A janela eleitoral que se fecha em 6 de abril, provoca as mais diferentes reações no ambiente político. Ao mesmo tempo que muitos gostariam que ela se estendesse, outros tantos não veem a hora para que se feche. Alguns estão desesperados buscando pessoas para colocar como candidatos e outros temem perder seus membros. É a dança das cadeiras.
Como vinha escrevendo neste espaço, o seis de abril é uma das datas determinantes do pleito. Tem a questão da possibilidade de um parlamentar eleito mudar de partido sem perder o mandato, mas isso é só um detalhe. O mais relevante deste período é que todo aquele que pretende concorrer na eleição de outubro precisa estar devidamente inscrito na legenda partidária que escolheu. Daqueles vereadores que irão mudar a maioria já se decidiu. Aqui em Gramado, dos titulares, apenas o Professor Daniel é que vai deixar o PT e aderir ao MDB, por onde será o candidato a prefeito da oposição.
Raio X
Na série de entrevistas com os mais de 20 presidentes de agremiações políticas de Canela e Gramado, conversamos nesta semana ao vivo no Integração com os presidentes do PT, PDT e Republicamos de Canela, e do PSD de Gramado. Hoje, não tem entrevistado. Semana que vem, na segunda-feira vem o André Castilhos do União Brasil de Gramado; na terça vem o Márcio Coracini do PP de Gramado; na quarta o Erni Schaffer do PL de Canela e na quinta-feira, o Coronel Carvalho do PL de Gramado.

PSD quer eleger um vereador
Ontem, conversamos ao vivo com o presidente do PSD de Gramado, Sid Silveira. Desde o princípio da entrevista o presidente deixou claro o alinhamento com o governo de Nestor Tissot. O planejamento da sigla é eleger um vereador e ficar de olho em uma possível segunda cadeira. Para isso, segundo Silveira, há uma lista de nomes dos quais serão escolhidos 10, número máximo possível para eleição de outubro, na convenção do partido, entre os dias 20 de julho e 05 de agosto.
Contando com alguns nomes já tradicionais da política gramadense como os ex-vereadores Jorge Drumm, José Branchini e João Teixeira, o PSD acredita que fará votos o suficiente para eleger um vereador e até beliscar uma segunda vaga entre as nove da Câmara de Vereadores de Gramado. Segundo Sid, mais alguns nomes ‘fortes’ estão sendo sondados para se filiarem até o dia 05 de abril. “Vai ter surpresa, vai ter novidade”, repetia ontem na redação o presidente, sem revelar mais detalhes.
“O PSD de Gramado vai ter grandes nomes para representar os bairros, pode ter certeza. Nós estamos escolhendo candidatos para os mais diversos seguimentos, no mapeamento que estamos fazendo”, disse Sid.
PP elege 4?
Com o limite de 10 candidatos fica praticamente impossível uma sigla sozinha eleger a maioria na Câmara, que são cinco vereadores. Quatro já é uma façanha, conseguida na eleição passada pelo PP, com 14 candidatos. Desta vez são 10. Acredita-se que o coeficiente será, novamente, de algo ao redor de 2.500 votos. Logo, para fazer 4, teria de fazer 10 mil votos, média de mil por candidato. É alto!
Na eleição passada, só quatro candidatos obtiveram tal votação: Rafael Ronsoni 1.347; Volnei da Saúde 1.304 e Ike Koetz 1.009, pelo PP e o Professor Daniel 1.298, pelo PT. E, de 14, o PP teve quem fez menos de 100 votos. Ou seja, com dez vai ter também, possivelmente, quem pontue menos. E, Volnei da Saúde não será mais candidato. Também a vereadora Rosi, que na eleição passada fez 930 votos, reluta em concorrer novamente.
Ruídos
Mesmo em uma gestão com alta aprovação, como acredita-se ser a do Nestor, há sempre um alto contingente de votos de protesto. Por isso acredito que a oposição fará pelo menos três vereadores. Isso é: MDB, PSDB, PT, PDT e PCdoB, e, talvez, possa se pôr o PL na condição de oposição também. Logo, poderia se imaginar uma conta onde o PP teria somente três, e não quatro, muito menos cinco. Seria então: PP 3; oposição 3; PSD 1; somando sete. Restariam duas vagas para os demais: Republicanos, União Brasil e Podemos. Outra possibilidade: PP 4, Oposição 3 e PSD 1, restando uma para todos os demais.
