E aí, minha gente, tudo bem? Ou melhor, dentro do possível, né? Porque depois dos últimos acontecimentos, tá difícil encontrar alguém que não esteja decepcionado, envergonhado ou até incrédulo. A sensação que ficou no ar é a mesma daquela bronca coletiva na escola: todo mundo leva junto, mesmo que nem todos tenham culpa no cartório. A comunidade, nestas ocasiões, generaliza. Vamos lembrar do ex-presidente da Casa, Jefferson de Oliveira, que na Legislatura passada cansou de falar que não aguentava mais ser colocado no mesmo balde quando chamavam alguém de ladrão.
Convencimento
Pois bem, a sessão da Câmara ontem foi exatamente isso. O clima? Pesado. Carregado. A maioria dos vereadores passou a fala inteira tentando separar que há políticos bons em um mar de lama que tem manchado a política local. E olha, quem pode julgar a comunidade por estar cansada? Porque não é de hoje que a gente vê notícia de corrupção e, claro, a paciência do povo já era.
Dois vereadores foram mais diretos nesse assunto: Rodrigo Rodrigues (PDT) e o presidente Felipe Caputo (PSDB). Eles reconheceram que agora a luta deles não é só legislar, mas também provar que são diferentes. Que não estão no mesmo balaio. Que nem todo político é igual. E isso, convenhamos, não é uma tarefa fácil. Ainda mais quando os eleitores já vêm de uma sequência de escândalos e desilusões.
Processo de cassação
E tem mais: além da polêmica criminal, agora tem também um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar rolando na Câmara contra o vereador Joãozinho, que está no olho do furacão. E aqui eu pergunto: vale a pena? Porque a gente sabe que isso só serve pra desgastar ainda mais a imagem dos vereadores, que vão ter que julgar um caso que a própria Polícia ainda nem finalizou. Mas, ao mesmo tempo, não dá pra ignorar a pressão popular. O povo quer atitude, quer resposta, quer ver alguma consequência.
O colega de partido de Joãozinho, Cabo Antônio (MDB), já avisou que, se houver condenação da Justiça, ele não quer dividir plenário com o vereador. Só que, por enquanto, tudo ainda está no “se”. O que já se sabe é que ninguém quer carregar esse peso político.
Agora, seja qual for o desfecho, o estrago já tá feito. A política canelense – que já não tem lá muita credibilidade – sofre mais uma vez um baque. E, como sempre, todo mundo paga junto. Porque, no fim das contas, a máxima nunca falha: os bons pagam pelos maus.
Mais interesse
Outra fala que me chamou atenção partiu do presidente Caputo. Segundo ele, a comunidade precisa se interessar mais pelo trabalho legislativo, comparecer às sessões e entender de fato qual é a função de um vereador. Ele aponta que as pessoas terão mais discernimento ao escolher seus candidatos no pleito. Concordo. Muitos votam apenas por votar, seja porque um amigo pediu, seja por não conhecer bem os candidatos. Enfim, isso é inadmissível. O voto deve ser feito com consciência e jamais tratado como algo banal. Depois que a m#@#* acontece, não adianta reclamar. Afinal, nem o teu direito de voto foste capaz de exercer de forma correta.