REGIÃO – As discussões sobre a construção de um aeroporto na Serra gaúcha ganhou novo ingrediente ontem, em Caxias do Sul, quando a Secretaria Nacional de Aviação Civil, o governo do Estado e a Secretaria Municipal de Planejamento apresentaram o anteprojeto do Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, que é almejado para ser construído em Vila Oliva.
O evento ocorreu no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho. Participaram autoridades de nível federal como o senador Luis Carlos Heinze (PP), o deputado federal Ronaldo Santini (PTB) e os deputados estaduais Carlos Búrigo (MDB), Fran Somensi (PRB) e Neri, O Carteiro (SD). O prefeito de Gramado João Alfredo Bertolucci (PDT), o vice-prefeito de Canela Gilberto Cezar (PSDB), o secretário de Governança de Canela Paulo Tomasini e a vereadora gramadense Manu Costa (PRB) também prestigiaram o evento.
O material apresentado foi elaborado em parceria pela Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura. Conforme a proposta, Governo do Estado e Prefeitura de Caxias do Sul deverão assumir o pagamento da indenização das dez propriedades em Vila Oliva onde o complexo deverá ser construído. No terreno vislumbrado para construir o equipamento, maior parte da área é de campo e plantações.
ESTRUTURA – De acordo com o anteprojeto, o Aeroporto Regional da Serra Gaúcha vai ter um terminal de passageiros com 470m² de área. Serão 500 vagas de estacionamento. A pista terá 1.930m de comprimento por 45m de largura. O pátio terá 26.000m² de área.
Para facilitar o acesso ao novo terminal aeroportuário, a Prefeitura pretende construir uma nova via de ligação entre Caxias e os municípios da região das Hortênsias, como Gramado e Canela. Isso porque o aeroporto vai ficar a cerca de 30 km do centro de Caxias e pouco mais de 20km de Gramado. A redução da distância entre o aeroporto e os centros urbanos e de produção deve potencializar o escoamento de cargas e desenvolver o turismo da Serra.
ANTEPROJETO – O anteprojeto foi apresentado pelo secretário Nacional de Aviação Civil, RoneiGlanzmann. Conforme ele, os estudos começaram em abril de 2014, quando o Aeroporto Regional Hugo Cantergiani(Caxias do Sul) foi declarado inviável para expansão. Depois disso, em junho do mesmo ano, foi declarada a viabilidade da área de Vila Oliva. O próximo passo foi a outorga para o início da elaboração do projeto, que foi concedida em agosto daquele ano.
Glanzmann revelou que o total de investimento na construção da estrutura física da unidade aeroportuária é de R$ 200 milhões. Valor que, segundo Ronei, pode ser colocado à disposição por meio do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC). “Podemos usar verba desse fundo. Fizemos um leilão em março e arrecadamos cerca de R$ 2,4 bilhões. Este aeroporto é muito importante, porque aqui tem a produção industrial e o turismo e nós precisamos trazer uma estrutura de aeroporto compatível com a pujança econômica dessa região”, afirmou.
MEIO CAMINHO – O Município de Caxias já elaborou o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). O documento tramita na Fundação Estadual de Proteção Ambiental, em Porto Alegre, desde março deste ano. Ele é fundamental para que a obra seja iniciada. Conforme o prefeito Daniel Guerra (PRB), a apresentação do trabalho demonstra o resultado de um esforço concentrado na elaboração do anteprojeto. “A implantação desse projeto, não só para Caxias, mas também deverá promover o crescimento da região da Serra. O anteprojeto foi construído a muitas mãos e temos a alegria de ver o esforço da equipe da administração e de todos que estão realmente imbuídos de fazer com que esse projeto saia do papel”, disse.
Paulo Tomasini defende Aeroporto das Hortênsias
O secretário de Governança de Canela, Paulo Tomasini (PSDB), participou do encontro em Caxias do Sul. Ele defendeu o projeto para construção do Aeroporto Regional das Hortênsias e analisou o trâmite do aeroporto de Vila Oliva. “Eles (Caxias) tem uma posição política muito forte e uma união de toda a região, mas de fato concreto eles não têm nada. O que eles têm é uma proposta que depende do governo federal em liberar recursos pra construção do aeroporto, o governo estadual diz que se comprometeu, no governo do Tarso e depois o Sartori, em desapropriar a área e eles querem que as prefeituras façam os acessos. Imagine a Prefeitura de Caxias tendo que fazer 30 quilômetros da cidade ao aeroporto e mais o trecho do aeroporto até a divisa com Gramado ali na Ponte do Raposo. E Gramado vai ter que fazer lá do Raposo até o Centro. É impossível essa obra acontecer”, avaliou Tomasini.
Paulo, que há anos defende o projeto canelense e é um exímio conhecer das potencialidades, expôs algumas informações sobre o Aeroporto das Hortênsias durante o encontro em Caxias do Sul. “A minha colocação lá foi que tudo o que eles estão falando que precisa, nós já temos. Inclusive, nós temos oque eles não têm, que é a demanda. E eles estão contando com a nossa demanda para viabilizar o aeroporto deles, Nós temos área, temos uma boa localização, com fácil acesso, perto do Centro a cidade e temos a demanda que eles não têm”, ponderou. Tomasini ainda ressaltou que o projeto canelense não depende de verba pública.
