Tiago Manique
GRAMADO – O momento mais aguardado para quem comercializa chocolates chegou. Neste domingo (31), é Páscoa e como habitualmente ocorre o consumidor vai atrás das compras desta guloseima tão apreciada por adultos e principalmente pelas crianças.
Se as pessoas deixam para os últimos instantes para adquirir os presentes, por outro lado a indústria inicia a preparação antes ainda do Natal. É o que revela o diretor executivo da Associação da Indústria e Comércio de Chocolates de Gramado (Achoco), João Teixeira, que esteve nesta semana na rádio Integração Digital.
“As empresas se organizaram em grande parte muito antes. Em novembro algumas já iniciaram a produção. Esta antecipação é uma das formas de diminuir os custos, sem precisar fazer contratações temporárias e sim já ter o colaborador de forma definitiva”, revelou Teixeira que o setor em Gramado, emprega duas mil pessoas, entre lojas e indústria.
Um dos desafios é o custo da produção. João menciona que os fabricantes sentem as dificuldades de repassar estes valores para o comércio para não prejudicar as vendas ao consumidor.
“Está difícil a produção do chocolate pelos preços dos insumos, como o cacau a matéria prima principal que teve um acréscimo. Isso faz com que as empresas tenham um achatamento na lucratividade e não consegue passar tudo para o consumidor. Um dos métodos da forma de reduzir foi o planejamento de contratações de colaboradores de forma antecipada”, disse.
Páscoa antecipada, final de mês e o clima de verão, são apontados pelo executivo da Achoco como desafiadores para as vendas. No entanto, o setor da indústria e lojas que conta com cerca de 30 empresas, projetam uma média de venda 10% superior ao registrado, em 2023, passando das 600 toneladas a 650 neste ano.
“Realmente é um período muito aguardado pelos lojistas e indústrias do setor chocolateiro. É uma esperança e anseios de boas vendas principalmente nesta semana. Mas as empresas estão se reinventando com franquias, ampliando as empresas, lojas temáticas, além de ofertar visitações dentro da indústria para a população entender o procedimento da fabricação do chocolate”, comentou.
Qualidade do chocolate
O setor chocolateiro de Gramado é reconhecido como de alto padrão e isso é uma das preocupações da Achoco, que conta com sete empresas associadas de manter a qualidade, pois estas indústrias possuem o selo de qualificação e para seguir todos os critérios para ostentar o título como Capital Nacional do Chocolate Artesanal.
“Temos esta preocupação de cada vez mais mostrar para a sociedade o verdadeiro chocolate artesanal. Uma das diferenças em relação a outros que fabricam, tem que comprar a massa e a manteiga de cacau para produzir o chocolate e todo processo de industrialização tem que ser feito em Gramado em virtude do selo. Então as pessoas têm todo o cuidado em produzir o chocolate de forma artesanal e manual, e isso gera um custo maior e procuramos despertar no público consumidor que estão comprando o verdadeiro chocolate”, alertou João Teixeira revelando que a maior parte da massa do cacau vem da região Norte e Nordeste do país, sendo que as indústrias realizam visitações nas fazendas produtores do fruto para certificar a qualidade.
Saiba mais
Associação da Indústria e Comércio de Chocolates de Gramado (Achoco).
Empresas associadas: 7 (Caracol e Planalto – Grupo Florestal), Lugano, Chocolataria Gramado, Chocolate Gramadense, Prawer, Miroh e Florybal.
Lojas e indústria: 30 (aproximadamente).
Número de trabalhadores do setor chocolateiro: 2 mil (aproximadamente).
Vendas na Páscoa em 2023: 600 toneladas.
Vendas na Páscoa em 2024 (projeção): 650 toneladas.
Confira abaixo a entrevista completa. Para conferir no celular clicar em OUVIR NO NAVEGADOR.
Entrevista completa na página do Jornal Integração no Youtube: