não houve esse acordo prévio, os vereadores da situação (os 4 do PP) também não permitiram “furar” o regimento interno que não prevê a participação do público, mas apenas do convocado, no caso, a secretária do Meio Ambiente, e dos vereadores em “Sessão Especial”. Assim, como o assunto é amplo, complexo e muito técnico, a comunidade restou pouco esclarecida, em relação à esta reunião. Já teve outras mais realizadas pela Prefeitura e essas estão fora desta minha análise que se limita a “sessão especial” de quarta. Assim, os vereadores aproveitaram para fazer o seu lado com o eleitor, apenas.
Canela está reticente
O prefeito de Canela não pretende renovar, neste momento. Ele tem razão em um argumento: estamos em fim de ano, plena pandemia e este assunto é mais um indigesto. Acontece que a engrenagem não pode parar, independente de época ou demais problemas, os prazos urgem e há muito a fazer.