Não encontro palavras para definir a obrigatoriedade de as crianças usarem máscaras para estudar, durante todo este tempo. Mas me parece ser esse o mais claro sinal de que a pandemia nos tornou piores seres humanos. Quem já torcia e fazia força para tudo dar errado multiplicou sua energia. Só não entende que criança não precisa, não deve e não quer usar máscara quem realmente não está nem aí para justificar sua passagem por este plano.
Sem limites
Enquanto as crianças seguem esquecidas com as máscaras nas carinhas, os políticos se articulam e medem forças para se manter no poder. Imagine, nosso governador há mais de um ano viaja pelo Brasil em busca de outro cargo e chegou ao limite de renunciar ao mandato em busca da sua nova meta, a de comandar o Brasil todo.
Janela
Fecha amanhã a tal de janela partidária, que abriu no início deste mês. Durante este período os políticos podem mudar de partido sem perder seus cargos eletivos. E todos aqueles que pretendem participar do pleito de outubro precisam ter sua condição regularizada. Aqueles que exercem função de ordenamento de despesas precisam deixar os cargos, como secretários, prefeitos e ministros. Até ontem, nove ministros da União, 11 secretários estaduais e cinco prefeitos municipais do RS, já tinham anunciado que deixarão seus cargos para concorrer.
Bagunça termina amanhã
Embora a janela encerre só amanhã, ontem é que tivemos as maiores surpresas até aqui neste mexe-mexe e hoje mesmo as principais mudanças devem ser definidas. Sérgio Moro deixou o Podemos e foi para a União Brasil, onde se encontra com o PSDB de Eduardo Leite. Aparentemente a ideia é formar uma chama com Leite e Moro, com o ex-ministro da Justiça de vice. Dória, chocado com o abandono da sua legenda, mesmo após vencer as prévias tucanas, ontem também correu. Anunciou desistência da candidatura e que sai do partido. Uma mistura sem tamanho.
Terceira via
A luta do pessoal do Centrão, PSDB, União Brasil, MDB, todos contra Lula e Bolsonaro, é encaixar uma terceira via. Algo muito difícil com a polarização dos outros dois. E sai pesquisa daqui e dali e ninguém cresce. A última tentativa certamente é essa de juntar Leite e Moro. E não dá para negar que, aparentemente, é uma boa opção, talvez a primeira até aqui anunciada que faça algum sentido. Uniria a pouca experiência política administrativa do ex-vereador e prefeito de Pelotas e governador do RS, com a fama e aparente ‘gana’ de Moro na luta anticorrupção. Assim, quem não vai pelas pontas, poderia se encontrar no meio.
Suplentes tucanos
Como Celso Fioreze se licenciou por 30 dias e a primeira suplente Andreia Rech também abriu mão de assumir, Wendel Cardoso e Nilton Germano tem sua oportunidade de ocupar a cadeira tucana da Câmara de Gramado, por 15 dias cada. Andreia já havia assumido por 30 dias em outro afastamento de Celso e foi esta a sua justificativa: “Como já assumi 30 dias nessa legislatura, agora nada mais justo que abrir para os outros suplentes. Será 15 dias para Nilton e 15 dias para o Wendel. Eles também merecem representar os votos recebidos e a comunidade, estou certa de que farão um excelente trabalho”, disse Andreia à coluna. Assim, Wendel assume de hoje ao dia 15 e depois o Nilton até Celso voltar, dia 02 de maio.
Wendel Cardoso
Frustrado com o rumo do seu partido, Wendel Cardoso saiu do PSDB, partido pela qual concorreu a vereador e fez 366 votos. Mas, como ainda não se inscreveu a nenhuma outra sigla, segue sendo suplente tucano e por isso está apto a assumir o cargo. À coluna, Wendel disse que não concorda com a orientação ideológica do partido ultimamente e também questiona o posicionamento do governador do Estado em relação à pandeia. Quanto ao partido e Gramado também critica a postura de neutralidade na Câmara. Para ele, neutralidade que é lida por alguns como ‘equilíbrio e sabedoria’, para ele é ‘insegurança e medo’. Juntando todos os fatos que envolvem a sigla no âmbito municipal, estadual e federal, avalia que a possibilidade de ele voltar ao partido é zero. “Tudo isso me faz querer distância das trincheiras do PSDB”, garante. Sobre outras siglas diz que teve convites e sondagens mas que ainda não se definiu. “Estou focado em projetos pessoais, talvez no futuro aceite um dos convites para me filiar novamente”, comentou.
O Voto de Minerva

Na terça passada recebi os vereadores Joel Reis e Rosi Ecker (PP). O principal assunto foi o Plano Diretor, que está na Câmara desde setembro passado e que agora, semana passada, a Mesa Diretora decidiu contratar a assessoria de uma universidade no valor de quase R$ 300 mil, com quatro meses para a entrega do relatório. Os quatro vereadores do PP se manifestaram contra esta contratação. “Eu estou pronto para votar”, expressou Joel.
Na sessão de segunda, Celso Fioreze disse que só está com pressa o que fuma charuto e bebe vinho importado e os 22% da população que paga aluguel e os demais que deveriam fazer pressão não o fazem. Celso disse também que faz questão de colocar a sua assinatura no contrato com a universidade e agradeceu o promotor Max Guazelli pela contribuição à cidade de Gramado, através do Plano Diretor. Na próxima terça-feira virão Weldel Cardoso e Roberto Cavalin estarão no programa.
Texto: Cláudio Scherer | [email protected]