O Jornal Integração está chamando todos os presidentes de partidos de Canela e Gramara para esclarecer como estão as articulações e encaminhamentos para o pleito de outubro. São 21 partidos habilitados para as eleições 2024, onze em Gramado e dez em Canela. Nesta fase da eleição os presidentes são os protagonistas, eis que buscando filiações dispostas a concorrer, sendo que o prazo para legalizar estas inscrições é o dia 05 de abril.
Todos os dias às 8h15, um deles fala à larga audiência do Integração, com transmissão ao vivo pelo Facebook e repercussão geral nos meios digitais do Jornal e no impresso de sextas-feiras. A estreia foi terça-feira passada, com o presidente do MDB de Canela, Ademar Savi; na quarta veio o Cícero, do MDB de Gramado e ontem o André Caliari, do Republicanos de Gramado.
O resumo dos entrevistados de Canela o leitor vai encontrar na coluna Direto da Redação, assinada por Fernando Gusen, lá no fundo do jornal. Já os destaques de Gramado serão repercutidos por aqui mesmo, na Livre Expressão. Confira os próximos entrevistados:
Hoje – Francisco Pedroso, PT de Canela
Segunda – Jerônimo Rolim, PDT de Canela
Terça – Coronel Carvalho, PL de Gramado
Quarta – Marcelo Drehmer, Republicanos de Canela
Quinta – Margarete Tegner, PSDB de Gramado
Sexta – Sid Silveira, PSD de Gramado.
MDB sem fronteiras ou porteiras
O presidente do MDB de Gramado reconheceu os erros de condução do partido que levaram a segunda maior força política, histórica rival do PP, a decadência. Desde o ano 2000, a sigla tem prestado apoio ao PDT em três das cinco campanhas, deixando o 15 de lado, esmorecendo a militância. E quando venceu a eleição com o 12 em 2016, não conseguiu executar seu plano e dar espaço aos seus filiados, mesmo tendo a cadeira de vice-prefeito.
Já para a eleição deste ano a dificuldade é aumentada em razão de que Evandro Moschem, que foi o vice-prefeito de 2017 a 2021 e que concorreu pelo MDB a prefeito em 2020, conquista mais de 37% dos votos, não quer mais participar. Assim o MDB teve de buscar no PT alguém disposto a concorrer a prefeito, o vereador Professor Daniel. Mesmo assim, Altreiter acredita no poder de regeneração do MDB e na vitória nas eleições. “O MDB sempre é assim, ele se reinventa e se regenera quando é hora”, acredita.
Na entrevista, Cícero destacou as qualidades do Professor Daniel, dizendo ser de família tradicional emedebista, que apenas escolheu concorrer pelo PT em algum momento. Também que ideologicamente não é radical em seus posicionamentos. Para vice dele ainda não há definição. Mesmo assim, a chapa para a majoritária ainda está completamente aberta. Altreiter não descartou nem mesmo a entrega da cabeça de chapa para sigla que venha se juntar, e não fez restrições, podendo ser de qualquer partido de oposição ao atual governo do PP, sendo os prováveis: PT e PCdoB, PDT e PSDB.
Para a Câmara de Vereadores o planejamento do MDB é completar os 10 candidatos e eleger dois. Se for três é surpresa agradável e se for só um é decepção, segundo explicou. Os nomes ainda estão sendo buscados.
Quanto ao papel relevante da oposição para a boa democracia, Cícero disse ter certeza, quase certeza, de que se tivesse sentado com o prefeito e negociado uma participação do MDB no governo em troca de cargos, teria conseguido, mas que ele e os demais vereadores eleitos pela sigla são fiéis ao papel pelo qual foram eleitos.
Republicanos quer recuperar uma cadeira na Câmara
O entrevistado de ontem no Raio X das Eleições 2024, foi o presidente do Republicanos, de Gramado, André Caliari. Ele vem da iniciativa privada à política porque é aderente a ideia de que quando os bons calam, os maus prevalecem. O que em outras palavras também pode ser entendido como: quem quer que melhore tem que ajudar.
