Eu escrevi aqui nessa coluna que Canela e Gramado deviam dar as mãos na busca por uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. E os motivos são simples: primeiro porque o tal Instituto tem atuação REGIONAL, segundo porque juntas as duas cidades são mais fortes, terceiro porque os nossos governantes também precisam dedicar atenção às pautas regionais. Aliás, por onde andou a Amserra nessa causa regional?
Quando as cidades defendem pautas regionais elas demonstram grandeza. Mas neste tema Canela preferiu agir sozinha e teve que assistir o Governo Federal anunciar um campus para Gramado e agora terá que engolir isso. É duro, né?
Gramado saiu na frente nessa busca e eu lembro de entrevistar autoridades de Canela sobre o tema. Meses depois de Gramado se lançar nessa busca, me surpreendi, em setembro passado, com Canela anunciando que também buscaria uma unidade.
E como se não bastasse cada cidade estar puxando a brasa para o seu assado, na semana passada recebo a notícia sobre uma visita de Canela a Brasília para “seguir o pleito para a instalação de um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia no município”. E ainda na semana passada, no sábado, logo depois das 7h da manhã, o prefeito Nestor Tissot liga para o secretário Ike Koetz para dar a boa nova. E na segunda-feira (11), os dois já estavam em Brasília para o comunicado oficial.
No Rio Grande do Sul eram 32 cidades candidatas a receberem uma unidade do Instituto Federal, e cinco foram contempladas, Gramado, São Leopoldo, Porto Alegre, Caçapava do Sul e São Luiz Gonzaga.

PT lança pré-candidatura
O professor Márcio Boelter foi apresentado como pré-candidato a prefeito pelo PT em Canela. Boelter se colocou à disposição para formar uma majoritária e o presidente do partido, Francisco Pedroso, já aproveitou para afirmar que o professor é o pré-candidato. Essa apresentação ocorreu na noite desta quarta-feira (13), durante encontro na sede do Sindicato dos Metalúrgicos e também reuniu integrantes do PCdoB.
No dia 5 de janeiro, quando escrevi aqui nessa coluna que não botava minha mão no fogo sobre a formação de uma terceira via em Canela, o professor Boelter me mandou mensagem dizendo que “novidades surgirão”. E aqui está a novidade.
“Tomei uma decisão de me filiar ao PT e hoje estou dentro de uma federação partidária (PT, PCdoB e PV). Todos os partidos tem suas qualidades, ideologias e defeitos, mas nos últimos anos, na minha área que é a educação pública, o PT foi a entidade que melhor nos representou e nos defendeu, por isso essa decisão”, me disse ontem.
Boelter foi presidente da juventude do MDB em 2008, quando ajudou a eleger Luciano Melo como vereador mais votado de Canela naquela eleição. E ainda no início daquela gestão acabou se desligando do partido. “A juventude do MDB teve uma força muito grande, porém nós não fomos ouvidos no início daquele governo, nem na formação da estrutura governamental e eu decidi me desfiliar e não participei mais da atividade política, me dediquei à escola”, relatou.
E na escola Neusa Mari Pacheco – Ciep, do bairro Canelinha, foi diretor durante nove anos (2012-2021). Atualmente está como vice-diretor do ensino médio. “Essa decisão de me colocar à disposição não é uma brincadeira, nem uma aventura, é algo muito bem pensado. Me sinto preparado e encorajado para este desafio (…) Colocando essa alternativa como um fato novo, hoje somos um fato novo na construção de um projeto para nossa cidade. Essa é a luta no momento, mas quem vai decidir é a federação”, finalizou.
Partidos federados
PT, PCdoB e PV estão federados, isso significa que as três siglas podem formar uma nominata só com até 12 candidatos a vereador. Estarem federados têm o mesmo efeito de estarem coligados, a diferença é basicamente que a federação é em nível nacional (não pode ocorrer somente no município) e tem duração de pelo menos quatro anos (não pode ocorrer só para uma eleição).
Em Canela o PV ainda não tem nenhuma representação, mas está sendo criado e existe a expectativa de indicar pelo menos um nome para a nominata à Câmara de Vereadores. Quem está à frente da formação do PV em Canela é o artista e músico Pedro Campos, vice-presidente da feirinha ecológica. Outro exemplo de partidos federados é o PSDB e o Cidadania e em Canela o Cidadania terá pelo menos um nome na nominata a vereador.
