Zanesco e Piva compartilharam experiências e mostraram que o mundo empresarial será outro depois da pandemia do coronavírus (Foto Barbara Salvatti, Exata Comunicação/Divulgação)
Inovação é uma das palavras mais recorrentes do universo corporativo. Mas muitas percepções estigmatizaram sua aplicação ao campo tecnológico, quando, na verdade, seu uso cabe em todos os processos de produção, de venda e de relacionamentos das empresas. Fazer com que ela esteja de maneira prática no dia a dia dos negócios, ainda mais nesta época de interrogações geradas pelo coronavírus, foi um dos objetivos da live promovida pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, CIC-BG, na manhã de 20 de abril.
Na página oficial da instituição do Facebook (www.facebook.com/cic.bg), Jordano Zanesco e Vinicius Piva apresentaram cases e meios de inovar para abrir horizontes diante do atual cenário. “Inovação não é só tecnologia, ela é um dos meios. É preciso compreender o momento atual do mercado para apresentar soluções, entender qual trabalho precisa ser feito, estar perto dos clientes, fazer novas conexões”, disse Zanesco, membro do Conselho Superior da entidade e diretor executivo na Comabe.
O empresário acredita que a inovação não pode ficar restrita à empresa, deve estar presente em todo o ecossistema no qual ela está inserida – colaboradores, fornecedores, clientes, comunidade e até diante dos movimentos do governo e das instituições de crédito. “Inovar é uma questão de sobrevivência. É preciso reconhecer as oportunidades, identificar a necessidade dos clientes, eles são o foco. Se fizermos isso, há uma grande oportunidade de sairmos fortalecidos. A única certeza de errar é ficar parado. Mas é importante agir de forma responsável. O momento de hoje não é o mesmo do passado, se fizermos as mesmas coisas, não vai dar certo”, disse.
Piva reforçou que não há receitas prontas, nem certo ou errado. “Não há métodos perfeitos, não podemos ter medo de arriscar. Existem algumas ferramentas e situações que podem ser replicáveis a qualquer negócio”, comentou o diretor do CIC-BG na área de Inovação e Tecnologia. Ele citou o caso de um grupo de feirantes que foi impedido de comercializar seus produtos devido à pandemia. Logo criaram um grupo de WhatsApp para poder comercializar frutas e hortaliças. “Existem muitos momentos que podemos aproveitar para encontrar novos caminhos de venda e criar conexão com os clientes”, disse.
Dicas práticas
Diversas ações surgem como medidas válidas para as empresas manejarem sua sobrevivência em tempos de adversidade. Exemplo é a busca por renegociações para manter o fluxo de caixa – uma prática salutar, mas que requer a ciência de que, do outro lado, a situação é a mesma. Por isso, o assunto tem que ser tratado com ética e parceria.
Outra dica é a mudança da cultura empresarial. Jordano Zanesco utilizou o exemplo da Comabe para falar sobre as inovações neste tempo de pandemia, aplicadas a partir de perguntas que envolveram todo o ecossistema do negócio. “Levantamos questionamentos e a própria equipe da empresa nos respondeu, com as ações necessárias para a retomada. Também ouvimos o mercado, os clientes, as entidades e construímos o caminho”, conta.
Alguns insights importantes para encarar o período são atenção ao fluxo de caixa, foco no cliente, colaboração entre empresas, responsabilidade social e disposição para mudar de ideia. “O trabalho remoto, por exemplo, passou a fazer parte da rotina de muitas empresas que até então não a consideravam como possibilidade. O home office gerou uma grande oportunidade. A realidade do trabalho em uma empresa nunca mais vai voltar a ser como era antes”, completou Zanesco.