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Viabilidade de R$ 95 mil? Só se for pra desistir

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Coluna publicada no dia 05/08.

Mateus Fachin, empresário e canelense nato, na volta das sessões da Câmara de Vereadores de Canela, subiu à Tribuna do Povo para fazer o que poucos fazem: escancarar, com números, o que tem afastado investimento e desenvolvimento de Canela. Ele não foi com firula: contou que precisou pagar R$ 95 mil só para protocolar uma viabilidade de projeto. Sim, viabilidade, aquele momento em que o empreendedor nem sabe ainda se o projeto vai sair do papel.

Não é taxa de aprovação, não é alvará, é antes de tudo isso. E ele reforça: não é contra pagar taxa, é contra o momento em que ela é cobrada. “Se a taxa vier lá na frente, no alvará, quando o projeto vai sair, tudo certo. Mas pagar antes de saber se vai dar certo? Não fecha a conta”, disse Mateus. E tem mais: o projeto dele ainda teria outras taxas que somariam mais de R$ 250 mil até o protocolo final.

Alguém duvida que esse tipo de coisa espante qualquer um?

E não para por aí

Mateus também trouxe uma situação envolvendo um terreno comprado para edificação. Pagaram R$ 3 mil de IPTU, como vinha sendo feito. De repente, sem aviso, foram cobrar R$ 15 mil. Motivo? A prefeitura teria alterado o enquadramento para “terreno baldio”, mesmo com um prédio de cinco andares em construção no local.

E tem mais: o empresário ainda corre o risco de pagar juros sobre a diferença, mesmo tendo quitado o valor que foi emitido pela própria prefeitura. Vai ter que entrar com requerimento para não pagar a mais. Cansativo, né?

Agora senta que lá vem pedrada: R$ 65 mil é o valor do IPTU que ele paga por um terreno que comprou há mais de uma década. “Isso espanta qualquer um”, disse ele. E tem mais um absurdo nessa conta: Valores altos de taxa de lixo para um terreno que nem gera lixo. Como?

Projeto desde 2023 esperando

O vereador Alberi Dias (MDB) trouxe à tona um caso escancarando a lentidão da máquina pública: um projeto protocolado em 2023 ainda não foi aprovado. Um dos últimos apontamentos que o empresário fez a Alberi é que a servidora que analisava entrou em férias e não tem substituto. É isso mesmo. Um projeto fica parado porque uma única pessoa saiu de férias. Alberi disse que Canela tem um sapo enterrado nessa questão. E olha… não dá pra discordar. É um defeito crônico, como ele mesmo definiu. Herdado? Sim. Mas precisa ser resolvido.

Alberi lembrou de outra questão relevante que têm acontecido nos últimos anos. Segundo ele, o empresário envia o projeto, a Secretaria do Meio Ambiente aponta erro, devolve. O empreendedor corrige e manda de volta. Então, um erro diferente é apontado. E assim vai… sem fim.

Investidor “fugiu”

O vereador Nene Abreu também trouxe relatos preocupantes. Ele disse que um dos maiores produtores de soja do país desistiu de investir em Canela pelas mesmas razões que trouxe Fachin: altos valores ainda no princípio.

Regularizar é caro

Além disso, Nene tocou numa ferida ainda mais sensível: a regularização fundiária. O valor da taxa? R$ 3.080 por metro quadrado. Isso mesmo. Se alguém quiser regularizar, por exemplo, 20m², terá que desembolsar mais de R$ 60 mil. Como isso pode funcionar em áreas de vulnerabilidade, como ocupações? Não funciona. Ele mesmo diz: esse valor empurra as pessoas pra clandestinidade.

Rota Panorâmica

Sobre a reconstrução da Rota Panorâmica, outro tema que ronda a coluna há tempo, os vereadores Nene e Roberto Danany aparecem em um vídeo — que já circulava antes do recesso — questionando a chegada ou não dos recursos. No mesmo vídeo, aparecia o prefeito Gilberto Cezar garantindo os recursos. O vídeo não tem autoria conhecida e foi utilizado como uma espécie de gozação contra os vereadores que estavam receosos quanto ao repasse por parte do Governo Federal. Hoje os R$ 5,4 milhões foram empenhados para a reconstrução.

Nene, disse que não vai pedir desculpas por cobrar. Afirmou ainda que recebeu os parabéns da comunidade da Rota por ter feito esse papel de cobrança. Já Danany foi mais direto. Só vai dar os parabéns quando o dinheiro estiver na conta, reforçando que já viu muito dinheiro empenhado que nunca virou realidade. Mas concluiu: “Estou preparado para pedir desculpas.”

Nene ainda fez uma brincadeira sobre o vídeo: disse que queria o mesmo tempo de tela que Danany teve, já que ele apareceu 6 segundos a mais. Mas garantiu que o foco está em ver o recurso realmente virar obra.

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