Foi o assunto que dominou as declarações na tribuna da Câmara de Vereadores na sessão de segunda-feira. E mais que isso, correu toda a cidade ao longo da semana. Teve abaixo-assinado, ação popular feita pelo PDT, manifestações partidárias, mobilização e articulação política para aprovar e também para derrubar o Projeto de Lei Número 73, que busca autorização dos vereadores para vender o Centro de Feiras.
Até ontem à noite, a ação popular levada à justiça seguia sem um despacho judicial e nos corredores do Legislativo tudo estava normal, com o programado de levar o projeto para a ordem do dia na próxima sessão, segunda que vem.
Estratégias
O prefeito quer a aprovação do projeto que lhe autoriza vender por pelo menos R$ 28 milhões, para investir em quatro projetos: construção de um ginásio municipal de esportes ali na Celulose, a construção da nova escola especial ao lado do Sesi, um novo posto de saúde no Leodoro de Azevedo e a construção de uma creche para idosos também ali ao lado do Sesi.
Constantino Orsolin esteve na rádio Integração Digital quarta de tarde e falou deste assunto. Segundo o que me disse, se o valor da venda não for suficiente para tirar do papel os quatro projetos, a Prefeitura bancará o restante pois, como afirmou, são projetos de suma importância para Canela.
Mas antes de qualquer ideia, é preciso a aprovação. É aí que mora o perigo. Uma vereadora da base aliada, a Carla Reis, já votou pelo arquivamento do projeto, se posicionamento contra a venda. Então é um voto que se junta aos opositores de Constantino junto com Vellinho, Jerônimo, Jone e Carmem. Cinco votos. Emília, Daniny, Mana, Alberi e Alfredo votaram favoráveis, sendo necessário o voto do presidente para desempatar e manter o projeto tramitando.
Bueno. Para garantir maioria, o prefeito entra em férias segunda-feira. O vereador presidente assume como prefeito em exercício, e sua vice, Carmem, assume a presidência. Nessa jogada ele impede Carmem Seibt de votar e ainda coloca um suplente do MDB (Carmem Jungton) que é favorável ao projeto e fecha a votação em 6×4. Parece fácil. Mas e se? E se a Emília seguir a orientação do partido que se manifestou contrário à venda?
Essa votação está na mão da Emília. Se manter o posicionamento que teve na sessão passada o resultado fica mesmo nos 6×4 e o prefeito vende o Centro de Feiras. Se ela mudar o posicionamento a oposição alcança um quinto voto e a decisão vai para o voto de minerva e já era a venda.
Prefeito sem merenda
A política canelense nos proporciona cada pérola que torna divertida a função de jornalismo nessa cidade. Constantino, desde sempre em suas visitas às escolas, experimenta a merenda que é servida aos alunos. Os professores não podem, e isso gerou consternação no vereador Jerônimo, que quer impedir, por meio de um Projeto de Lei Legislativo, que o prefeito experimente a merenda.
Na entrevista que tive com o prefeito eu trouxe esse assunto e ele explicou que os servidores recebem auxílio alimentação e por isso não podem usufruir da merenda, no caso dos professores. “Eles podem escolher, mas é claro que os servidores optam pelo auxílio que é de quase trinta reais por dia trabalhado”, e sobre a tentativa do vereador pedetista de pronto soltou essa: “Mas onde já se viu, cada um que cuide do seu ra**”.
E o assessor?
Mateus Fontana, que era assessor parlamentar do PDT na Câmara de Vereadores até dias atrás, não vai mais assessorar a bancada por divergências com Jerônimo. Ele está de férias, mas deve permanecer atuando na Câmara, ou seja, vai assessorar outro partido… provavelmente o MDB, onde já militou e até já ocupou Cargo de Confiança de Constantino.
Debandada do Podemos
O partido Podemos está sendo construído em Canela e eu já anunciei aqui quatro nomes que poderiam figurar entre os candidatos que pretendem buscar vaga na Câmara de Vereadores no pleito deste ano. Notei motivação e muito boa vontade em estar à disposição. Sabe aquela coisa de namoro novo? Love pra cá, love pra lá. Estava assim. Pois é, estava.
Nessa semana uma filiação no partido foi como um “terceiro personagem” nesse namoro novo e já deu rusga. Dois dos nomes que estavam com o olhinho brilhando pularam da barca e, como um deles me disse, “eu já tô fora, não quero mais nem conversa. Eles perderam mais dois”. Parece que a lua de mel terminou antes de ‘esquentar’.
Bairro Boeira
Na sessão ordinária deste semana, o representante do bairro Boeira, Tiago Souza Rodrigues, ocupou a tribuna do povo para falar dos problemas enfrentados no bairro onde mora. Alagamentos e furtos nortearam o desabafo do contribuinte. “Estamos tendo questões erosivas. Casas frequentemente alagadas, falta escoamento que causa o acumulo de água que invade as moradias. Muitas casas com risco de serem condenadas. É um problema antigo e simples de resolver, não precisa de mágica, faltam alguns metros de canos. Mas estamos cansados de solicitar para as autoridades uma resolução. Peço encarecidamente que resolvam esse problema”.
O que diz a Prefeitura
Conversei na terça-feira (27), com o secretário de Obras, Marcelo Savi, que comentou que a rua Antônio Zini está com o projeto em fase de licitação para receber as melhorias necessárias. Ele justificou que o problema é antigo e que vai tentar resolver. “São redes pequenas, mal feitas, e por baixo das casas. Não tem explicação o que fizeram ali no passado. Agora temos que resolver isso, uma delas já estão em licitação e as demais também terão que ser refeitas”, disse.
