Coluna publicada no dia 12/06
Antes que a chaleira ferva de vez, quero deixar uma coisa bem clara aqui, pra todo mundo entender direitinho: eu sou um baita entusiasta do governo Gilberto Cezar. Sim, sou! E não é de agora. Quero, do fundo do coração, que esse governo dê certo. Que avance, que resolva, que encare os pepinos e que, no final das contas, entregue uma Canela melhor pra todo mundo. Mas claro, como bom vivente dessa terra, não vou deixar de apontar os tropeços, porque é disso que vive a boa política: de olho aberto e lombo firme.
Não é pessoal
Quando eu falo aqui, nesta humilde coluna, nunca é pra atacar CPF. É sempre pro cargo, pro papel, pra função. Eu sei separar bem a pessoa do posto que ocupa — coisa que muita gente não sabe fazer por aí. E se alguém do governo se doeu com alguma crítica, como parece ter acontecido essa semana… bom, eu até entendo. Ninguém gosta de tomar cutucada. Mas a função da gente aqui do outro lado do balcão é essa: fiscalizar, questionar, bater palma quando tem que bater, mas também puxar a orelha quando precisa.
Sobre a ausência
Vou voltar rapidinho naquele episódio da inauguração da primeira etapa da obra da Corsan. Sim, aquela que entregaram ali com pompa e discurso — e nenhuma alma viva do Executivo de Canela apareceu pra bater palma. E olha que, pelo que fiquei sabendo, o convite ao prefeito Gilberto foi feito só por telefone, meio em cima do laço, sem muito protocolo. Ainda assim, ninguém do alto escalão por lá? Achei estranho. Achei um silêncio barulhento demais.
Mas tá tudo certo, já passou. Não é isso que vai mudar o rumo da cidade. O que me incomodou mesmo foi a reação exagerada de uns e outros, como se apontar esse detalhe fosse um crime. Gente, calma. Um pouco de crítica não mata ninguém.
Sobre o rolo dos salários da escola
Outra treta que deu pano pra manga foi o atraso nos salários dos servidores da escola Adriana Spall Wingert. Virou assunto de corredor, boteco e grupo de WhatsApp. Mas, a coisa se resolveu num tapa. Foi rápido. E ao meu ver, o governo agiu certo. Caiu a bomba no colo? Caiu. Mas teve jogo de cintura pra resolver. Não ficou fazendo discurso bonito nem empurrando pra debaixo do tapete. Resolveu.
Crise vai ter
Eu sigo dizendo: o importante não é o problema que aparece, mas sim o jeito como o governo responde. E nisso o Gilberto e sua tropa têm se virado bem. Já vi crise muito maior ser deixada de lado, ignorada, ou jogada no colo de alguém. Aqui, até agora, tenho visto ação. Isso é bom. Isso é o mínimo. Mas também é justo reconhecer.
O passado que virou muleta
Agora… deixa eu tirar um espinho do pé aqui. Não aguento mais essa comparação com o governo passado. Toda hora é um “ah, mas o governo anterior não fez”, “ah, mas na gestão passada era pior”, “ah, mas nós herdamos isso”. Chega. Essa ladainha cansa.
Sabe por quê? Porque agora a caneta tá com vocês, meu povo. Vocês tão no comando. São vocês que assinam, que decidem, que executam. O povo votou, confiou, entregou a chave da cidade — e ninguém mais quer saber do que o outro fez ou deixou de fazer. O tempo do “e se” acabou em 2024. Agora é “e daí?”, “e agora?”, “e vocês?”
Ninguém aqui torce contra
Importante reforçar: não tem ninguém aqui torcendo contra. Muito pelo contrário. O que mais quero é ver esse governo acertar, brilhar, dar show. Porque se vocês acertarem, Canela inteira ganha junto. Mas pra isso, tem que largar o ranço, parar de achar que toda crítica é ataque pessoal e começar a olhar pros apontamentos como um sinal de que tem gente interessada que de certo, não como pedrada.
Menos política
A politicagem sempre vai existir. Sempre vai ter um tentando puxar o tapete do outro, plantar discórdia, fazer barulho só pra aparecer. Mas a boa política — aquela que bota o povo em primeiro lugar — exige maturidade, humildade e disposição pra escutar.
Escutar até os chatos como eu. Porque às vezes, no meio de uma crítica atravessada, tem um baita alerta disfarçado.