Dom Pedro II
Não é o imperador, é a rua de Canela que está em obras. A mesma que foi pavimentada com paralelepípedos na época do prefeito Ernani Reis e depois pavimentada com asfalto pelo prefeito Vellinho Pinto.
Polêmica
Acontece que, além da demora, a obra está polemizada em razão de não haver canos de drenagem. O prefeito Constantino comentou sobre isso, dizendo que não precisaria ser engenheiro para saber que ao asfaltar uma rua é preciso fazer o encanamento pluvial.
Retruque
Aí, na sessão da Câmara de segunda, o ex-prefeito Vellinho, que agora é vereador, e que é formado em engenharia, retrucou que o prefeito quer o atacar com isso e justificou que no seu tempo, quando mandou asfaltar aquilo, só colocou o asfalto em cima dos paralelepípedos, não dando atenção para o esgoto pluvial.
É rolo em cima de rolo
Vellinho não comentou, mas a memória não é igual em todos, que naquela época em que asfaltou aquilo o Ministério Público caiu em cima. Estava absolutamente tudo errado. Às vistas daquela investigação era falcatrua pura. Não foi só o esgoto que esqueceram. Era para ser 10 centímetros asfalto e só tinha 03. Era para ser feito por uma “empresa” contratada, mas foi feito pela Prefeitura.
Gosto muito de ouvir o Vellinho navegando por todos os cantos do município em suas falas, do alto do seu conhecimento de três mandatos de prefeito, mas sobre isso, e outras polêmicas, tem se esquivado…
Habitação
O assunto é recorrente, não apenas na Câmara de Vereadores, como no dia-a-dia do canelense. Mas, os vereadores o adoram. Tanto que não fazem nada para melhorar isso, pois o discurso tem seu valor no convencimento dos eleitores. E pior, dito pelo vereador Jerônimo, há dos próprios vereadores envolvidos na grilagem.
Sobre o tema, algumas falas de edis me chamaram atenção na sessão de segunda-feira. A vereadora Emília Fulcher fez mea-culpa pelo tempo em que está na política sem que tenha sido feito algo eficaz no sentido destas regularizações e se colocou disposta a promover alguma ação concreta neste sentido, conjuntamente. Roberto Grulke, Alberi Dias e Carmen Seibt também comentaram o assunto.
É mentira dele, ele quer te bobear
Já a fala do vereador do próprio partido do prefeito que chocou, acho que até a oposição se encolheu: “A Assistência Social é uma morosidade, eu estou ouvindo essa balela que o nosso presidente (Jefferson de Oliveira) falou, uma balela que enfiaram na sua mente, enfiaram na minha mente e eu estou quatro mandatos aqui ouvindo isso. Eu não acredito mais, só acredito vendo, nós aprovamos (lei) para regularizar todos os loteamentos irregulares há mais de quatro anos. Toda a vez que a gente vai na Secretaria de Habitação é essa conversa fiada. É mentira! Estão mentindo para nós. Vão nos enrolando e a gente acredita, porque a gente quer o que? O bem da comunidade que sofre com falta de água, com luz precária, com estrada que não dá para transitar e iluminação pública”. Assim, livrou de culpa os vereadores e disse que “quando o líder da oposição fala a gente tem de concordar”. Disse que houve há muitos anos sobre a regularização e está cansado, esperando por alguém que fale a verdade.
Esperança e fé
A vereadora Carmen, que esteve nesta Secretaria por algum tempo, falou com sabedoria a respeito do assunto habitação. Disse que é a Prefeitura que precisa se envolver com isso, com técnicos e não pela Assistência Social. Também sugeriu que cada um faça a sua parte. “Não é culpa da equipe”, defendeu, já que o vereador Jerônimo tinha os taxando de “cambada”.
O colunista concorda com essa colocação. Regularizar esses loteamentos todos é bom para todos, prefeitura, que passa a receber IPTU e moradores, que além de terem o título de suas propriedades, contarão com a estrutura básica necessária para uma melhor qualidade de vida.
