Coluna publicada no dia 24/07.
Por muito tempo, em diversas cidades do Brasil, a política foi confundida com uma espécie de balcão de favores. Um pedido aqui, uma “forcinha” ali — e, de maneira quase informal, o interesse particular acabava se sobrepondo ao bem coletivo. Em Canela, essa cultura parece estar sendo confrontada com mudanças importantes na gestão pública. Na nova administração do prefeito Gilberto Cezar e do vice Tolão, há sinais claros de que esse modelo de “favorzinhos” está com os dias contados. E isso é positivo.
Estradas em propriedades
Há relatos, especialmente no interior do município, de que agora a Prefeitura de Canela tem recusado pedidos para uso de máquinas e materiais públicos em propriedades privadas. Situações como “passar uma patrola dentro do terreno”, “levar umas cargas de brita para arrumar o pátio” ou “dar uma ajeitada numa estrada de acesso exclusivo” não estão mais sendo atendidas. Essas demandas, comuns em gestões anteriores segundo moradores, estão sendo reavaliadas sob a ótica da legalidade e do interesse público. A função do poder público não é atender pedidos individuais que se confundem com benefícios pessoais. O recurso público, como o próprio nome diz, é de todos — e precisa ser aplicado com justiça, transparência e responsabilidade.
Gera incomôdo
Em muitos casos quem pede esse serviço, não faz ideia que legalmente é proibido. Mas quem atende, sabe que está fazendo um favorzinho, uma politicagem para mais adiante fazer aquela troca de votos. Claro que isso pode gerar incômodo em quem estava acostumado com “atalhos”. Mas é um incômodo necessário. Quando se administra para o coletivo, é preciso romper com vícios do passado. Afinal, se a prefeitura atende um pedido particular hoje, por que não atender todos os demais amanhã? E aí, onde termina o interesse público e começa o privilégio?
Estrada pública
Se uma estrada pública está ruim, deve ser arrumada. É dever do governo. Mas se o problema está dentro de uma propriedade privada, cabe ao proprietário resolvê-lo. Esse é o ponto. A separação entre o que é público e o que é privado precisa ser clara e respeitada.
Felipe Caputo
Chegou a informação que o vereador Felipe Caputo (PSDB), estaria renunciando à presidência do partido. Falei com o próprio parlamentar e ele adiantou que não permanecerá como presidente, mas será após a convenção do partido. Que até lá, permanece no comando da sigla. Ele citou que não seguirá, pois está com muitas atribuições como presidente da Câmara de Vereadores e os afazeres profissionais, já que ele atua na área da saúde como fisioterapeuta e uma atenção maior com a família.
Agente cultural
Leitora da coluna, a professora e moradora de Canela, Ana Oliveira foi umas das 43 profissionais selecionadas no Rio Grande do Sul para compor esta rede de mobilização cultural, com a missão de articular, comunicar e potencializar as ações culturais na região. A agente cultural deu início em novembro de 2024 como Agente Territorial da Cultura, integrante do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC) do Ministério da Cultura (MinC).

Articulação com Ministério da Cultura
Ana relatou que foram 6 municípios articulados e ouvidos junto ao MinC, com aproximações reais e atividades em conjunto com o Comitê de Cultura. “Temos muito trabalho pela frente, o programa finaliza apenas no ano que vem”, disse. Na Serra Gaúcha, Ana atua especificamente na região de Caxias do Sul. São 18 municípios, onde é desenvolvido um plano de trabalho baseado na escuta ativa e na partilha contínua com os fazedores de cultura locais. “Como agente territorial e mobilizadora, meu papel é criar pontes entre as políticas públicas do Ministério da Cultura e as demandas reais das comunidades, valorizando os saberes e práticas que já existem no território e buscar visibilizar todos os fazedores de cultura. É também um trabalho onde educação e cultura estão profundamente ligados”, explicou.