
MARTINA BELOTTO
GRAMADO – Quem passa pelo Expogramado, sede da 29ª Festa da Colônia, encontra as mais variadas opções da culinária típica do interior. Somente na feira de produtos coloniais, são 18 famílias de agroindústrias da cidade comercializando seus produtos. Sucos, laticínios, biscoitos, geleias e mel são algumas delícias preparadas pelos participantes, que podem ser conferidas até dia 19 de maio. Em menos de uma semana, mais de 25 mil pessoas já passaram pelo evento.
Além das atrações artísticas e culturais da programação do evento, a Festa também destaca o empenho das famílias gramadenses. O espaço para venda dos produtos é sinônimo de visibilidade para os agricultores. Pela terceira vez, a família Ruppenthal traz os queijos, iogurtes e doces de leite da linha Marcondes para a Festa. De acordo com Rafael, que é um dos proprietários, a cada edição a produção é ampliada para garantir mais vendas no evento. “É um espaço que agrega valor ao nosso produto. A cada ano fica melhor”, garante.
Há dois anos e dois meses, Rafael e sua família apostaram na abertura de uma agroindústria. Produtores de leite, receberam incentivo da Prefeitura e da Emater para inovar nos negócios. Logo após iniciarem a fabricação dos laticínios, já participaram de Festa pela primeira vez. “Abrimos um mês antes do evento. Participar da festa tem sido muito importante pela visibilidade e porque as vendas ajudam a investir e a pagar as contas”, afirma.
Mesmo com apenas 27 anos, Rafael dá exemplo de empreendedorismo e de orgulho de suas raízes. Apenas dois anos após iniciarem a produção, a família já conquistou espaço com a venda na Casa do Colono, em mercados e em adegas da região. “Trazemos sabores diferentes, na parte dos queijos temos o colonial temperado com orégano, alho e chimichurri. Nos iogurtes, temos em dois tamanhos. Os sabores com pedaços de frutas são comprados como sobremesa por quem passa pela festa”, conta.
Visibilidade além dos lucros
Assim como a agroindústria da família Ruppenthal, a família Marschner, da linha Furna, também está presente na feira. Pelo quarto ano consecutivo, os biscoitos, waffles e cupcakes produzidos carinhosamente ganham visibilidade com a Festa. Não é somente o sabor tradicional que encanta os visitantes do evento. A decoração é detalhe especial dos produtos.
Tudo começou com os tradicionais doces pintados, com receita mantida de geração em geração. No início, a fabricação era para ser somente renda extra, até demonstrar potencial na parte das vendas. “Vimos nos biscoitos uma possibilidade consistente. Recebemos incentivo da Emater e, em 2015, regularizamos nossa agroindústria. Começamos aos pouquinhos, criando sabores aos poucos. Hoje já temos 28 produtos”, conta Vanderlei, que trabalha ao lado da esposa Vanderléia e das filhas Giovanna e Walquíria.
Antes de abrirem seu próprio negócio, a família garantia parte da renda com a participação no Artesanato Rural, espaço dividido entre diversos agricultores. Já na época, Vanderléia demonstrava dedicação com os detalhes. Hoje, os biscoitos também recebem desenhos especiais e são comprados, muitas vezes, como presente pelos clientes. “Percebemos que muitas pessoas gostavam de comprar para levar como lembrança. Temos agora os vidrinhos decorados especiais”, explica Giovanna.
Em apenas quatro pessoas, a família se divide nas tarefas para conciliar com a Festa. Enquanto Vanderleia passa o dia produzindo em casa, pai e filhas comercializam na Festa. “Sempre priorizamos manter os produtos frescos, então vamos fabricando enquanto o evento acontece”, destaca Giovanna. Ela, que tem somente 21 anos, também encara uma rotina desafiadora para encaixar os trabalhos da agroindústria com os estudos da faculdade. Estudante de Biologia da UCS, ela enxerga a possibilidade de unir o amor pelo interior com a graduação. “Já imagino trabalhar com turismo ecológico ou algo que mantenha essa ligação com o interior”, conta.
O esforço e trabalho redobrado em época de Festa da Colônia garante bons resultados. Mais do que ampliar os lucros, a família vê o momento como uma oportunidade para se aproximar dos clientes. Geralmente, a agroindústria costuma fornecer os produtos para comercialização na Casa do Colono e na merenda escolar. Com o evento, a venda é feita direto por eles. “É muito diferente sentir esse contato do público, entender o que eles pensam do nosso produto. É um reconhecimento muito grande”, ressalta Vanderlei.
O contato com o público também contribui para o resgate da tradição. A receita antiga dos biscoitos desperta o lado emocional de quem prova os produtos. “Assim as pessoas conversam com a gente, provam os biscoitos e acabam resgatando memórias. Escutamos elas dizendo que o cheirinho lembra aos avós, por exemplo. Esse vínculo emocional é preservado com a Festa”, comenta Giovanna.
Confira a programação para os próximos dias
Terça-feira
13h30 – Banda Alles Bier de Sapiranga – Espaço Pró-Cultura LIC
14h às 16h – Visitação Guiada, Vivendo a Cozinha da Nonna e Oficina – Escolinha Rural
15h – Grupo de Danças Alemãs CAIC – Espaço Pró-Cultura LIC
16h – Banda Alles Bier de Sapiranga – Espaço Pró-Cultura LIC
19h30 – Grupo de Filó Felice Personne – Espaço Pró-Cultura LIC
Quarta-feira
14h às 16h – Visitação Guiada, Vivendo a Cozinha da Nonna e Oficina – Escolinha Rural
15h30 – Banda Macega Show – Espaço Pró-Cultura LIC
19h – Grupo de Danças Gaúcha Garfo e Bombacha – Espaço Pró-Cultura LIC
20h30 – Pepeu Gonçalves – Espaço Pró-Cultura LIC
Quinta-feira
9h às 11h – Visitação Guiada, Vivendo a Cozinha da Nonna e Oficina – Escolinha Rural
13h30 – Banda Canecão do Vale – Espaço Pró-Cultura LIC
14h às 16h – Visitação Guiada, Vivendo a Cozinha da Nonna e Oficina – Escolinha Rural
16h – Banda Canecão do Vale – Espaço Pró-Cultura LIC
19h – Grupo de Danças Alemãs Miesbach – Espaço Pró-Cultura LIC
20h – Gabriel Castilhos e Banda – Espaço Pró-Cultura LIC