Não é à toa que Gramado chegou ao topo, como uma das cidades mais desejadas para momentos de férias e lazer, do Brasil. A construção se deu aos poucos e à muitas mãos, com muita perseverança, planejamento e inteligência, numa união de toda a engrenagem produtiva que envolve trabalhadores, empresários, entidades sociais e o Poder público. Este império foi construído literalmente no topo. E permanecer no topo exige a participação e cooperação de todos em momento especiais. Como o vivido desde o sábado passado, 18 de novembro, quando a tempestade a atingiu em cheio.
A engrenagem econômica segue funcionando a todo o vapor, recebendo os turistas entusiasmados com os atrativos, enquanto a Prefeitura foca na reconstrução dos pontos atingidos e em garantir o bem-estar das famílias que tiveram que deixar suas residências. Por isso gramadense, siga se orgulhando e falando bem da sua Gramado. A foto é de ontem à tarde na Avenida Borges de Medeiros.
Reconstrução
Para as 110 famílias do Bairro Três Pinheiros é difícil encontrar palavras de consolo. Todos nós sonhamos muito com a casa própria e como acreditar que depois disso realizado algo impeça de usá-la. Mas é seguir tendo fé que as coisas irão se acomodar e que será possível voltar em segurança. O sentimento de todos é de compaixão e solidariedade, além da torcida para que tudo fique bem, em breve.
Sábado de caos
O sábado, 18 de novembro, vai ficar na memória de todos nós. Desde o dia anterior os temporais se sucediam e assim foi a noite toda até meio dia de sábado. Foi muito chuva e os deslizamentos se multiplicaram, por toda a Serra. A estrutura viária ficou comprometida, em determinado momento daquele dia a única alternativa para chegar a Gramado e Canela era por Taquara e São Chico, pela ERS-020 que suportou os temporais. Mas isso era o menor dos problemas já que diversas casas foram atingidas e lamentavelmente duas pessoas perderam a vida. Este sim um prejuízo irrecuperável, enquanto todo o resto aos poucos se reconstrói.
Produto Segurança
Ontem, o Mocovi (Movimentos de Combate à Violência de Gramado) promoveu uma reunião almoço de prestação de contas à sociedade. No triênio foram movimentados R$ 3,6 milhões, obtidos de clubes de serviço, Judiciário, Ministério Público, repasses do município e de doações de empresas e pessoas físicas. Os recursos foram investidos em auxílio moradia aos operários da segurança pública, reformas na Delegacia de Polícia, na Patram, Penitenciária, Bombeiros e PRE, além da manutenção das atividades rotineiras, como fornecimento de combustível e oficina para viaturas e pequenos reparos como a aquisição de equipamento danificado. Segundo Sandro Bazzan essas estruturas eram precárias, e “ficaram com outra cara”, mas precisam de manutenção permanente, especialmente o presídio.
Empresa Amiga da Segurança
A diretoria do Mocoviconcluiu que são necessários para as atividades rotineiras da entidade R$ 25 mil ao mês. As principais receitas são de decisões judiciais e multas do Ministério Público em acordos, portanto sazonais e imprevisíveis. Assim, para garantir o regular funcionamento a decisão é ir ao mercado. O Mocovivai visitar as empresas do município com o projeto Empresa Amiga da Segurança, com propostas de participação de R$ 900 a R$ 2.400 ao mês, pelo período de dois anos. O projeto está em confecção e alguns detalhes, como a contrapartida aos participantes ainda não estão definidos.
Calamidade Pública
O prefeito, Nestor Tissot, participou do evento do Mocovie fez o relato dos trabalhos da Prefeitura em relação aos estragos dos temporais, desde o sábado passado. Disse que estaria decretando Estado de Calamidade Pública ainda ontem à tarde e que a situação é de muita tensão, e atenção às famílias atingidas. Disse que todas as ocorrências de deslizamentos são em razão de muita água acumulada que ao descer carrega junto o solo “São verdadeiro rios”, expressou e que não tem nada a ver com as construções (prédios). Que não vai descansar e nem economizar recursos até não resolver tudo. Que está disposto e com estrutura de máquinas, com apoio de diversas construtoras, até para remover a montanha do Bairro Planalto que ameaça o Bairro Três Pinheiros, se os técnicos chegarem a conclusão de que isso pode ser feito. Que está muito angustiado por não poder fazer nada naquele local, a não ser esperar. Chegou a expressar “assistindo a desgraça”. Sobre o prédio que ruiu Tissot expressou que o “prédio é vítima” do deslocamento” do solo.
Componente político
Tissot disse na Reunião Almoço do Mocovique logo na sequencia teria uma reunião com as famílias do Três Pinheiros que tiveram de deixar suas casas por segurança. Queixou que há algumas pessoas que não querem entender a situação, e outras mal-intencionadas que “colocam pilha”, misturando a situação de crise com política.
Sonho de Natal
A Associação Comercial e Industrial de Canela (ACIC), assumiu a realização de parte do Sonho de Natal, incluído o evento Descida do Papai Noel, na, ou da, Catedral.
Conversando Sobre Turismo
Em reunião almoço, quarta-feira, a diretoria da Associação explicou os detalhes da participação no evento. Segundo o presidente Maurício Boniatti a entrada no projeto se deu por pedido da Secretaria de Turismo através do secretário Gilmar Ferreira. Contudo a primeira Descida do Papai Noel ainda não tem data definitiva. Para a viabilidade econômica do projeto estão sendo buscados patrocínios junto as empresas no seguinte formato: Ouro R$ 50 mil; Prata R$ 15 mil e Bronze R$ 5 mil. Ainda está sendo oportunizada participação do modo apoio, no valor de R$ 1,5 mil, parcela em três vezes de R$ 500.
Mordido por cobra
Dizem que cachorro ‘mordido’ (cobra não morde, pica), não come linguiça. Percebo um medo desnecessário e sem sentido de muita gente em Canela quando se trata de eventos e algo de gênero que passe perto de verba pública. Nesta reunião da ACIC quarta chegaram a lembrar do caso de Gramado anos 2004, mais ou menos, quando a CICSAT (Câmara da Indústria, Comércio, Serviços, Agricultura e Turismo) teve problemas judiciais e acabou falindo. Claro que o caso mais recente de Canela, a Caritas, é que causa esse temor. Ora, mas não há absolutamente nada a temer. Ouvi até falar em risco. “A gente vai correr um risco”. Nada disso! Não há risco algum. É só fazer a coisa certa. Em Nova Petrópolis a ACINP faz os eventos em convênio com a Prefeitura e tudo segue às mil maravilhas. Bom para todos.
Terceirização
Sugiro, inclusive, que se faça um movimento sério de terceirização dos eventos de Canela à iniciativa privada. É o momento de fazer do limão uma limonada. Essas questões de licitação e burocracia intransponível irão se repetir ano a ano e cada vez com maior intensidade na vida pública. Não só de Canela, mas no Brasil todo. Na entrevista com o prefeito Constantino, há poucos dias aqui no Integração ele mesmo falava sobre isso. É cada vez mais burocracia. Ou alguém ainda não se deu conta da falência do setor público? Canela e Gramado ainda se escapam, mas até quando? Segundo dito aqui mesmo pelo Constantino mais de 50% dos municípios brasileiros estão com déficit orçamentário. E esses eventos nas mãos da prefeitura sofrerão por mais alguns anos o efeito Caritas.