Depois de várias idas e vindas da casa de saúde de todos os gramadenses, o prefeito Nestor Tissot tomou uma decisão: vai comprar o São Miguel e pôr um fim na novela iniciada em 2016, quando, devido à má gestão, o município decretou a intervenção e assumiu o Hospital. Tissot decretou a intervenção, no último ano daquela gestão. A gestão municipal era para ser temporária, até que se encontrasse uma solução, que não era para demorar. Quis o destino, porém, que na eleição daquele mesmo ano o Fedoca se tornasse o prefeito da cidade. E claro, passaram-se os quatro anos sem nenhum movimento concreto, só falação do então prefeito de que haveriam interessados (no plural), mas nunca apresentou nenhum. Em 2021, já com Nestor Tissot de volta à prefeitura, surgiu a notícia da venda do empreendimento por parte das Irmãs da Associação Franciscana de Assistência a Saúde. O novo dono assumiria a gestão imediatamente, prometendo ampliar o atendimento. Empecilhos surgiram, a comunidade ficou dividida e em dúvida, especialmente sobre o atendimento pelo SUS e a prefeitura não entregou a gestão. Agora o prefeito Nestor tem uma proposta acordada com as proprietárias e vai apresentá-la em audiência pública, na próxima terça-feira, dia 03, no Expogramado, às 18h, à sociedade gramadense. O valor total da negociação, ao que a coluna levantou, permanece nos 40 milhões, mesmo valor que as Irmãs receberiam do outro comprador. Destes, cerca de 10 milhões o município já tem de crédito por investimentos feitos e parcelas de antigos financiamentos pagas desde a intervenção. A prefeitura deverá devolver imediatamente cerca de seis milhões, que o outro comprador já tinha pago às Irmãs, e o restante deverá ser parcelado.
Para os gramadenses pelo fim das contas nada muda. Apenas o município será proprietário, não correndo mais o risco de que seja vendido a terceiros. E, no futuro, como sabemos, a iniciativa privada precisará ser envolvida em uma permuta deste imóvel para outro, em local mais adequado para a finalidade, com mais mobilidade para ambulâncias, por exemplo.