SIM, EMPOBRECEMOS

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Por Eno Weber

Novamente somos pegos por estas surpresas, que não são surpresas, em razão da inevitabilidade da morte, sua concretude. Um fato que não tem regras estabelecidas, nem previsibilidade. Ela acontece e pronto. Agora chamou o escritor e jornalista David Coimbra, no auge de sua produção intelectual, após nove anos de luta contra um câncer diagnosticado em 2013. Não conheci, nem nunca tive contato com o jornalista. Tampouco acompanhava suas participações nos programas de esporte, onde também era considerado craque. Foram os escritos no jornal e seus livros que estabeleceram a identidade cultural e admiração. David era daqueles talentos que dão em mancha, como se dizia lá no Canelinha antigo. De tempos em tempos, ou talvez de geração em gerações somente e olhe lá. Seus textos revelavam seu amor à vida assim como ela é. E que extraordinária capacidade de escapar do patrulhamento ou ignorá-lo, mantendo-se fiel ao seu pensamento, confiando na força do argumento.

Falar o chavão dizendo que ficamos mais pobres estabelece parte de uma verdade, pois os escritos ficaram no papel para sempre e as ideias fixadas em muitas mentes, para serem consultadas e saboreadas culturalmente. Como consolo, resta acreditar na possibilidade de restabelecer a prosa em outro plano. Há poucos anos foi o Paulo Santana, agora o David Coimbra, outros escritores/jornalistas surgirão e o espaço será preenchido, restando a nós reconhecer o privilegio de ter podido desfrutar da sabedoria destes talentos gaúchos, em nosso tempo.

DESCORTESIA OU ALERTA

Não tenho lembrança de episódio semelhante ocorrido em nosso Brasil. Refiro-me ao desconvite feito ao ministro presidente do STF para palestrar em Bento Gonçalves na CIC (Centro da Indústria e Comércio), agendada para o dia 03 de junho. Foi solicitado que não viesse. Em um primeiro momento a atitude pode ser classificada como uma grosseria se for desconsiderado tudo o que aquela corte suprema produziu nos últimos anos. No entanto, se as tropelias e o ativismo político escancarado for considerado, o puxão de orelhas dos gringos poderá servir como lição, por mais insensíveis e achados que sejam seus membros. Se o gesto terá algum efeito no comportamento profissional de suas excelências jamais se saberá, no entanto, o travesseiro como o melhor dos conselheiros, como diz a turma antiga, talvez consiga um milagre.

RÁPIDAS E SELECIONADAS

  • Com cerração, umidade, frio, como vistos em alguns dias inteiros na última semana, falta o quê? Ninguém merece. Tenho o privilegio de ver minha certidão de nascimento amarelar, talvez resida aí a minha restrição por este frio úmido. Devia ter me acostumado, por sempre ter aqui residido, mas não tem jeito. Este ano nem o verãozinho de maio deu as caras.
  • Deve começar a ser avaliado pelas autoridades rodoviárias o alargamento paulatino da estrada RS que leva ao Salto/São Chico que não tem o mínimo de acostamento. Por segurança e também considerando o tráfego de ciclistas e cavalarianos, modalidades de lazer e cultivo das tradições, em franco desenvolvimento.
  • Em maio o Parque do Caracol recebeu 19.588 visitantes pagantes e mais 735 isentos (soma de canelenses e favorecidos da política), totalizando 20.323 pessoas. Os pagantes deixaram nas bilheterias R$ 484.710,00. O tempo chuvoso do mês interferiu na visitação.
  • Neste dia 30, completaram-se 34 anos do falecimento de Benito Bertolucci aos 68 anos de idade. Foi vereador na segunda legislatura pelo antigo PTB e vice-prefeito na primeira administração de Günter Schlieper.
  • Faz 23 anos, completados neste dia primeiro, que faleceu Theodomiro de Souza, o Alemãozinho. Como esportista, prestou relevantes serviços ao Serrano principalmente. Em Canela, aliás, tivemos grandes esportistas como os irmãos Jau e Nadir, Teodoro Ferreira, Anúncio Rodrigues, Orlando Deóti, Ernesto Comellate, Seu Clayton… que fizeram o futebol acontecer por décadas. Alemãozinho fazia parte deste rol.
  • No dia 04 de junho de 1988, portanto há 34 anos, no centro de Porto Alegre, foi morto a tiros o jornalista e deputado estadual José Antonio Daudt. Uma sucessão de erros que começou no Palácio Piratini, impediu a elucidação do crime, constituindo-se em um fiasco investigativo da polícia. O crime prescreveu.

“Um verdadeiro poema continua sempre… Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte, não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras!

Mario Quintana.

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