Cambada
“O Orçamento da Assistência Social de Canela hoje é 1,8% do Orçamento (Municipal). Eles conseguem no máximo pagar o salário da cambada lá dentro”, disse Jerônimo e sugeriu elevar a 6% do orçamento municipal, o empenhado nesta Secretaria. Acho que ele pensa que o orçamento é de elástico. Rolim lembrou dados de 2020 que obteve na Prefeitura dando conta de que eram 1.242 famílias em situação de habitação irregular em Canela naquele ano e passou a ler os bairros onde residem, quando parou e disse que não continuaria para não constranger colegas de vereança. “E não vou ler todos para não constranger alguns colegas aqui, que são envolvidos diretamente com alguns destes condomínios irregulares da cidade de Canela”. Ora, seria de destacar os nomes e não fazer o jogo corporativo. Isso é uma denúncia grave, na minha visão.
Fissura
Ficou clara na sessão passada a fissura no MDB. E, como vai haver mais pretendentes do que vagas para concorrer a vereança no ano que vem, certamente alguns já estão pavimentando um novo chão. Alberi Dias acabou pedindo adiamento a um dos projetos do governo que estava na Ordem do Dia e irritou o líder de governo Roberto Grulke, que revidou colocando um empecilho em um dos pedidos de providência de Alberi, dizendo que a redação não era clara e sugeriu o voto contra. Na votação de fato só o próprio Alberi votou a favor da sua sugestão de que a Prefeitura fizesse uma lei obrigando os bancos a disponibilizar banheiros e bebedouros aos clientes. A interpretação do escrito no documento parecia que o município ficaria a cargo de instalar os banheiros e bebedouros.
Da roseira nasce espinhos, mas nasce também a flor
Não são só flores, mas também não somente espinhos. Diante de tantos comentários negativos dos vereadores o líder de governo Roberto Grulke decidiu mudar sua fala e bater a sineta para que o progresso do município nos últimos anos não fique no esquecimento. E lembrou que há alguns anos todos os dias saíam vários ônibus lotados com trabalhadores para outros municípios e que hoje é exatamente o contrário. Obviamente isso também produz alguns espinhos com os quais temos que conviver e resolver aos poucos, sendo exatamente a habitação o principal deles (espinho). “Agora nós temos um outro passivo”, que são esses ônibus que sobem a serra. Grulke disse que tem muito discurso, mas que há um incentivo a essas ocupações e depois o mesmo vêm fazer a cobrança ao município. Lembrou que muitos destes terrenos vendidos por particulares aos ocupantes são de área pública e que quando forem regularizados terão de serem ‘pagos’ novamente pelos moradores que já fizeram isso a falsos donos. “Não foi planejado lá atrás”, cutucou, especialmente ao ex-prefeito Vellinho, que hoje é vereador.
À moda miguelão
O vereador Jerônimo fez um pedido de informações na sessão passada para esclarecer algo que ouviu falar, de que a Prefeitura teria adquirido e distribuído entre os servidores “à moda miguelão”, iphones, inclusive com contas pagas. Mas, ao que levantou a coluna, não procede.
Em Brasília
O prefeito tem levado o secretário de Obras, Marcelo Savi, em suas viagens à Capital Federal. Nesta semana, porém, aumentou a mala, levando também o secretário da Fazenda, Luciano Mello. Como temos observado, Savi é dum dos prediletos do prefeito para sua sucessão. E, ao que se denota, Melo é o segundo desta fila. Savi é um sucesso de votos a vereador, e vem dando conta da Secretaria e Melo é o sucesso do CIDICA, a menina dos olhos da administração, além de tocar sem muitos percalços a Fazenda. Mas, aparentemente, mais um surgiu nesta fila, o presidente da Câmara, Jefferson Oliveira. Ele fala bem, acendeu ao cargo máximo na Câmara e teve uma chance de ensaiar na cadeira número um do município esta semana, já que o vice, Gilberto César, está de férias. E, na sessão de segunda chegou a dizer que se um dia for prefeito vai aumentar a remuneração dos que ganham menos na Prefeitura…
Perguntinha:
Jerônimo não quis ‘dedurar’ os colegas envolvidos com a grilagem. E você, sabe quem são os vereadores?