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GRAMADO – Diante das críticas sobre o transporte escolar no roteiro que compreende os bairros Piratini, Floresta, Centro e Linha Ávila, Magali Luisa Sohne, sócia-proprietária da empresa Kativa Buss, se manifestou na sexta-feira (7), para esclarecer as ações que estão sendo tomadas e rebater algumas das denúncias feitas por pais e responsáveis.
Desde o início de fevereiro, o transporte escolar passou por alterações devido a um novo processo licitatório. A empresa Bloss, popular “Tia Márcia” que atuava no serviço há 29 anos e transportava cerca de 400 alunos, perdeu a concessão. A questão gerou insatisfação entre as famílias, que reconheciam o comprometimento da empresa anterior. A Kativa venceu a licitação e atende o roteiro desde o começo do ano letivo.
Empresa alega demanda superior ao previsto e ajustes na frota
Magali destaca que a quantidade de alunos transportados está acima do previsto no processo licitatório e que a empresa, em conjunto com a Secretaria de Educação, já está fazendo ajustes para suprir a demanda:
“A prefeitura fez um mapeamento acompanhando o transporte para verificar que realmente são muitos alunos e o transporte licitado não suporta. Já está sendo ajustado em conjunto entre empresa e educação. Para absorver a demanda, foi inserido um terceiro veículo na rota.”
Além disso, a empresa reforça que o transporte não pode sair sem o aval da escola e que os procedimentos estão sendo cumpridos conforme o roteiro estabelecido.
Resposta às reclamações sobre palavrões e condições dos veículos
Sobre as denúncias de que motoristas e monitores estariam usando linguagem inadequada na frente dos alunos, a empresa refutou a alegação:
“São pessoas já com idade adulta, que também têm filhos, e não têm perfil para estar falando isso perto das crianças. O motorista precisa estar atento ao trânsito, e o monitor focado em atender os alunos. Que essas pessoas que fizeram essa acusação nos procurem se isso realmente aconteceu.”
Quanto às críticas sobre a condição dos veículos, a Kativa Buss afirmou que todos os ônibus atendem às exigências do contrato e que possuem certificação de segurança:
“O veículo é novo, não chegou aos 5 mil km ainda. Todos têm laudo e posso mostrar para quem questionou. Dói ouvir que o ônibus está caindo aos pedaços e que não tem certificação do Inmetro, porque isso não é verdade.”
Reconhecimento de dificuldades e expectativa de melhorias
A empresa reconhece que a adaptação inicial gerou transtornos, mas afirma que as falhas estão sendo corrigidas:
“Não sei como era feito anteriormente, apenas estamos cumprindo o roteiro estipulado. Todo começo é difícil, mas com perseverança e boa vontade conseguimos melhorar para todos. Esta semana já está funcionando melhor.”
A Kativa Buss já operava outras rotas de transporte escolar, como a da Serra Grande, além do transporte universitário, o que, segundo Magali, demonstra que não se trata de uma empresa inexperiente no setor.
Reclamações continuam
A manifestação da empresa vem em resposta a diversas reclamações feitas por pais, que relatam superlotação, falta de monitores, mudanças repentinas de rota e insegurança para os alunos. Algumas famílias chegaram a optar pelo transporte particular para evitar transtornos.
A Prefeitura de Gramado já admitiu que a troca da empresa gerou dificuldades iniciais e garantiu que medidas estão sendo tomadas.
No entanto, os relatos de problemas continuam, e os pais seguem insatisfeitos com a situação. Confira alguns relatos feitos de forma anônima.
“O jeito é tirar um tempo para levar eles para a escola, se depender de ônibus e van, estamos num mato sem cachorro.”
“É direito nosso e dos nossos filhos que eles utilizem o transporte. Até porque a empresa está recebendo por isso e não é pouco.”
“Se isso não for resolvido até semana que vem, vamos marcar uma reunião com o prefeito e a secretaria juntos.”
“Isso mesmo, tem que reclamar e reclamar, porque a empresa está ganhando e cabe a nós fiscalizarmos. Se depender do fiscal da prefeitura, estaria a mesma bagunça da semana passada, sem horário e com todo mundo abarrotado.”
“A Travessa Palmeiras (bairro Piratini) não teve ônibus nem de manhã nem à tarde. Passou só ao meio-dia, no final da aula. As crianças continuam indo a pé.”
“O problema é que as crianças ficam esperando e chegam atrasadas na escola porque o ônibus não está passando na rua.”
A comunidade segue cobrando providências e melhorias urgentes para garantir um transporte escolar digno e seguro para os alunos de Gramado.