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Não podemos normalizar a violência

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Coluna publicada no dia 21/07.

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A madrugada de hoje, segunda-feira (21) foi marcada por mais um assassinato em Canela. Contudo, nos últimos meses, esse cenário tem sido abalado por uma escalada de violência, com crimes relacionados, em grande parte, ao tráfico de drogas. O que antes parecia algo distante, típico de grandes centros urbanos, agora está batendo à porta da nossa comunidade — e, o que é mais grave, começa a ser tratado com certa normalidade pela população.

Assusta a reação

Preocupa quando parte da sociedade reage a esses homicídios com frieza ou até mesmo com indiferença, sob a justificativa de que “eram pessoas envolvidas com o crime”. Essa mentalidade perigosa ajuda a naturalizar a violência, como se a morte pudesse ser justificada ou merecida. Ao fazer isso, corremos o risco de abandonar valores como humanidade e justiça.

E as famílias?

Mais do que números ou perfis criminais, as vítimas são seres humanos. E cada vida perdida representa o fracasso em combater um problema maior: o avanço do crime organizado em áreas até então vistas como pacatas. Canela está, sim, vivendo um momento preocupante. O tráfico de drogas e suas disputas territoriais passaram a fazer parte da realidade local, desafiando o poder público, as forças de segurança e a própria sociedade. E outra: com isso, muitas famílias sofrem, pais choram suas perdas.

Mas como chegamos até aqui?

O tráfico não se instala do dia para a noite. Ele avança aos poucos, aproveitando vulnerabilidades sociais, lacunas na fiscalização, desigualdade, desemprego e até a desinformação. A presença de facções, antes limitadas a regiões metropolitanas, agora se alastra para cidades do interior, onde encontram menos resistência inicial e mais terreno para crescer. E outro ponto: se isso está ocorrendo é porque há consumo. Aquela cocaína que tu cheira, a “ervinha” que tu fuma, mesmo que seja “só para passar um tempo”, ajuda — e muito — a financiar o tráfico de drogas.

Como reagir? Como fazer parar?

O combate à violência e ao tráfico de drogas exige uma ação conjunta. Polícia e repressão são fundamentais, mas não bastam. Precisamos de políticas públicas eficazes, investimentos em educação, cultura, esportes e oportunidades reais para jovens e famílias em situação de vulnerabilidade. O tráfico se nutre da ausência do Estado e do abandono social. É preciso ocupar esses espaços antes que o crime o faça.
Também é fundamental o papel da comunidade. O silêncio e a omissão ajudam a perpetuar o problema. Denunciar, participar de conselhos, apoiar projetos sociais e cobrar medidas são formas de ajudar a combater.

É bom ser torcedor

Claro que torcer para um time não traz apenas alegrias. Sofremos, ficamos tristes com derrotas e, às vezes, o insucesso “estraga o dia” ou o final de semana. Mas é bom. Ontem, domingo (20), fazia tempo que eu não me sentia torcedor de arquibancada. Desta vez não fui a trabalho e acompanhei o empate do Gramadense diante do Veranópolis, na Vila Olímpica, pela Divisão de Acesso. Fui como torcedor. E estava bom. Tomei minha cervejinha, esbravejei, xinguei o adversário e a arbitragem, fui até o alambrado — enfim, vivenciei como um torcedor. Vale a pena ir ao estádio, e o Gramadense está merecendo esse acolhimento. Mais uma vez houve um bom número de torcedores, mas sempre é bom mais. Acredito que, mesmo distante, o novo estádio vai trazer um sentimento positivo de pertencimento da comunidade com o clube. O próprio Gramadense poderá buscar essa parceria com estádio próprio junto ao torcedor, por meio de planos de sócios. Isso ajuda, e muito.

Grêmio assusta

Por outro lado, o Grêmio está assustando seu torcedor. As atuações não apontam qualquer possibilidade de melhora. O time não compete, não ganha sequer divididas. É um grupo desequilibrado, com jogadores — em sua maioria — que não têm perfil de competitividade, e um meio-campo que praticamente não marca ninguém.

E não é culpa do técnico Mano Menezes, que está tentando ajustar as peças, mesmo que sejam deficientes. Time ruim, mas competitivo, mostra alento ao torcedor. Já um time ruim e sem vontade, é desolador.

Linha Araripe conquista a taça

As emoções das rodadas finais do Campeonato Municipal de Canastra tomaram conta da Linha São Roque, no interior de Gramado, no sábado (19). No final, a Linha Araripe sagrou-se a grande campeã do torneio. Ao todo, 40 equipes participaram da competição. A Linha Ávila A conquistou o 2º lugar, mostrando a força de seus jogadores, enquanto a equipe da casa, São Roque, ficou com a 3ª colocação no pódio. A Linha Ávila B completou o G4, na 4ª posição. O Campeonato Municipal de Canastra, que mobilizou a comunidade e promoveu a integração entre as linhas do interior, foi um grande sucesso. O secretário de Esporte e Lazer, Lucas Roldo, destaca a importância do evento:
“É gratificante ver a comunidade reunida em torno do esporte e do lazer. O campeonato de canastra é uma tradição em Gramado e fortalece os laços entre nossos moradores, além de proporcionar momentos de diversão e competição saudável”, comenta Lucas. Na foto, todos os premiados.

Prefeitura de Gramado/Divulgação

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