O futebol do Rio Grande do Sul conheceu o último campeão gaúcho no profissional neste ano de 2024. O Gramadense ergueu o caneco do título da Terceirona Gaúcha no domingo (8), ao vencer o Real Sport, em Tramandaí, por 2 a 0, conquistando a competição. Ambas as equipes já haviam garantido o acesso para a Série A2 do Gauchão. As listas desses seletos nomes de campeões constam: Grêmio (campeão Gaúcho), Monsoon (campeão Série A2) e o São José de Porto Alegre (Copa RS). Foi a primeira conquista profissional do Gramadense em sua história de 95 anos.
Uma ascensão planejada
Aquele ditado que diz “cada um sabe onde o sapato aperta” se aplica também no futebol. Quando se fala em ascensão, muitos dizem “ascensão meteórica”. Se tem muito dinheiro envolvido, até pode dar certo, como é o caso do Monsoon de Porto Alegre, que se profissionalizou no mesmo ano que o Gramadense, em 2022, e, no ano que vem, estará na elite do futebol gaúcho. Ali tem dinheiro do Oriente Médio. Já o Gramadense, começou a planejar o futebol profissional em 2008, mas sem estipular prazos. Foi aos poucos, com projeto social, escolinhas, equipes de base e de competitividade. Foi demorado, até porque não tem um barril de dinheiro para avançar nesse planejamento. Claro que o grande salto foi com a venda do estádio dos Pinheirais, onde o clube adquiriu renda para comprar uma nova área e construir a arena e manter o futebol, mas tudo com os pés no chão.
Muitos nomes nessa história
Comecei a acompanhar o Gramadense praticamente no seu dia a dia, em 2018. Lembro das coberturas de jogos de competições não tão badaladas como Sulicampe, Liga Serrana, entre outras, além do Gauchão Sub-17, que ainda era chamado de Juvenil. Várias pessoas têm responsabilidade nesse processo, alguns que não estão mais no clube, como meu amigo Pelé, hoje em Igrejinha. Lucas Rodrigo, que colabora com a comunicação do clube, mas que era um faz-tudo lá dentro. O ex-técnico Gustavo Corrêa, hoje treinando o sub-15 do Grêmio, e é claro, Lucas Roldo, talvez este o grande responsável por esse projeto ter se solidificado, que é quem responde por tudo no futebol do Gramadense. Sem falar também do presidente Sandro Bazzan e a atual diretoria.
Valorização da base
Não é fácil criar uma base de atletas onde cerca de 80% de sua formação foi lapidada dentro do clube. O Gramadense assim o fez. Lógico que não consegue fazer tudo com atletas da casa, sendo necessário mesclar com quem vem de outros clubes, mas que venham com os mesmos princípios projetados. Com o crescimento, o que é natural no futebol, as cobranças e responsabilidades aumentam, o que faz com que ocorram, futuramente, mudanças neste cenário.
Projetando 2025
Para o ano que vem, o cenário muda. A Série A2 do Gauchão tem uma competitividade e qualidade das equipes muito superior à da Terceirona. Muitos clubes realizam investimentos iguais ou até superiores aos de algumas equipes da elite. Inter-SM, Glória de Vacaria, Esportivo e Lajeadense pagam salários altos. Será necessário aquele trabalho de investimento praticamente de erro zero do Gramadense para montar seu plantel para o ano que vem e, primeiramente, se manter na Série A2. Agregar experiência é necessário. Mas certamente o presidente Sandro Bazzan já está reservando uns pilas a mais para encher os cofres do clube no ano que vem.
O adeus de Renato
O Grêmio comunicou, no início da tarde desta segunda-feira (9), a saída do técnico Renato Portaluppi. O próprio ídolo manifestou que não permaneceria. Acredito que alguns diretores também não estavam de acordo para renovar. Não o presidente Guerra e o vice-presidente de Futebol, Antônio Brumm, pois Renato servia como uma espécie de escudo para eles, principalmente das críticas vindas da imprensa e torcedores. Acho que foi bom para os dois lados. O Grêmio deverá oxigenar o vestiário e diversas mudanças na estrutura do futebol devem ocorrer. Mas se perguntarem se eu queria a saída de Renato, minha resposta é não.
Quem vem para substituir Renato?
O favorito para direção e torcida é Tite. Assino embaixo. Tem tamanho para substituir o ídolo Renato. Mas, ao que noticiaram hoje, não deve ocorrer, pois Tite quer trabalhar no exterior, seja em clube ou em alguma seleção. Outros treinadores surgem como o português Pedro Caixinha, que vinha fazendo bons trabalhos no Bragantino, mas foi demitido no decorrer deste Brasileirão, diante da campanha do clube neste ano, que lutou contra o rebaixamento. Ainda há os argentinos Crespo e um nome observado pela diretoria de futebol é Matías Almeyda. Ex-jogador da seleção argentina, o técnico é o atual comandante do AEK, da Grécia. Até o encerramento desta coluna, os nomes que pipocavam na imprensa gaúcha como favoritos eram Crespo e Pedro Caixinha.