REGIÃO – O sinal vermelho está ligado! Mesmo que parte da população ainda não entendeu é grave o que está ocorrendo da proliferação de casos de dengue. O alerta está sendo feito pelas autoridades de saúde e conforme disse, em entrevista na rádio Integração Digital o coordenador da Vigilância Ambiental de Gramado, José Mário: “não adianta os nossos esforços, se a população não ajuda”, enfatizou.
Os 19 casos de dengue registrados no município, conforme registro no site iede.rs.gov.br do Governo do Estado, é a principal certificação desta preocupação. A região do bairro Várzea Grande é a que mais preocupa, mas toda a cidade está recebendo visitas dos agentes. Recentemente um projeto inovador foi colocado armadilhas, conhecidas como ovitrampa em 87 pontos, como cemitérios, casas e comércio para fazer um acompanhamento dos locais de focos do mosquito.
As análises preocupam. A fêmea que normalmente colocava os ovos e em um período de sete dias para eclodir, em algumas análises já está sendo reduzida para cinco. “Temos que eliminar o criadouro. A intenção é matar o mosquito adulto e a tendência é aumentar por causa do clima. O mosquito está criando uma resistência, sofrendo uma espécie de mutação. Antes o ovo descascava com a temperatura em 25ºC, agora já está com 23ºC”, alertou José Mário.
Sobre o resultado dos cinco dias de colocação das ovitrampa, foram encontrados nos 87 equipamentos, 232 ovos, sendo que de positivos do mosquito transmissor da dengue, todos no bairro Várzea Grande. Outro ponto destacado, que em apenas uma armadilha foi encontrado 166 ovos. O coordenador, ressaltou ainda que todos os locais onde foram colocadas as armadilhas foi assinado um termo de autorização, mas infelizmente teve morador que jogou fora o equipamento, em um local onde havia focos do mosquito transmissor.
“Algumas pessoas viraram o produto fora e no caso um deles colocou fora a armadilha, justamente no bairro mais atingido que é a Várzea Grande. O proprietário não é obrigado a ficar com a ovitrampa que nós vamos buscar, mas não joguem fora. Os locais foram colocados com termo de autorização. Em um dos pontos onde o morador descartou a armadilha, próximo desta casa por meio de denúncia anônima encontramos um grande foco do mosquito transmissor da dengue, se aquele proprietário tivesse deixado intacta a armadilha, com certeza tínhamos visto a quantidade de ovos e o criadouro mais cedo”, ressaltou.
O engajamento da equipe da Vigilância Ambiental mostra os números de visitação em toda cidade. Até o dia 1º de março, a equipe de apenas sete pessoas efetuaram 6 mil visitas até o dia 1º de março e encerraram o ano de 2023, com 30 mil visitação.
“Tem que ter vontade de trabalhar e estar focados e isso temos. A nossa equipe é muito comprometida, com a causa estão sempre muito engajados. Mas este nosso esforço e investimentos para dar resultado, as pessoas precisam comprar esta ideia, a população precisa ajudar”, pontuou.
Tecnologias
Além das ovitrampas, está em andamento o projeto ‘Boca de Lobo sem Mosquito’, que tem como propósito eliminar criadouros do mosquito da dengue e o pernilongo. O projeto-piloto está sendo implementado por meio de uma parceria com a empresa PES Comércio Importação e Exportação, que doou larvicidas biológicos ao município de Gramado. Neste caso o produto é aplicado nas bocas de lobo com o objetivo de quebrar o ciclo reprodutivo dos mosquitos. Outra ação utilizada é o borrificador nas ruas, onde um equipamento é colocado na carroceria de uma camionete, uma espécie de spray que vai passando pelas ruas.
Além disso, o coordenador da Vigilância Ambiental ressalta que está em tratativas com a 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Caxias do Sul para que Gramado receba uma capacitação sobre Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), método utilizado no controle da dengue e outras arboviroses. “Posso afirmar que somos referência na região em questão de prevenção e combate à dengue. Nossa equipe está preparada, temos a intenção de realizar um treinamento para também outros municípios”, finalizou José Mário.
Texto: Tiago Manique – [email protected].
Confira abaixo a entrevista completa. Para acompanhar no celular, clicar em OUVIR NO CELULAR.
Entrevista completa na página do Jornal Integração no Youtube.