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Um bilhete premiado

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Coluna publicada no dia 17/07.

De vez em quando, a vida pública parece uma daquelas raspadinhas. Tu vai lá, compra na esperança, raspa e… dá cinco pila. Já é alguma coisa. Mas às vezes, no meio da burocracia, da espera, das reuniões, dos e-mails que “ficaram no spam”, sai um bilhete bom. E foi o que rolou com Canela. Mas, não foi uma questão de sorte, mas dê muita persistência do governo municipal na figura do prefeito Gilberto Cezar.

Cinco milhões e quatrocentos mil reais. Com vírgula, casa decimal e tudo. Dinheiro vivo, empenhado, carimbado, destinado pra reconstrução da nossa Rota Panorâmica. Uma baita conquista que o prefeito Gilberto Cezar fez questão de anunciar com sorriso no rosto, papel na mão e ares de “notícia boa a gente compartilha na hora”.

Rota Panorâmica

A Rota Panorâmica sempre teve nome bonito, vista mais ainda e, desde maio do ano passado, não há garantia de segurança para os transeuntes. Os deslizamentos daquele período deixaram a estrada comprometida, cheia de pontos inseguros, e desde então ela tá lá: fechada, parada, como se tivesse sido riscada do mapa, oficialmente interditada em fevereiro deste ano. Agora, com o recurso empenhado, o cenário começa a mudar. A estrada ainda não reabriu, mas pelo menos a promessa deixou de ser só conversa.

Calma

O prefeito foi honesto: o projeto ainda está em fase de elaboração. Ou seja, não adianta correr pro mato achando que semana que vem vai ter máquina mexendo na beirada do asfalto. Ainda tem chão pela frente — só que, dessa vez, é um chão com horizonte. E com orçamento.

Mais importante do que a ansiedade da obra começar, é a tranquilidade de saber que o dinheiro tá empenhado. Isso significa que o Governo Federal garantiu que esse valor já tem destino certo. E, no Brasil, onde tanta coisa se perde na promessa, esse papel vale mais que ouro.

Tem mais no caminho

Essa primeira liberação de verba não inviabiliza que venham outras depois. Ou seja, há a possibilidade real de que o projeto tenha segunda e até terceira fase, dependendo do andamento e das condições técnicas, com posterior recebimento de mais valores.

É como reformar a casa: tu começa a estrutura, mas sabe que depois vem a pintura, a cerca, o jardim. Se tiver apoio — e orçamento —, a gente vai indo. O importante é que a primeira etapa tá no gatilho. Mas a estrada completa, com todas as melhorias que ela merece, ainda pode receber reforço. É bom ficar de olho.

Braço a torcer

Na penúltima sessão, o vereador Roberto Danany (MDB) largou a seguinte fala sobre a novela para a chegada de recursos para a reconstrução da Rota: “Tomara que eu venha aqui e peça desculpas (caso o recurso chegasse). Que chegue o próximo mês.” Pois então, Danany, te prepara: vai ter que pedir desculpas. A verba para a Rota Panorâmica foi confirmada, como mostramos aqui mesmo.

Mas, calma lá, ninguém precisa correr pra tribuna agora. O recesso da Câmara já começou —depois da sessão de segunda (14). Ou seja, Danany vai ter que esperar até o dia 4 de agosto para vir a público dar o braço a torcer.

E não foi só ele. O vereador Nene Abreu (MDB) também acreditava que o recurso não viria. Política é assim: uma hora é da caça (situação), outra hora do caçador (oposição).

Correção

Na última edição desta coluna, escrevi incorretamente o partido do vereador Nenê Abreu. O correto é que ele é filiado ao MDB. A coluna pede desculpas pelo erro. Minha vez de dar o braço a torcer.

De olho na Saúde

Na semana passada precisei usar o Hospital de Caridade de Canela, e vou dizer: fui muito bem atendido. Minha pequena estava com conjuntivite, e em uma hora e meia já tínhamos resolvido tudo. Atendimento ágil, gente prestativa e, o principal, sensibilidade com quem chega fragilizado.

Já nesta semana, a história foi outra. A minha esposa precisou ir até o posto da Unidade Central e eu fui junto. Lá, infelizmente, flagrei duas situações que não condizem com o que se espera da saúde pública. Não foi ninguém que me contou. Eu vi. Aconteceu na minha frente.

A primeira foi com uma senhora que precisava aplicar uma injeção. A atendente achou que era vacina e começou um debate ríspido com a mulher, praticamente tentando convencer ela de que estava errada em procurar o posto. A senhora não conseguiu explicar direito, e em vez de tentar entender, a funcionária só foi subindo o tom e enchendo de perguntas atravessadas. Só quando a acompanhante da senhora explicou com calma que era uma aplicação simples — e não vacina — é que a atendente parou e resolveu o problema. Mas já tinha causado todo aquele desconforto desnecessário.

Minutos depois, uma mãe chegou com uma criança aparentemente doente. Precisava de ajuda. A orientação que recebeu? Voltar no outro dia. Mas não foi com calma, nem empatia. Foi com rispidez e mais um climão. De novo, não era um problema sem solução. Era falta de paciência e tato. Falta de preparo pra lidar com o básico: o ser humano.

Minha esposa também precisou de atendimento. Depois de poucas palavras e sem muita explicação, optou por ir direto ao Hospital de Caridade de novo — e, outra vez, lá fomos bem recebidos.

“Formalizem”, diz o secretário

Enquanto comentávamos isso ao vivo no Chimarrão e Atualidades, o programa que participo todos os dias das 7h às 8h junto com o diretor do JI, Cláudio Scherer, recebemos uma mensagem do secretário municipal de Saúde, Jean Spall. E ele foi direto:

“Bom dia. É preciso que as pessoas formalizem as denúncias, identificando quem é a atendente. Não podemos generalizar. Há bons servidores, e esses não podem pagar pelos maus.”

E, olha, ele tá certo. Tem muito servidor que honra o jaleco e trata com carinho cada paciente que entra pela porta. Tem gente que se desdobra, que faz o que pode e o que não pode mesmo sem estrutura. Mas também tem os que vestem o crachá, mas esquecem o respeito em casa. E esses precisam, sim, ser melhor preparados.

Não é questão de caça às bruxas. É questão de melhorar o serviço pra todos. Quando alguém vai até um posto de saúde, é porque precisa. E o mínimo que espera é ser ouvido, acolhido e orientado com educação. Um sorriso na recepção pode valer tanto quanto um remédio. E uma má palavra pode piorar o dia de alguém que já chegou ali vulnerável.

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