Recebi com surpresa a nota de repúdio da União Brasileira das Mulheres da Região das Hortênsias em relação à minha fala no Seminário Cultural Municipal. Gostaria de esclarecer alguns pontos.
Pelo o que eu pude observar nos últimos dias, a UBM-RH se trata de um coletivo de pessoas que são bem-intencionadas e que certamente lutam por um mundo mais justo. Justamente por isso, me surpreendeu que tenham optado por se ater a uma única frase, desconsiderando que dediquei a maior parte da minha fala para enaltecer a importância da data. Conforme está no próprio jornal, no trecho anterior àquele que gerou a polêmica, destaquei: “Trazer as raízes africanas, indígenas e afro-brasileiras para o debate escolar não é apenas uma questão de justiça histórica, mas também de abrir horizontes para as novas gerações compreenderem e respeitarem a riqueza da nossa diversidade”.
O que posso dizer é que, ao longo dos quase 04 (quatro) anos em que estou à frente da Secretaria de Educação Municipal, a UBM-RH nunca procurou a Secretaria para atuar de forma propositiva, promovendo o diálogo, realizando ações afirmativas e todo um leque de atividades que certamente poderiam ser realizadas de forma conjunta. Acredito que poderíamos ter realizado coisas significativas em prol da sociedade.
É evidente que, se eu soubesse da repercussão que isso geraria, teria utilizado palavras diferentes para encerrar a minha fala; o sentimento é de injustiça, mas não fujo da minha responsabilidade e do compromisso de me preparar ainda mais para temas que são tão importantes. Se essa minha fala, retirada de contexto, foi o gatilho necessário para promover a reflexão sobre a data, espero que ao menos os fins justifiquem os meios que foram utilizados; lamento apenas que seja às custas de uma irresponsável acusação como reiteradamente este movimento o fez.
Posso falar apenas por mim. A íntegra da minha fala é clara sobre a relevância da diversidade e a importância desta data não se resume à parte final do meu discurso. O compromisso de aprender e de evoluir é constante e jamais vou me omitir, ninguém está isento de críticas, mas sigo em frente de cabeça erguida e com a certeza de que em todos os momentos respeitei a importância da data e da diversidade de uma forma geral.
Recapitulando o caso
Assim como a UBM, emitiu nota e publicado aqui neste espaço na semana passada, classificando a frase como fala racista, da mesma forma o espaço foi concedido pela secretária de Educação de Canela, Janete dos Santos. Explico. Durante o Seminário Cultural Municipal, no Centro Integrado de Desenvolvimento e Inovação de Canela (Cidica), com destaque para a Mostra Cultural “As Raízes Africanas, Indígenas e Afro-Brasileiras”, uma manifestação da secretária de Educação, Janete da Silva Santos, rendeu nota de repúdio da União Brasileira das Mulheres – Região das Hortênsias. Segue o que disse a secretária: “Trazer as raízes africanas, indígenas e afro-brasileiras para o debate escolar não é apenas uma questão de justiça histórica, mas também de abrir horizontes para as novas gerações compreenderem e respeitarem a riqueza da nossa diversidade. Eventos como este reforçam o compromisso das escolas em formar cidadãos mais conscientes e engajados. Costumo dizer que o dia 20 de novembro deveria se chamar Dia da Consciência Humana, pois somos mais que uma cor ou raça, somos todos humanos”.