Cada vez mais filas. E nada a fazer, será? A vereadora e presidente da Câmara, Emília Fulcher, disse na sessão de segunda-feira que só no seu gabinete tem 14 pedidos de vagas em creche para os pais poderem trabalhar. Mas que a secretária (de Educação), disse que este ano não vai ser diferente. O também vereador de situação Alberi Dias sugeriu, sobre esse assunto, que os pais busquem o Ministério Público, pois “ouviu falar”, que alguns tiveram êxito entrando por lá. Os dois vereadores esperam que para 2023 a Prefeitura resolva isso (a falta de vagas nas creches). Aliás, não dá para deixar de repetir a habilidade do Alberi de fazer jogo duplo, triplo… Reclama e elogia na mesma frase, joga na oposição e na situação com extrema facilidade. Numa fala reclamou das filas para creche, da água que não chega ao Edgar Haack, embora há meses o reservatória está lá para ser instalado e termina com “é um governo que pensa no seu povo”.
Sem-vergonhice
O vereador do PDT, Jerônimo Rolim disse na tribuna da sessão de segunda que Ciro e o PDT apoiar Lula no segundo turno depois de passar todo o primeiro, todo dia, o chamando de ladrão, é sem-vergonhice. Disse que em razão disso em 48 horas seis se desfiliaram do PDT de Canela e que o seu candidato a deputado estadual, Edson Nespolo, também se desfiliou da sigla. Na sua visão os caciques do partido, presidente Carlos Lupi e o próprio Ciro, já têm cargo garantido no governo se Lula vencer a eleição. Até ali o edil foi bem. Mas para quem critica todos os CCs do governo, em todas as sessões, falando em “cheiro de corrupção”, “CCs em Canela é sinônimo de corrupção”, como o Joãozinho do passo certo, não revelar em quem vai votar também abre a brecha para pensarmos que até pode, no segredo da urna, votar em ladrão. Sendo assim, como pessoa pública e influenciador, revelar o voto, embora seja garantido por lei o segredo, seria o mais plausível.
Vellinho voto pro Lula
Diz ser pela orientação nacional do seu partido, o PDT, mas o voto do vereador e ex-prefeito, José Vellinho Pinto, no ladrão contumaz Lula certamente o bloqueia para qualquer crítica futura. Claro, pois se um pode o outro também pode. Reconduzir Lula à cena do crime, como disse seu vice Geraldo Alckmin, é liberar a mão grande, ou a unha comprida, como diziam no meu tempo de piá. Também toda aquela gritaria sua por uma CPI no caso Cáritas também perde totalmente o valor. É incoerente redirecionar um ladrão à cena do crime e coibir outros.
Jonne vota Bolsonaro
Já o terceiro vereador do PDT,JonneWulf, foi taxativo. Respeita quem vota diferente mas não segue a orientação do partido e vai de 22. Jonne portanto está livre para fiscalizar cada real público. Ele disse ter vergonha de ter colocado o adesivo do Ciro no seu carro. “Chamou o Lula de chefe de quadrilha, ladrão o tempo todo. Tem coisas que não dá para entender. Eu,JonneWulf, vou votar no Bolsonaro. Eu não sigo o partido nacional”, disse.
Na mesma sessão,Jonne também fez um desabafo sobre críticas que vem recebendo por se manifestar poucas vezes na tribuna da Câmara. Esclareceu que trabalha muito atendendo a comunidade, mas que não faz politicagem. E desafiou essas pessoas (os críticos) a se candidatarem e sentar naquela cadeira e falar nos três tempos; de 9, 5 e 3 minutos. Que vai seguir se manifestando apenas quando achar pertinente. Questionou sobre o que faz, de quantas vezes vai ao Hospital ajudar pessoas: “talvez essas pessoas não sabem disse”, disse. Exatamente sobre esta última frase “talvez estas pessoas não sabem disso” é que também sugiro ao vereador, que, de forma bem objetiva, faça semanalmente uma espécie de prestação de contas aos eleitores, é direito deles saberem dos passos do seu vereador.
Chegou a lei para eliminar fogos de artifício
Esteve na tribuna do povo da sessão passada a canelense Claudia Pauts. Ela apresentou aos vereadores projeto de lei de iniciativa popular para proibir fogos de artifício no município. Para isso foram apresentadas 1.931 assinaturas de populares. A motivação é o sofrimento que causa às pessoas especiais, idosos e crianças e animais domésticos e da fauna, “Comemoração e festa não combinam com sofrimento”. Segundo explicou na tribuna a população aderiu em massa à iniciativa, cientes de que já é hora de fazer este esforço pelo bem dos atingidos. Os vereadores todos se manifestaram a favor e por isso o projeto deve ser aprovado.
Outubro Rosa
A presidente da Câmara, vereadora Emília Fulcher fez um relato sobre sua própria experiência que chama atenção, sobre a campanha Outubro Rosa. A vereadora disse ser este um ano especial da campanha por fazer exatamente um ano que foi diagnosticada com o câncer de mama. Durante os 31 dias de radioterapia viu pessoas que melhoraram e outras que não tiveram a mesma sorte. Que só quem passa por isso sabe o que significa, que mesmo com toda a experiência sua em saúde (Emília foi presidente do HCC), perdeu o chão. “Num primeiro momento tu pensa que chegou teu fim, que não tem mais saída…Tu chega até te preparar para isso, mas o segredo é ter o diagnóstico o quanto antes”, disse. Dali a importância da campanha outubro Rosa, para que as mulheres busquem os exames preventivos regularmente. “É muito triste que neste tempo tu vê pessoas melhorando e também tu perde colegas que estão ali contigo. É muito rápido”, descreveu.
R$ 1,5 milhão para o Parque do Palácio
Os vereadores aprovaram na segunda-feira o projeto de lei 88, que autoriza o Poder Executivo a realizar abertura de crédito adicional suplementar por expectativa de excesso de arrecadação, no valor de R$ 4.380.258,05, no orçamento corrente. Parte deste valor, R$ 1,5 milhão deverá ser investido no Parque do Palácio. Os vereadores Jerônimo, Vellinho (PDT) e Felipe Caputo (PSDB), disseram que só não votam contra porque não veio um projeto em separado para este valor, sendo que do restante, um milhão é pra investir no Natal Luz. A oposição acha muito investir este valor “nas trilhas” do Parque do Palácio. Mas ao que o prefeito disse ao Integração outro dia em entrevista, até mesmo o cercamento da área está incluso. O JI vai acompanhar e fazer aquilo que o vereador Joãozinho disse em tribuna: fiscalizar. Só se pode acusar de corrupção com algum indício, alguma prova disso. Já para Jerônimo isso é “corrupção claramente. Tem cheiro de corrupção”. Para o vereador José Vellinho Pinto, ex-prefeito por três gestões no município e eleitor do Lula, “é o Ministério Público que vai decidir sobre esse um milhão e meio”, pois os vereadores não teriam autonomia para evitar o investimento.