Tá assinado
O vereador Alfredo Schaffer assinou ficha no PSD. A janela partidária abriu na quinta passada e nesta segunda-feira (11), durante um pronunciamento na Câmara de Vereadores, ele agradeceu ao PSDB e confirmou que havia assinado com o PSD, partido recém criado e para onde foi o também vereador Jone Wulff.

Partido perseguido
O presidente do MDB em Canela, Ademar Savi, esteve na rádio Integração Digital nesta semana para falar sobre o cenário eleitoral que está se formando. E entre os assuntos abordados esteve a Operação Cáritas da Polícia Civil, que investiga corrupção e irregularidades na Administração Pública.
Sobre este tema, Ademar disse que “como eu não estou envolvido nem gostaria de falar disso, que nem ali, o Osmar (Bonetto) quando foi citado, ele foi injustiçado, muita gente foi injustiçada. Eu acho interessante que é só o nosso partido que é perseguido. Mas isso o tempo vai dizer”.
Sobre a arrecadação partidária citada no inquérito como “Rachadinha”, onde Bonetto foi investigado, Savi comentou que ela segue acontecendo conforme a legislação determina, com registros bancários. Naquela ocasião, só para refrescar a memória do leitor, essa arrecadação partidária ocorria com o controle feito em anotações em um caderninho.
Carla vai, ou fica?
Pelos posicionamentos da vereadora Carla Reis na Câmara, e pelo que ela própria já disse em algumas ocasiões, existe uma insatisfação com o seu partido, o MDB. Já informamos aqui que ela está conversando com outros partidos, inclusive já se reuniu para um cafezinho com várias siglas e está amadurecendo uma definição sobre seu futuro político.
Na entrevista com o presidente do partido, foi dito pelo próprio Ademar que a Carla vai permanecer no MDB. “A Carla está com a gente e vai continuar com a gente. Quando ela se candidatou eu apoiei ela e ela sabe”, observou.
Sobre o ex-vice
Quando questionado sobre o distanciamento entre MDB e PSDB, Ademar opinou que Gilberto Cezar pode ter se retirado por entender que seria melhor atuar junto ao governo do Estado. “Eu não sei, mas talvez seja isso. A gente sabe que quando o prefeito saía, ele (Gilberto Cezar) não assinava nada, deixava tudo em cima da mesa, parece que tinha medo e para governar um município tem que ter coragem, tem que ser pra frente”, fraseou.
Desconversando
Na entrevista ao vivo, Ademar Savi não sacramentou que o seu sobrinho, Macelo Savi, será o candidato do MDB a prefeito neste ano, e não só isso, desconversou. Eu explico: O Juca Baio ouviu ele dizer com todas as letras que o pré-candidato é o Marcelo, mas aqui no estúdio preferiu jogar a confirmação para a convenção do partido. “Não posso citar nome de ninguém, vamos escolher na convenção. Nosso partido tem mais nomes”, disse.
Aqui ele também enfatizou que existem pelo menos três nomes dispostos: Marcelo Savi, Luciano Melo e Jefferson de Oliveira. Sobre o Luciano Melo, aliás, o Juca Baio me disse que ele tem encontro para um cafezinho com um partido de esquerda. Que tu acha?
Entrevistas
Os presidentes dos partidos de Canela e Gramado estão sendo entrevistados na Rádio Integração Digital. Terça-feira veio o Ademar Savi (MDB) e hoje vem o Francisco Pedroso (PT). Segunda que vem será a vez do Jerônimo Rolim (PDT) e na quarta o Marcelo Drehmer (Republicanos). As entrevistas começam sempre às 8h15 e pode ser ouvida pelo site www.leiafacil.com ou pela página do Integração noFaebook.
Não podemos…
Tchê! Uma tentativa de filiação recente ao partido Podemos em Canela deu o que falar na recém criada agremiação. Nomes entusiasmados e dispostos a se colocarem à disposição para buscar uma cadeira na Câmara Municipal ergueram o pala, meteram o pé, tocaram o cavalo, picaram a mula, foram ao mundo, ou simplesmente se desligaram o partido. Chame como quiser.
Nesta semana, após refletir, o presidente do Podemos, Athos Cunha, chamou o cidadão para prosear. “Pediram minha exclusão e não vou entrar no Podemos”, teria escrito em rede social o causador da debandada.