Nestor se reelege
O prefeito Nestor deve alcançar, e possivelmente com facilidade, a reeleição. É bem verdade que isso se dá muito mais pela fragilidade da oposição do que por qualquer outra razão. Fazer um bom governo com meio bi de orçamento é uma obrigação. Entende-se que segurar a posição de oposição é difícil em razão de que não tem cargos e por isso não tem grana, mas a principal força de oposição do município teve outros problemas nos últimos 24 anos. Passou muito tempo agarrado em algo que não rendeu fruto, o PDT. Por isso chega a 2024 sem nem mesmo ter um nome para concorrer, tendo que buscar um no PT. Para a sorte deste, o MDB, nenhuma outra força se levantou neste tempo todo, o mantendo como única força de oposição. Os demais partidos já vão surgindo como ramificações do PP, ligados pelo umbigo a este que corre sozinho, sem nenhum comparativo plausível. O que tem é aquele governo fracassado do PDT, 2017/2020, que não serve de parâmetro.
Adiado para 2028
Assim, qualquer possibilidade aos que não gostam do Nestor como prefeito fica imediatamente adiada para 2028. Antes disso, quem ainda não se acostumou, que trate de fazer isso.
Vice do Professor
O desafio do momento é encontrar um vice para o Professor Daniel, dissidente do PT. Dos nomes aventados nenhum aceita. Pelo fim um dos três vereadores do partido terá de se sacrificar e diminuir ainda mais as possibilidades de eleger vereadores, pois esta lista também não cresce. Se tiver que ser ficará entre Cicero e Renan.
Fúria arrecadatória
O que eu ouço e também ecoou na Câmara, segunda, na voz da munícipe Eliana Fogaça, é a tal fúria arrecadatória. Ela se referiu mais especificamente às taxas de lixo, mas o grito é geral. Não é à toa que a arrecadação própria do município ultrapassa os 70% (70,65%), num orçamento total que chegou bem pertinho do meio bilhão em 2023 (faltaram dois milhões). Nestes dias um empresário me disse que pretende ampliar sua construção alguns metros quadrados, mas que ficou impossível pelo alto custo das taxas na Prefeitura, e por aí vai.
Alerta
A folha de pagamentos importou em 2023, 37,96% do orçamento, o que, parece baixo. O problema é que isso importa R$ 179.198.727,29. Logo, se de 500 milhões significa ‘apenas’ 38%, no dia em que a fúria arrecadatória diminuir, pode afundar as contas públicas do município. Isso porque a maior parte disso é despesa fixa, com servidores concursados. Os CCs não são poucos, é verdade, são 235. Não tenho separado o quanto estes custam, de todo o modo estes dá para mexer de uma gestão à outra. Também tem a Câmara que custou R$ 3,3 milhões, a GramadoTur R$ 3,6 milhões e R$ 14,5 milhões deste montante foi repassado a terceiros, contratados para prestar serviços momentâneos. Ainda assim, o servidores diretamente ligados à prefeitura custaram R$ 161 milhões.
Compare aqui
Canela tem nove mil habitantes a mais do que Gramado e tem 1.247 servidores, sendo 147 deles, cargos de confiança (CCs). O custo total de Canela em folha para 2023 foi de R$ 106,381.414,94. Gramado com nove mil habitantes a menos, tem 1.761 servidores, sendo 235 deles CCs, ao custo total de R$ 179.198.727,29. E, como sabemos, semana passada foi repassado aumento geral aos servidores na ordem de 8%, o que numa conta direta vai elevar o custo total da folha de imediato para R$ 193,32 milhões.
Reflexões
Estes números apresentados acima sobre as gestões de Canela e Gramado são oficias. Apresentados ao público nas prestações de contas dos municípios. A coluna está a comentá-los durante este ano exatamente por ser ano eleitoral, para que os novos mandatários que chegarão na virada do ano se atentem.
Quilométrico
Como nossa nação tem poucos problemas para se preocupar, a discussão gira em torno dos móveis do Palácio do Alvorada, residência do Presidente do Brasil, desde 1958, quando Juscelino Kubitscheck foi morar lá. Quando entrou o atual presidente, preso por quase dois anos por corrupção, entre 2018 e 2020, Lula inventou a narrativa de que 261 itens haviam sido subtraídos pelo ex-presidente Bolsonaro. Por isso criaram uma maneira de comprar novos móveis de forma emergencial, sem licitação. Mas, agora que está todo pago o novo mobiliário, os antigos móveis reapareceram. Tudo bem que o Palácio tem 7 mil m², mas os móveis não se tornaram invisíveis. Veja a lista dos móveis comprados pelo Lula e sua digníssima esposa, com o teu dinheiro:
• 1 cama de R$ 42,2 mil;
• 1 mesa para almoço de R$ 36,3 mil;
• 8 cadeiras em madeira maciça por R$ 3,5 mil cada;
• 1 buffet por R$ 62 mil;
• 1 sofá por R$ 31,6 mil;
• 1 sofá por R$ 65,1 mil;
• 1 poltrona por R$ 29,4 mil;
• 1 poltrona por R$ 19,2 mil;
• 1 poltrona por R$ 25,4 mil;
• 2 mesas de cabeceira por R$ 15 mil cada;
• 1 colchão por R$ 8,9 mil.