E a vinda da Havan?
negociação entre Luciano Hang e os proprietários da área junto ao Mundo a Vapor se estendeu por bastante tempo. Foram meses de tratativas. Nas últimas semanas as partes chegaram a um acordo, inclusive com a definição dos valores, que, segundo fontes da coluna, seria na casa dos R$ 150 mil mensais durante 20 anos.
Ontem, encontrei o secretário Paulo Tomasini e de pronto questionei: “E então, tudo certo com a vinda da Havan?”. Ele, sem rodeio algum, respondeu: “Não vem mais”. E seguiu explicando: “Estava tudo certo, até os valores. Mas para nossa surpresa ontem (quarta-feira), o advogado me ligou dizendo que a família tinha recuado porque parece que receberam uma proposta melhor para um outro grande investimento naquele local. Parece que é para um empreendimento ainda maior que a Havan”, comentou Tomasini.
O secretário confirmou que mesmo sem fechar acordo para a construção do complexo naquele local, os representantes da Havan garantem que não desistiram da ideia de investir na região. “Eles (Havan) têm uma prioridade que é uma área na estrada Canela-Gramado. Tem que ser neste eixo, qualquer área que atenda as necessidades da empresa para um amplo prédio e um amplo estacionamento.
Nossa reportagem fez contato com a assessoria de comunicação da Havan durante a semana e novamente ontem, a resposta que recebemos foi: “Canela está no projeto de expansão, mas ainda não temos nada definido. O projeto continua em andamento”.
Caxias na Região das Hortênsias I
Está repercutindo em Caxias do Sul, desde semana passada, um pedido feito pela secretária de Turismo, Renata Carraro, para que sua cidade venha a fazer parte da Região das Hortênsias. Neste ano o Ministério do Turismo vai atualizar o mapa turístico, essa atualização acontece a cada dois anos e serve para definir microrregiões para exploração e divulgação de ações integradas. Renata entregou a solicitação durante um encontro com os secretários de turismo da nossa região. Uma documentação deve ser reunida e entregue à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo que, por sua vez, enviará para o Ministério do Turismo. Em agosto, o Ministério publicará a portaria com a atualização do mapa.
Caxias na Região das Hortênsias II
Bueno, dito isso, ressalto que vi lideranças caxienses que torceram o nariz quando souberam disso. O mesmo aconteceu com lideranças da nossa região. E esta coluna comunga dos que são contra. Primeiro porque em 2013, quando a Região Metropolitana da Serra Gaúcha foi constituída, Canela, Gramado e Nova Petrópolis almejaram fazer parte deste grupo de cidades ao redor de Caxias. Ficamos só na vontade.
Segundo porque os argumentos da secretária de Turismo caxiense não convenceram: afinidade e geografia. Concordo com a parte geográfica. Mas afinidade dá onde? Caxias faz divisa com nossas quatro cidades, mas está de frente para o outro lado, inclusive, desde 1971, faz parte da região turística da Uva e do Vinho. Em uma reportagem do Jornal Pioneiro, Renata largou essa: “A Região das Hortênsias está entre os principais destinos do país. Ficamos felizes e honrados com a acolhida desses municípios, que entenderam a participação de Caxias como oportunidade da região como um todo. Temos muito a trabalhar juntos. Vai ser oportunidade para ambos os lados”. E mais essa: “Já temos a sinergia em obras que são feitas (…) Teremos também o futuro Aeroporto de Vila Oliva, que vai atender toda a Serra Gaúcha, e os municípios vão usufruir de toda essa infraestrutura que podemos oferecer”.
Sim, Renata. Vamos usufruir do aeroporto, mas já que citastes isso, lembrei da sinergia que tivemos com relação a esse assunto. A senhora já ouviu falar do projeto do Aeroporto Regional das Hortênsias? Creio que sim. Foi linda aquela sinergia, né? E para fechar, penso que essa inclusão, que tomara que não aconteça, só Caxias será beneficiada. Turisticamente, Caxias e as cidades da Região das Hortênsias têm perfis e cultura muito diferentes.
O exemplo está mais perto
Outro dia, citei nessa coluna o que aconteceu na cidade mineira de Arcos, quando os vereadores de lá aprovaram redução dos seus próprios salários de R$ 6,2 mil para R$ 1,2 mil. Também já citei a sugestão do Marcelo Savi para reduzir de onze para nove o número de cadeiras no Legislativo canelense. Para alterar, de fato, é preciso uma emenda à lei orgânica e esta coluna faz votos para que isso aconteça.
Nova Petrópolis fez isso semana passada, quando aprovou a redução no número de vereadores (hoje são onze, a partir da próxima legislatura serão nove). Ali em Nova Petrópolis cada edil recebe R$ 2.455,09 mensalmente. O salário, somado à contribuição previdenciária patronal, vai representar uma economia anual de R$ 78 mil. Esta mudança na lei orgânica foi aprovada por nove a dois.
E a economia?
Levando em conta que em Canela cada vereador tem salário de R$ 6.128,05, se houvesse de fato a redução de onze para nove cadeiras, a economia chegaria a R$ 159 mil por ano, sem contabilizar os encargos. Essa economia poderia ajudar o HCC…
Ponto de vista
Dia desses, conversando com um dos vereadores comentei sobre a redução salarial que aconteceu lá em Minas e também sobre a atitude da Câmara Municipal de Nova Petrópolis e ouvi a seguinte resposta: “Eu acho que o que a gente ganha é pouco e além do mais, Canela tem mais população que Nova Petrópolis. E olha quanta coisa importante para Canela nós aprovamos”.
Naturalmente, eu discordo e me sinto no dever de compartilhar isso com o leitor/eleitor. Primeiro que a função legislativa no Brasil é distorcida, quem se dispõe a participar vai com o intuito de fazer ‘carreira política’ e é justamente isso que levou o país, em todas as esferas, para o fundo do poço. Sim, existem exceções, mas no geral maioria quer ganhar bem trabalhando pouco.
No caso da atual legislatura canelense, concordo que a quantidade de projetos aprovados está mudando a história da cidade, fazendo ela evoluir. São inúmeras pautas de grande relevância. Mas também concordo que governar uma cidade com maioria na Câmara é mais fácil, não importa se são 11 vereadores, se são 15, nove, sete, cinco…