Embora seja pouco provável uma candidatura própria para prefeito e vice, o Republicanos tem como meta principal recuperar a cadeira na Câmara de Vereadores, por duas legislações seguidas ocupada por Manuela Costa, que não concorreu em 2020, quando faltaram apenas 32 votos para a sigla eleger um vereador. Para isso, deve completar a chapa à proporcional, com 10 candidatos. Mesmo sem a expectativa de participar de uma majoritária nesta eleição, o Republicanos tem uma linha de atuação definida com base nos temas: habitação popular; mobilidade urbana; meio ambiente e segurança pública.
Para Caliari estes temas são de fundamental importância para a manutenção e melhoria da qualidade do trade turístico, mola propulsora da economia regional. Também defende maior digitalização do setor público, para refletir em celeridade e sustentabilidade ambiental. Segundo dito pelo presidente André, o Republicanos busca sim conjuntura, mas é necessário que tais partidos sejam alinhados com os princípios do Republicanos, em outras palavras, com ideologia de direita; “E se porte como direita”, advertiu.
O mesmo ocorre para quem deseja se filiar ao partido. Para Caliari, são bem vindos: “Todos aqueles que pautam sua vida nestes princípios de direita, que é a família, liberdade de expressão, entre outros, como está bem claro no site do Republicanos10.org.br (O Republicanos é um movimento político conservador, fundamentado nos valores cristãos, tendo a família como alicerce da sociedade, preservando a soberania nacional, a livre iniciativa e a liberdade econômica, encorajando o progresso tecnológico como caminho inevitável para o desenvolvimento humano)”.
“É uma ação cívica (do Republicanos) que busca uma proximidade sim, com quem está no poder, com certeza, ajudando, ajudando a direcionar, porque ninguém é dono da verdade. Então a gente entende que é muito importante esta participação consciente na política, porque por muito tempo eu também me preocupei mais com as minhas coisas, mas chega um momento em que se percebe que você precisa contribuir”, concluiu Caliari.
Solavanco
O prefeito Pedro Bala tinha duas máximas: Uma era a de que a reeleição e sucessão, como foi de 2001 a 2017, quando o PP encarreirou quatro mandatos, é bom para evitar os ‘solavancos’ naturais de quando além de trocar o prefeito muda o partido. A outra era a de que, de vez em quando, era preciso ‘oxigenar’ a gestão. Mesmo os quatro anos de gestão ficam longos para certos setores que precisam de mudanças na linha de frente. Como é bem difícil para o gestor (prefeito) fazer mudanças de primeiro escalão no meio do mandato, sem criar rusgas maiores, muitas vezes prefere arrastar até chegar uma nova gestão.
É o que está acontecendo com o Nestor neste momento. Há oxigenação necessária, batendo à porta, mas como é ano eleitoral é melhor esperar mais um pouco. ‘Melhor’, no caso, apenas politicamente. A GramadoTur e a Secretaria de Turismo precisam urgente de oxigenação. Seja como for, mais gente, com trocas, seja como for, antes que pessoas altamente capacitadas como a Rosa Volk e o Luia paguem um preço que nem devem. Aproximar o empresariado deste setor é urgente. A Secretaria de Desenvolvimento está super-atarefada apenas com a parte da ‘inovação/tecnologia’, também não fazendo direito esta relação com o empresariado.
No caso, é necessário que reeleição signifique oxigenação, ou?
Há muitas mãos
A vinda do Instituto Nacional para Gramado é daquelas obras de fato feita por muitas mãos. A lebre foi levantada na Câmara de Vereadores e muito bem encaminhada posteriormente pelo Executivo. Como é algo, a princípio, se não deturpado na execução, muito bom, todos, Executivo e Legislativo, correram para colher os louros.
Recado
Estava marcado para segunda o prefeito participar da sessão de ‘instalação do ano legislativo’, mas justamente por ter sido chamado naquele dia para o anúncio do Instituto, feito terça pelo MEC, em Brasília, que ele não pode ir e mandou a Procuradora do Município, Mariana Reis, levar o recado da Administração. O texto da ‘carta’ do Nestor ao Legislativo, Mariana leu em um minuto. Mas o recado estava lá dentro, escondidinho: Não demorar na aprovação dos projetos e não fazer politicagem no ano eleitoral.
