O ex-secretário do Meio Ambiente de Canela, Jackson Müller, segue preso em São Francisco de Paula. Preso pela segunda vez no âmbito da Operação Caritas da Polícia Civil no dia 1º de julho passado. Inicialmente permaneceu por 10 dias no presídio de Canela e após foi transferido para a cidade vizinha. Segundo o Jornal Integração apurou, as condições da instalação onde estava recluso em Canela era precária em alimentação e até em roupa de cama, tendo passado até frio.
A defesa de Müller teve novo pedido de habeas corpus negado esta semana. O desembargador Julio Cesar Finger, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, 4ª Câmara Criminal, despachou denegando a soltura no último dia 22 de julho. “Especificamente quanto as notícias de ameaças, observo que o registro de ocorrência aponta para a ação tanto do paciente como do impetrante, e “Que o contato feito por ambos é de várias maneiras, inclusive ligações, mensagens de telefone, e-mails e pessoalmente. Que os servidores têm muito receio por conta da personalidade do ex-secretário, que sempre se mostrou persuasivo, autoritário e intimidador, inclusive com o uso de arma de fogo aparente”, escreveu.
A defesa aguarda agora, sem data, mas possivelmente em uma semana, o julgamento em plenário, onde além de Finger, mais dois desembargadores têm voto.
Documento falso
Correu notícia esta semana de que o contracheque juntado no processo em nome de Tiago Becker não é falso. Um erro digital teria gerado o documento com o nome correto do investigado, mas com erro da função (profissão, engenheiro) e o valor da remuneração. O criminalista consultado pela coluna, no entanto, diz que é sim falso. “Dizem que não é falso, mas ele não ganha 13 mil reais e não é engenheiro. Ou seja, ideologicamente, é uma informação falsa. Ideologicamente o documento não é verdadeiro. Não quer dizer que o delegado falsificou, que alguém necessariamente quis falsear aquilo ali, é possível realmente. Mas o documento não é verdadeiro, o documento continua sendo falso e também era de fácil percepção. Ele não é engenheiro e estava sublinhada a palavra engenheiro pela polícia. Eu vou ter de perguntar se palavra engenheiro foi sublinhada também pelo sistema, não, não foi, mas ele não é engenheiro, então eles sabiam. São questões com estas que precisam ser explicadas”, disse.
Resposta do delegado
Consultado pelo Integração o delegado Vladimir Medeiros, responsável pela investigação, disse que não se manifesta sobre a Caritas fora dos autos. “Bom dia. A Polícia Civil de Canela não tem dado entrevistas ou se manifestado sobre a investigação policial, já que ela ainda está em andamento, bem como não tem realizado quaisquer discussões fora dos autos, que é, salvo melhor juízo, o único local adequado para contraposição de entendimentos jurídicos. Ademais, a estratégia de buscar desmerecer as instituições do sistema de Justiça, a investigação policial ou até mesmo os responsáveis pela apuração dos fatos e prisões é velha conhecida da Polícia Civil quando do enfrentamento da criminalidade. Por fim, registro que toda a atuação da Polícia Civil, nos diversos inquéritos policiais da Operação Caritas, como em todas as investigações do órgão policial, são balizadas pelo máximo respeito à legalidade, não havendo, em momento algum, ato irregular ou ilegal, como tem intentado afirmar os investigados”, respondeu a autoridade.
Denúncias
O MP através do promotor Bruno Pereira Pereira, responsável pelo processo da Caritas, ofereceu as primeiras denúncias por concussão no âmbito da Caritas. Jackson Müller, ex-secretário de Meio Ambiente;Anna Silvia Lopes Fonseca, proprietária da Terra Naturis Assessoria;AntonioArtigas do Nascimento Cavalheiro, sócio-fundador da empresa Arcamar Engenharia e Serviços LTDA, engenheiro de produção;Alvaro Tadeu de Marco, sócio-proprietário da empresa Arcamar Engenharia e Serviços LTDA, engenheiro mecânico;Bruna Maria Fioreze, ex-secretária adjunta de Meio Ambiente, Urbanismo e Mobilidade Urbana de Canela;Thiago Peixoto de Araújo, sócio-proprietário da empresa A&T Geotecnia e Meio Ambiente Ltda e Angelica Souza Cenci, sócia-proprietária da empresa A&T Geotecnia e Meio Ambiente Ltda.
A denúncia foi oferecida ao judiciário no dia 21 de julho e o Juiz da 1ª Vara Judicial da Comarca de Canela, Vancarlo Anacleto aceitou, mandou citar os agora réus, acima nominados. Assim, os acusados deverão se manifestar sobre as acusações.Resumidamente os réus são acusados de “criar dificuldades para vender facilidades” em processos de licença ambiental.
Concussão: É a atitude de uma pessoa que tem ou vai assumir um cargo público, e utiliza esse cargo de alguma forma para exigir, para si ou para outro, algum tipo de vantagem indevida.
Tomasini de atestado
A Câmara de Vereadores voltas às sessões ordinárias na próxima segunda-feira. O vereador Paulo Tomasini do PSDB, que enfrentou um enfarto no último dia 8 de julho, segue de atestado, pelo menos por mais 30 dias. Enquanto isso a suplente Leandra dos Santos, que somou 267 votos na eleição, assume a cadeira do PSDB. Ela é diretora do colégio estadual Danton Corrêa da Silva.
Mobilização pedetista
Na última terça feira, dia 26, o MCDR (Movimento de Cultura Darcy Ribeiro) realizou um jantar de pré-lançamento do seu candidato a Câmara federal. O professor de história Lauri Bernardes é o secretário nacional do movimento e tem mais de 50 anos de militância política dentro do PDT.
“A pré-candidatura do Lauri contempla todos os Brizolistas e militantes do nosso partido muito além do MCDR, ele tem a essência revolucionaria do militante, muita disposição e sem medo algum de enfrentar o sistema”, destacou o presidente estadual do MCDR e também presidente do PDT de Canela, Daniel Almeida.
O evento contou com a presença de outras lideranças do partido, como o também canelense e pré-candidato a deputado estadual, Luciano Zini, a presidente do PDT de Alvorada, Gisa Azambuja e o pré-candidato a deputado estadual de Caxias do Sul, Pedro Incert, que já foi três vezes vereador na sua cidade.