Sexta já vai completar 14 dias de campanha e restarão apenas 34, 37 para a eleição. Também sexta inicia o horário eleitoral. Em Gramado o maior tempo de rádio será do Nestor, que traz na coligação com o PP (58), Podemos (09), União Brasil (51), PSD (46) e Republicanos (44), 208 deputados federais. Em seguida vem o PL, com 76 deputados, o PT 68 e o MDB 37.
Em Canela Gilberto Cezar com sua coligação reúne 152 deputados federais; PSDB (29), Rep (44) União Brasil (51), PDT (19), e Podemos (09). Marcelo Savi, com seu MDB e o PSD reúne 83 deputados federais, depois, PL, 76, PT 68 e a candidata do PP, Cristina Moura, 58.
É assim, pelo número de deputados federais, que o tempo de rádio e TV dos candidatos é definido.
Canela tem eleição
Como a coluna vinha antecipando há tempo, Canela tem eleição. Não temos pesquisas, mas percebe-se que o pleito está aberto. Aliás, que tal uma eleição sem nenhuma pesquisa publicada, seria muito melhor, não? A coluna deixou de fazer projeções, até mesmo sobre os vereadores, para que a campanha siga seu curso sem interferências. Dizer que grupo X elege tantos vereadores e o Y nenhum, neste momento não é propósito da coluna.
Gramado está diferente
Em relação a Canela, se fosse para comparar as eleições diria que a deste pleito está mais parecida com a de Canela há quatro anos. Não quero dizer que o Nestor leva essa sem fazer força, como foi com o Constantino, que fez quase 80% dos votos, mas é preciso pontuar que as demais campanhas não estão conseguindo se fazer notar. Ainda tem tempo, mas pela montagem do pleito, dificilmente uma outra campanha consiga aglutinar maior número de partícipes, a ponto de mostrar envergadura suficiente para virar este jogo. Mais uma vez, não se tem pesquisas, mas é o que parece, olhando pela janela.
Campanhas diferentes
Até o momento os coordenadores se desdobram a fazer uma agenda diária para seus candidatos. Estamos na cola deles para nos passar, mas nem todos ainda têm. E não é uma crítica, talvez seja este o modelo novo de fazer campanha. Mais quieto nestes dias que antecedem o pleito e mais trabalho nos quatro anos anteriores, e quem sabe posteriores também, aos que vencerem.
Culto legal
O presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, de Canela, Eduardo Port, convida para um Culto Gaúcho que a comunidade irá realizar, no próximo domingo, as 9 horas, no seu Templo, na Martinho Lutero. Quem irá conduzir o Culto será o Missionário Gaúcho Jesiel Dias, que é pregador, compositor, cantor, “um cara com um testemunho incrível”, como descreveu Port.
Fiquei bem na foto

Segunda, andando pela Centro de Canela encontrei a campanha do Gilberto Cezar, fazendo movimento, visitando os comerciantes. Como conheço todos, fotografei com os candidatos. Uma destas fotos foi publicada pela campanha.
Quero esclarecer que eu fotografei com quase todos já nesta campanha de Canela, só com o PT que não. Todos estão autorizados a usar, querendo. E volto a fotografar com quem quiser, sou uma pessoa pública e bem relacionada.
Real valorizado: menos juros e mais crescimento
Em uma economia emergente como a do Brasil, a valorização do Real é ferramenta correta para conter a inflação. Utilizar altos juros para esse fim significa um remédio amargo que, além de aumentar os custos financeiros sobre os produtos, causa sequelas. De janeiro a junho deste ano, devido aos juros elevados, houve 1.014 pedidos de recuperação judicial por parte de empresas. Além das críticas direcionadas ao presidente do Banco Central (BACEN), Roberto Campos Neto, pelos juros altos, é importante observar que, ao promover a desvalorização do Real, ele está contribuindo para a alta da inflação.
Há evidências de que o mercado tem manipulado a alta do dólar com o intuito de também elevar a inflação. Ademais, entre maio e o mês de agosto de 2024, o BACEN aumentou nossas reservas cambiais em 19 bilhões de dólares, o que contribuiu para a subida do dólar e, consequentemente, da inflação. Nesse cenário, o presidente do órgão parece estar mais a serviço do mercado financeiro do que da sociedade. Se não fosse isso, ele, em vez de aumentar as reservas cambiais, estaria reduzindo parte delas para valorizar o Real e, assim, diminuir a inflação. Campos Neto promove a alta inflacionária com a desvalorização da nossa moeda e, em seguida, dissimuladamente usa o álibi da inflação para justificar a manutenção da taxa básica de juros (Selic) elevada, satisfazendo parceiros do mercado financeiro – sua origem e seu provável futuro.
Quanto à valorização do Real ser danosa às exportações, não é verdade, pois não afeta os resultados das vendas para o exterior, uma vez que elas são realizadas em dólares. A rigor, reduz os custos com a logística e os insumos importados, enquanto os ativos em dólares dos exportadores também valorizam, contribuindo para que nossa economia torne-se uma das mais sustentáveis do mundo.
Ao reduzir nossas reservas cambiais em 100 bilhões de dólares para o pagamento de parte da dívida pública federal, ainda manteríamos montante superior ao das quatro maiores economias europeias juntas. Isso, além de reduzir a dívida pública, seria suficiente para colocar em pouco tempo o dólar abaixo de R$ 4,50, o que promoveria a queda da inflação para a meta de 3% em cerca de oito meses. É recomendável manter as nossas reservas cambiais em, no máximo, 12% do PIB, o que favorece sua valorização e, por consequência, impede a alta da inflação e melhora nossa posição no ranking mundial.
Caso Gabriel Galípolo, como se comenta, venha a ser o presidente do BACEN e adote a estratégia de substituir juros altos pela valorização do Real no combate à inflação, os investidores estrangeiros se interessariam por colocar mais dinheiro no Brasil, porque obteriam lucros em suas operações, como ocorreu no governo anterior de Lula, quando o Real passou de R$ 3,54 por dólar, em 2003, para R$ 1,66, em 2010. Não é compreensível que os investidores estrangeiros ainda acreditem na estratégia de Campos Neto e do mercado financeiro de promover previsões pessimistas sobre o crescimento do PIB brasileiro e, assim, inibir o ingresso de dólares na economia nacional para promover a queda da inflação.
Para o bem do Brasil, no combate à inflação, o Real valorizado é a solução!
*Ricardo Viveiros, jornalista, professor e escritor, é doutor em Educação, Arte e História da Cultura; autor, dentre outros livros, de “A vila que descobriu o Brasil”, “Justiça seja feita” e “Memórias de um tempo obscuro”.