Coluna publicada no dia 09/07.
Nem sempre a vida segue o cronograma que idealizamos. Muitos de nós crescemos ouvindo que há tempo para tudo: tempo de estudar, trabalhar e realizar sonhos. Mas e quando os planos atrasam? Quando a oportunidade não vem na juventude? Quando parece que o trem já passou? É aí que entra a história de Paulo Josué — ou Paulinho Josué — um jogador canelense que encontrou sua chance no futebol profissional mais tarde do que a maioria. E soube agarrá-la. Aos 36 anos, ele é capitão, artilheiro e símbolo do Kuala Lumpur City, clube da Malásia. Mais do que isso: defende com orgulho a camisa da seleção nacional daquele país. Um feito grandioso, ainda mais para alguém que saiu de campos amadores da Serra Gaúcha e passou pela escola pública, enfrentando os desafios típicos de quem nasce longe dos centros de visibilidade do futebol. Detalhe, a oportunidade para ele chegou aos 21 anos, tarde quando se trata de tentar algo no futebol profissional.
Mensagem de esperança
O que torna a trajetória de Paulo Josué especial não é apenas o sucesso em campo, mas o que ela representa fora dele: uma poderosa mensagem de esperança para aqueles que acham que já é tarde demais para conquistar algo. A história dele inspira não apenas crianças e adolescentes — como as que ouviram suas palavras no Centro Social Padre Franco — mas também adultos que carregam sonhos engavetados, metas adiadas, desejos que o tempo tentou sufocar. Seu exemplo nos lembra que a vida não é uma corrida contra o relógio, mas uma jornada de preparo constante.
Vontade de desistir
Quantas vezes nos sentimos tentados a desistir? A achar que já não dá mais tempo? Que a idade, as circunstâncias ou os fracassos anteriores são barreiras definitivas? Paulo Josué nos mostra o contrário: com fé, persistência, estudo e disposição para continuar lutando, é possível reescrever a própria história.
E quando chega a oportunidade?
Mas há um detalhe fundamental em tudo isso: estar pronto quando a oportunidade chegar. Porque, mesmo que ela venha tarde, é preciso estar preparado. Seja no futebol, na advocacia, na medicina, na arte ou em qualquer outra área, a preparação é a ponte entre o sonho e a realização. Paulo não parou de treinar, de acreditar, de cuidar de si. Quando a porta se abriu — mesmo que tardiamente — ele estava pronto.
É difícil, mas vale a reflexão
Seu exemplo serve de reflexão: talvez a vida esteja nos pedindo apenas mais um pouco de paciência, mais um passo de coragem, mais uma dose de disciplina. E quando menos esperarmos, aquela oportunidade tão aguardada pode finalmente chegar. E quando ela chegar, que a gente esteja como Paulo Josué: preparado, inteiro, com o coração cheio de fé — e a alma pronta para vencer.
Projetos sociais
Claro que vale muito este aprendizado da persistência, mas muitas crianças e adolescentes precisam ter onde buscá-las. Aí que me refiro novamente, até posso estar sendo chato com isso, mas temos que ter em Canela mais oportunidades de inclusão social. Parcerias público/privado, buscar nas entidades e escolinhas e também na área cultural, tentar inserir estes jovens. Centro Social Padre Franco, agora com nova direção é uma destas associações que merece este reconhecimento. Temos entidades culturais e esportivas que também pode buscar algo e tentar oportunizar o máximo possível de incluir quem não tem recursos para custear aulas particulares.
Meninas em quadra
Chegou a hora das mulheres entrarem em quadra, no ginásio Carlinhos da Vila. Neste ano, quatro novas equipes participarão do Campeonato Aberto de Futsal Feminino, que iniciará amanhã, quinta-feira (10), totalizando sete equipes em disputa pelo título. As partidas acontecerão a partir das 19h30.
As equipes Clínica Futsal e UNPF, de Nova Petrópolis, União de Gramado e Elite Futsal de Canela, aderiram ao evento este ano, tornando a competição mais acirrada. Na primeira rodada acontecerão os seguintes confrontos: Donna F.F. x Elite Futsal, Clínica Futsal x UNPF e Blackout x União Gramado. Na foto, a equipe do Antes do Bar que retorna a competição, representante de Canela e Nova Petrópolis onde meu amigo Everson Nogueira é o treinador.
