Coluna publicada no dia 12/05.
É impressionante o que a Corsan vem fazendo — ou melhor, deixando de fazer — em várias ruas aqui de Canela. Não é uma nem duas: são algumas vias abertas pra colocação de canos e que nunca mais voltaram ao que eram. A promessa era simples: abrir, fazer o serviço, e depois deixar tudo como antes. Mas o que se vê é outra coisa. Tiraram os paralelepípedos, meteram a máquina, enterraram os canos e… sumiram. O conserto, quando vem, é meia-boca. Ou nem isso.
Paulino Zini
Vou puxar pela Paulino Zini porque conheço bem. Tenho familiares que moram lá e vou seguido na casa deles. A rua está um nojo. Parece que passou um cometa e deixou uma cratera atrás da outra. É buraco, é poeira, é pedra solta… Os moradores não aguentam mais. Quem tem carro ali já fez amizade com o mecânico, porque amortecedor que sobreviva àquela buraqueira, sinceramente, eu não conheço. É um descaso total com quem mora e vive ali.
Antônio Zini
Ali perto, no bairro Boeira, tem a Antônio Zini onde os moradores, por conta própria, tiveram que recolocar os paralepipedos de volta no lugar pra poder entrar em casa e não ter o seu carro avariado. Que barbaridade!
Maquiagem barata
E não é só nas ruas de paralelepípedo, não. Onde tem asfalto, a situação também é triste. A Corsan cava, faz o que tem que fazer e tapa nas coxas. Um buraco com um remendo tosco, às vezes até mais baixo ou mais alto que o restante da pista. Na ERS-235, só depois que a EGR botou pressão é que foram lá refazer o asfalto. Se ficou bom? Vai saber. A gente só descobre mesmo depois de um ou dois invernos, quando o chão começa a ceder.
A estrada velha virou um córrego
Agora, o maior absurdo mesmo é o que aconteceu na Estrada Velha. A Corsan precisou abrir ali também. E em vez de refazer direito, jogaram uma camada fina de recape por cima e fim de papo. Só que já afundou tudo. Mais de 10 centímetros de desnível onde foram colocados os canos. Aquilo parece um córrego, sério. E não é força de expressão. Quando chover bastante, a água vai escorrer ali no meio como se fosse um riacho. Uma tragédia anunciada. Tá só esperando o primeiro acidente grave pra alguém se mexer.
Quem cobra quem? E quando?
A grande pergunta que fica é: quem fiscaliza isso? Cadê a prefeitura? Cadê a Corsan? Tudo pode? Abre e larga. Mexe e não devolve como encontrou. E a população que se vire.
Não é pedir luxo. É pedir respeito.
O povo não tá pedindo pista de Fórmula 1. A gente só quer que deixem as ruas do jeito que estavam. Que respeitem o básico: fez a obra, conserta direito. Põe os paralelepípedos de volta. Nivela o asfalto. Não tapa buraco com areia e um suspiro de piche. Isso é zombar de quem mora na cidade.
O que precisa mudar?
Primeiro, é preciso fiscalização. De verdade. Não só papel. Que a prefeitura comece a notificar, a exigir cronograma e padrão de qualidade. Que, se for preciso, impeça novas obras até que o serviço seja concluído corretamente nas ruas já abertas. Segundo, a comunidade tem que seguir cobrando. Seja nos grupos de WhatsApp, seja no rádio, seja aqui nas redes. A gente precisa fazer barulho. Porque se ninguém reclama, eles fingem que tá tudo bem.
Na tua rua também tem problema?
Leitor que estiver com problemas parecidos na sua rua, pode mandar os registros para o 54 98161-5134.