Já faz algum tempo que escrevi artigo com o título “somos todos digitais”, para exemplificar o avanço das tecnologias, principalmente através da Internet, que facilitam e transformam a nossa maneira de viver, nossos hábitos, rotina, tudo se move de acordo com essa realidade. Para ter um comparativo da velocidade desta evolução, há apenas 21 anos, quando o Integração nasceu, a Internet era discada, e ocupava a linha telefônica.
Também o modo de nos informar através das notícias foi se adaptando, a tal ponto que hoje podemos tomar a decisão de acabar com a edição impressa com muita tranquilidade. Um dado aos leitores que embasam esta decisão são os números de acesso que o Integração teve desde o início da atual crise climática, para não usar o termo catástrofe: mais de um milhão de leituras nas plataformas Faceboock e Instagram, em 18 dias. Nosso site www.leifacil.com recebe centenas de milhares de leituras todo mês. É a prova de que a celeridade, o imediatismo, a dinâmica, a multicomunicação já são indispensáveis para a população.
Agregado a isso tem a dificuldade que é fazer o jornal impresso. Nunca foi fácil, é verdade, mas os últimos anos foram ainda mais desafiadores. Vejam que o Brasil produz menos de 5% do papel jornal que consome, sendo o restante importado, tendo como principais fornecedores a Rússia e o Canadá. Desde o início do Integração, em março de 2003, algumas crises foram enfrentadas: a primeira foi econômica, em 2008, iniciada nos EUA, que foi superada normalmente porque o mundo digital ainda não estava preparado. Depois, de 2014 a 2016, a crise econômica brasileira, criada pelo governo Dilma Roussef. Quando veio a pandemia do Covid19, em 2020, foi a gota d’água, mas ainda tinha a guerra (Rússia/Ucrânia) para se associar.
A crise atual se restringe ao Rio Grande do Sul, mas exerce pressão fenomenal ao setor produtivo, de ponta a ponta: comércio, indústria, agricultura, turismo, ninguém passa ileso. No caso especial da Região das Hortênsias, movida a turismo, tivemos ainda duas sérias crises climáticas em 2023, setembro e novembro, que ainda nem tinham sido superadas completamente. Recém estávamos nos reconstituindo. E qualquer ação governamental será sempre, apenas, paliativa. Quem resolve, como estamos vendo, é o povo, ou seja, os empregadores e empregados. Convém destacar que até aqui nenhuma medida de proteção aos trabalhadores foi anunciada, no sentido de reerguer as empresas e garantir os empregos. Adiar o vencimento dos impostos não refresca.
Sobrevivência
Com este prognóstico, preparemo-nos, pois, a questão primordial é ficar vivo. Sem empregadores não há empregados e como um depende do outro, todos precisam dar as mãos e fazer o possível para não sucumbir. É preciso muito foco e tomada de decisão correta. Não se pode errar em momentos vitais, como o que estamos vivendo. Sabemos que isso tudo vai passar, dias melhores virão e precisamos estar fortes para aproveitar o momento. É certo que alguns ficarão para trás e abrirão espaços largos a quem estiver preparado.
A crise ensina
É nos momentos de crise que se cria. Gosto muito da frase, “não adira à crise, crie”. Estas criações, porém, precisam aliviar e facilitar a vida do consumidor. Não adianta ideias revolucionárias se estiverem fora do alcance.
Neste sentido o Jornal Integração não precisa mais ser impresso. Podemos ser muito mais ágeis, dinâmicos e relevantes para a vida dos nossos leitores, sem onerar tanto quanto custa o papel. Também por isso alcançamos um maior número de pessoas. Além dos números citados acima que dimensionam a nossa audiência, acrescento que estamos com mais de 120 mil seguidores nas redes sociais, superando em muito o próprio número total de habitantes de Canela e Gramados.
Se analisar o conteúdo que oferecemos com informações cruciais a população, no ínterim de uma sexta-feira à outra, periodicidade do jornal impresso, certamente seria necessária mais de uma edição por dia. Além disso, nestes momentos especiais o cenário muda de minuto a minuto.
Na questão econômica vejo muita gente tentando traçar um comparativo com a Pandemia. Para início da conversa, o ano inteiro de 2024, não será normal, mas dá para se salvar, se manter vivo. Agora, diferentemente do que na Pandemia, estamos livres para trabalhar. Passados mais alguns dias muita coisa vai ter aparência de normal, e isso nos mantém ativos. E tem a diferença colossal de que agora o afetado é apenas o RS, quando aquela era mundial.
Para o leitor se organizar sugiro considerar os números que temos. As pesquisas dizem que 50% do nosso visitante é gaúcho, é local, do RS. Deste percentual, perderemos 60% para 2024. Ou seja, de 4 milhões que passaram por aqui em 2023, teremos 1,5, no máximo dois milhões este ano. Os demais visitantes virão normalmente. Descontados estes dois meses iniciais, desde o início da crise, dia 29 de abril, devido a afetação da nossa infraestrutura com estradas e aeroporto, não tem porque não vir. Todos terão férias, décimo terceiro, tudo normal, e, claro, muita vontade, desejo, de vir a Gramado e Canela passear e ser atendido com todo o carinho e presteza que só nós oferecemos.
Estamos, portanto, mudando de fase. Focando no futuro. Poderíamos seguir por mais algum tempo com o impresso, mas o momento exige e por isso preferimos focar, direcionar toda a nossa energia naquilo que nos conduz para mais perto do leitor, com qualificação, maior alcance e barateamento.
Seguiremos, no entanto, firmes ao nosso propósito de unir Gramado e Canela pela informação. São estas duas cidades que nos movem, nos tiram do conforto e nos acolhem, nos alteram os batimentos. Sempre faremos de tudo para ajudar, especialmente nos momentos difíceis, como na pandemia e nas crises climáticas, como a atual, maior catástrofe climática do RS, que já chega ao 19° dia.
Portanto, o Jornal Integração está mudando de fase. A partir de hoje vai ser muito mais dinâmico, moderno e adaptado a você. Vai ter muito mais páginas, vai ser muito mais fácil de folhear e vai continuar sempre perto de você, especialmente no café da manhã.
Aos assinantes que precisam de ajuda para completarem a transição e acessar a edição digital, podem chamar no WhatsApp 54 9 8439 8331. Nós faremos contato oferecendo o reembolso e esta ajuda, mas se isso demorar, podem chamar que daremos a devida atenção.
Foram 1.814 edições de parceria, de amizade, que jamais serão esquecidas. A todos os assinantes deste período, vai meu carinho e admiração. Aos companheiros de jornada, vendedores, entregadores, editores, diagramadores e tantos mais, meu muito obrigado. Convido todos para seguirmos juntos, afinal de contas, somos todos digitais!
A todos os diretamente afetados pelas enchentes o meu fraterno abraço e solidariedade. Pessoalmente já descrevi centenas de histórias de empresas e estou muito convencido que cada uma delas carrega muita vida, muita energia positiva. São famílias inteiras focando toda a energia para dar certo e quando finalmente parece ‘que agora vai’, surge algo intangível e totalmente estranho, que exige esforço sobre-humano para ser enfrentado. De mãos dadas com o Criador, venceremos!