A tentativa da secretária Carla Reis em economizar não foi bem sucedida. Na intenção de reaproveitar parte da decoração de outros anos, a levou a fazer duas licitações, uma para revitalização deste material e outra para a contratação do que faltasse, novo. Aí, uma delas (das licitações) deu sem interessados e atrasou todo o projeto.
Duas coisas
Além de que licitar em separada ser um risco muito alto, pois se vencessem duas empresas diferentes, montar conjuntamente, ao mesmo tempo e em plena harmonia seria muito difícil. Poderia ocorrer de ter duas concorrentes ali se engalfinhando. Porém, teve sim um outro elemento decisivo nisso que é o tempo. Essas licitações precisam serem feitas com bastante antecedência, no mínimo três ou quatro meses. Pois o vencedor terá de fabricar as peças. Além de ser bastante burocrático o setor público, quando os prazos encurtam é um Deus nos acuda.
Caritas
Além da pouca produção, um dos grandes problemas causados por uma investigação sem limites e organização, dia para começar e terminar, como é a tal da Caritas, é exatamente o que estamos sentindo com a Páscoa. Ninguém tem coragem de dizer isso, mas é a realidade. O afastamento sumário do ex-secretário Ângelo Sanches causou isso tudo. Processos públicos, como sabemos, já são demorados e complexos, e claro, num caso desses, atrapalha tudo, mais ainda. E sempre estoura na ponta mais fraca, naqueles que mais precisam. O prejuízo ao comércio é incalculável e discreto. O empresário pensa que os motivos para o seu fraco movimento são outros, tipo a pandemia, a baixa temporada e etc., quando na verdade é a máquina pública que manca pela dita investigação, aos moldes em que esta se dá, sem prazo para terminar e interrompendo o fluxo normal das mais diversas Secretarias. Aí tem-se até dificuldade em encontrar que esteja disposto a arriscar seu nome.
Carla Reis
Ela mesma aceitou sem nenhuma experiência como secretária, e embora esteja dando o seu melhor, só com o tempo é que muita coisa se aprende. Padece o Município, reflexo direto da Caritas, que no final das contas, pelo menos até hoje, sequer indiciou o ex-secretário.
Volta para a Câmara
Ao que tudo indica, Carla Reis deverá voltar à Câmara de Vereadores. Desde quando assumiu ela mesma afirmava que foi para isso que concorreu. A aptidão e vocação dela é para a cultura, que é só um pedaço da Secretaria, muito mais ampla e complexa.
Ângelo não voltaria
Mesmo que convidado o ex-secretário Sanches não voltaria para a pasta. Ele se considera injustiçado e abandonado, embora a bajulação durante o tempo em que tinha a caneta na mão. E, claro, quem não lembra como era Canela antes da tal da Caritas? Quem está com saudade levanta o dedo. Mas com certeza quem tem salário acima de R$ 20 mil, estabilidade e vota no Lula, não tem o que lamentar.
Néspolo e o PDT (FOTO)
O pré-candidato a deputado estadual Edson Néspolo esteve em Canela nesta semana, onde recebeu o apoio dos correligionários locais. Néspolo espera uma boa votação na Região das Hortênsias pela sua passagem como diretor presidente da GramadoTur no governo Fedoca. Seu reduto eleitoral, no entanto, é Caxias do Sul, onde fez mais de 33 mil votos como candidato a prefeito.
Caso Alberi
Apareceu alguém, um cidadão canelense, disposto a assinar a denúncia, baseada na investigação da Polícia Civil, contra o vereador Alberi Dias (MDB). Assim, durante a sessão da próxima segunda-feira, será avaliada pelos vereadores e, por votação, decidirão se a aceitam ou não. Se sim, é formada uma Comissão Processante para fazer a tramitação que terá prazo de 90 dias para, em votação novamente, decidir se será cassado ou não.
Volta ou não volta? (FOTO)
Os 60 dias de afastamento se encerram segunda-feira (4). Ocorre que há um item que causa dúvida no despacho do Juiz, se ele pode ou não voltar às funções de vereador a partir de então, caso não seja prorrogado este prazo. Pois, observem na imagem, o Juiz, nas condições para sua soltura à época, coloca no Nº 1 afastamento das funções públicas pelo prazo de 60 dias, prazo este que está vencendo. Mas no item 2º, sem colocar prazo, proíbe a aproximação das atividades que envolvam a administração pública, Prefeitura e Câmara. Logo, não poderia Alberi ser vereador sem se aproximar da Câmara. A coluna falou com a defesa de Alberi ontem, quando o advogado Dr. Tiago Bottene disse que em conversa com Alberi, decidiram aguardar, considerando “quase certo” que o Juiz Vancarlo Anacleto irá se manifestar a respeito. Caso contrário, semana que vem a defesa deverá fazer um pedido de informações ao magistrado sobre a dúvida.
Lula quer mais
Como Deltan Dalagnol publicou que arrecadou com seus fãs valor bem maior do que os R$ 75 mil de que precisa para pagar a condenação ao Lula, este, disse esta semana que pretende recorrer para aumentar o valor. Lembremos que daquela denúncia pública em rede nacional, onde apresentou o nome do petista como investigado, restou o mesmo condenado, em três instâncias. Imagina se tivesse a investigação não encontrado nada contra ele, qual seria o valor da condenação? Se a moda pega?
Coerência
Vários vereadores se manifestaram na sessão de segunda-feira sobre a questão dos alagamentos em Canela, em temporais. Todos, além de destacar o problema, enfatizaram, também, a necessidade de a população de conscientizar e ajudar a cuidar para que os canais da água não entupam. O principal fator é o tal do lixo ensacado. Se colocado na rua em momento impróprio, vem a pancada de chuva o os arrasta para os bueiros. Há, no entanto, muitos problemas sim que foram gerados pelas administrações passadas, pois segundo os vereadores algumas ruas sequer tem cano de esgoto pluvial.
Aqui pertinho
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD), foi afastado por seis meses do cargo junto com outros cinco investigados, incluindo os secretários municipais da Saúde e de Planejamento, na operação Copa Livre, que foi deflagrada ao amanhecer desta quinta-feira pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Os mandados atingiram 24 pessoas físicas e 15 empresas em endereços comerciais e residenciais, em instituições e órgãos públicos de Canoas e Porto Alegre, além de São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP), Barueri (SP), Santana do Parnaíba (SP), Nova Iguaçu (RJ), Niterói (RJ) e Contagem (MG). Sete dessas empresas foram proibidas de contratar com o poder público.
Texto: Cláudio Scherer | [email protected]