GIAN WAGNER – [email protected]
REGIÃO – O isolamento social e o aumento da tensão em razão da pandemia de coronavírus que atinge o mundo e, agora também a região, podem ser fatores que venham a causar elevação nos números de casos de violência doméstica. O Brasil está há poucos dias em isolamento social, e isso fez com que, ao menos na região, não tenha ocorrido nenhum aumento expressivo. Porém, na China, onde o surto começou e o isolamento aconteceu por um período maior, os casos chegaram a triplicar no período, conforme contou a ativista chinesa Guo Jing, 29 anos, à BBC em uma entrevista publicada pela BBC Brasil. O delegado de Polícia Civil da Delegacia de Gramado, Gustavo Barcelos, explica que não houve um visível aumento neste período em que os municípios fazem o isolamento social, mas não descarta a possibilidade dadas as circunstâncias. “Por enquanto, não podemos dizer que houve aumento dos casos, mas é possível que ocorra. Sobremodo em razão da tensão, estresse e confinamento, bem como pelas possíveis consequências sócioeconômicas decorrentes das restrições”, explica.
EM CANELA DIMINUIU – Já o delegado Vladimir Medeiros, da Delegacia de Polícia Civil de Canela, conta que no município também não houve registro de aumento de casos até o momento. “Ao contrário, as ocorrências policiais envolvendo a Lei Maria da Penha, no período, diminuíram”, explica.
GRAMADO E CANELA TÊM PONTOS DE ATENDIMENTO – Tanto Gramado quanto Canela têm pontos de atendimentos especializados em vítimas de violência contra a mulher. Em Gramado, o atendimento especializado funciona junto à Delegacia de Polícia Civil. “Continua funcionando normalmente, mesmo com todas as restrições impostas em razão do Covid-19, assim como em relação aos demais grupos vulneráveis, como crianças, adolescentes e idosos”, explica o delegado Barcellos.
Em Canela, a Polícia Civil conta com um órgão especializado no atendimento à mulher vítima de violência, o Posto Policial para a Mulher (PPM), localizado na Osvaldo Aranha, na entrada de Canela. “O PPM atua apenas em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, atendendo os casos da Lei Maria da Penha de forma especializada e prioritária. No local, apenas policiais civis mulheres e estagiárias atuam atendendo as mulheres vítimas com privacidade, de modo a que se sintam mais à vontade para denunciar as violências sofridas”, explica o delegado Medeiros.