Eduardo Leite garante não se tratar de retorno à normalidade (Foto Felipe Dalla Valle, Palácio Piratini, Divulgação)
O governo do Estado apresentou na terça, 21, um primeiro modelo do distanciamento social controlado, que deve ser adotado no Rio Grande do Sul a partir de maio. Em transmissão diária ao vivo, o governador Eduardo Leite explicou as diretrizes e ressaltou que o modelo não corresponde a uma flexibilização aleatória, a uma abertura desordenada ou a uma volta à normalidade. "O vírus não está indo embora, não está passando. Está entre nós, circulará ao longo dos próximos períodos, e vamos conviver com isso. Para isso, precisamos do apoio da sociedade para evitarmos esse volume de contágio para além da nossa capacidade hospitalar. Tudo o que fizemos até agora foi priorizando a vida, e tudo o que faremos de agora em diante será priorizando a vida", reforçou.
Na primeira fase de combate ao coronavírus, foram adotadas medidas restritivas uniformes, com a intenção de evitar que a doença se espalhasse e que houvesse um número muito alto de infectados. Passados cerca de 40 dias depois de registrar o primeiro caso confirmado, o Estado assegura ter informações sobre o comportamento do vírus. Também destaca estar munido de uma base de dados abrangente, que inclui resultados da pesquisa que vem sendo aplicada no estado, coordenada pela Universidade Federal de Pelotas, e informações do novo sistema de controle de leitos, que monitora informações, em tempo real, de 300 hospitais gaúchos.
A partir desses dados, o distanciamento social controlado se baseia em níveis de restrição, que serão aplicados conforme a região e o setor econômico. No entendimento do Executivo, as regiões apresentam diferentes velocidades de transmissão e contam com estruturas diferenciadas de atendimento. Assim, o nível de distanciamento será controlado pela capacidade de resposta de saúde e pelo comportamento da pandemia no território. Divididas em níveis de risco – baixo, médio/baixo, médio e alto –, a capacidade de resposta será constantemente monitorada, podendo ser alterada conforme a evolução de casos.
O distanciamento controlado será adotado com restrições estabelecidas de maneira específica para cada setor econômico, levando em consideração os riscos de transmissão impostos pela atividade e a importância econômica de cada um. Os setores serão divididos em seis grupos: varejo, construção, indústria e agricultura, eventos, serviços essenciais e educação.
O Executivo também definirá protocolos a serem respeitados pelos municípios e diferentes setores econômicos. As medidas incluem o que vem sendo adotado até agora – distanciamento entre as pessoas, hábitos de higiene, restrição de horários e revezamento de pessoal -, mas novas obrigações terão de ser adotadas. Os indicadores serão constantemente monitorados e uma região ou um setor pode se encontrar em um nível e, com o passar do tempo, ter de se adaptar a novas restrições, mais rígidas ou mais flexíveis.
O Estado abriu prazo, até quinta, 23, para os participantes do Conselho de Crise enviem sugestões para adoção de indicadores e protocolos. Para 28 de abril, está programada nova apresentação do modelo de distanciamento social controlado.