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Valores alto dos aluguéis e venda de imóveis é desafiador para o trabalhador

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CANELA – Por mais que os loteamentos estão em processo de regularização no município, a carência ainda é grande na área habitacional. Nesta semana, o Governo Federal, por meio do Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (CCFGTS) decidiu aumentar o subsídio para habitação popular do Minha Casa Minha Vida (MCMV), reduzir a taxa de juros para famílias de baixa renda e corrigir o valor dos imóveis que podem ser financiados com as regras do programa.

Sobre a Prefeitura de Canela aderir ao programa, ainda não tem um projeto concreto. Em fevereiro, o prefeito Constantino Orsolin esteve em Brasília buscando informações junto ao ministro das Cidades Jader Filho de como viabilizar esta parceria.

Mas a realidade é outra e de momento nada animador para a maior parte dos trabalhadores. Um dos fatores que prejudica o acesso a moradia digna se dá pelo rendimento mensal. As duas maiores economias do município, comércio e turismo o salário base é de R$1.711 e R$1.632,40, respectivamente.

O IBGE ainda não divulgou o resultado completo do censo deste ano, mas a última atualização de 2010, aponta que Canela possuía 2.264 moradias de aluguel e 1.468 unidades cedidas de forma gratuita por familiares ou empregadores o que totaliza 3.732 residências. No mesmo ano, o número de imóveis próprios era de 9.911 com uma população de 39.229 pessoas. Para este ano o número de habitantes em Canela estimada é de 53 mil. “Difícil dizer se estes números dobraram ou o número pode ser maior ainda em relação ao último censo, mas empiricamente, vemos que teve muita migração para Canela, especialmente nos últimos anos”, disse Luís Bento Dalcortivo Junior, coordenador de Área da Agência do IBGE de Canela.

O presidente do Sindicato da Gastronomia e Hotelaria de Canela Enedir Barreto, citou da preocupação com a realidade vivenciada pela maioria dos trabalhadores e citou que os preços praticados em aluguéis e venda de imóveis é fora da realidade local.

Foto: Tiago Manique/JIH – Enedir Barreto demonstrou preocupação com a atual situação

“São situações graves onde vivenciamos a cada dia. Soluções deverão ser tomadas imediatamente. Uma a mais longo prazo será a construção de moradias populares, tanto em Canela como em Gramado. Acredito que com o programa Minha Casa Minha Vida, seria o começo. Outra solução que poderá ser imediata, seria a valorização dos pisos salariais, com alguns benefícios visando a contemplação de auxílio moradia, entre outros, tendo em vista que vivemos numa região turística reconhecida  nacional e internacional e acabamos pagando preços de turista”, alertou.

A preocupação é confirmada em números. Conforme pesquisa da reportagem do Jornal Integração em site de imobiliárias locais, moradias consideradas básicas com sala, cozinha, dois quartos a área de serviço a média do aluguel ficou em R$ 1.650, sendo que muitas moradias, ainda tem o acréscimo de condomínio e IPTU, além da energia elétrica e água. Se for buscar adquirir um imóvel próprio, o mais viável encontrado é de R$ 250 mil, no bairro São Luiz. Terrenos são encontrados em uma média de R$ 200 mil.

Foto: Tiago Manique/Arquivo – Corretor de imóveis Gilberto Tegner avaliou os preços praticados

Consultado sobre este tema, o corretor de imóveis Gilberto Tegner explicou que esta situação de dificuldade para que trabalhadores com renda menor adquiram terrenos não terá apenas uma resposta, pois deriva da conjugação de vários fatores.

“Um fator que podemos citar é a valorização da nossa região, falando especificamente de Canela e Gramado, onde um lote 12 m x 30 m = 360 m2, com documentação totalmente regularizada fica na faixa mínima de R$ 200 mil e podemos dizer que nestes valores, além de termos poucas unidades, são aquelas mais afastadas do centro e em bairros com a menor infraestrutura. Para tentar atender este público lançaram alguns lotes com área menor, (8 m x 16 m = 128 m2), visando este público. Como a procura é muito grande para este produto,  o preço subiu rapidamente e hoje estes lotes, hoje, giram na faixa de R$ 150 mil, as poucas unidades que ainda restam”, analisou.

Sobre os valores elevados, Tolão como é conhecido o profissional, alertou também que com isso, eleva a procura por aluguel com preços elevados e a falta de um local adequado para morar, cresce as habitações em locais irregulares.

“Se somar lotes caros com a dificuldade de financiamento, teremos uma corrida ao aluguel residencial. Se novamente conjugarmos oferta e procura, teremos a subida dos preços dos aluguéis, pressionando novamente este público. Com este cenário, criam-se as condições perfeitas para os loteamentos clandestinos ou irregulares, que ofertam lotes mais baratos e infelizmente a população está caminhando nesta direção, pressionando em um segundo momento o poder público para que “regularize” estas questões. Sem planejamento, não conseguiremos resolver este problema”, concluiu.

Habitação e aluguéis

O vereador Alberi Dias (MDB) vem abordando a situação de moradias populares no município. Recentemente na Câmara de Vereadores fez uma indicação para que a Prefeitura de Canela destine uma área pertencente ao poder público localizada atrás do Posto de Saúde do Canelinha para a criação de habitação.

“Canela tem esta necessidade e o local é viável para um condomínio habitacional. Tem estrutura próxima, como posto de saúde, escolas, transporte, mobilidade urbana tem tudo. Temos que parar de colocar pessoas pobres no meio do mato”, indicou. No entanto, quanto a este local, o secretário de Assistência, Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação Arthur Pacheco, disse para a reportagem do Jornal Integração que a Prefeitura estuda outro projeto para o local.

Nesta semana, o vereador Carlos Oliveira (PDT) que assumiu a vaga ocupando o cargo do colega de partido Jone Wulff, que está de licença por questões de saúde se manifestar sobre a questão habitacional. Ele ressaltou sobre a média salarial dos trabalhadores que inviabiliza, além de pagar aluguel assumir um financiamento.

“Atualmente com imóveis entre R$ 200 e R$ 300 mil, como que uma família vai conseguir comprar. Mesmo que o casal trabalhe, pagando aluguel e outras despesas não tem como conseguir um financiamento, vai trabalhar e lutar e não conseguir. É necessário um projeto político habitacional. Canela é caro para morar, é uma exploração do diabo”, disparou.

A reportagem do Jornal Integração está preparando uma matéria especial sobre o tema habitação em Gramado para os próximos dias.

Foto: Câmara de Vereadores de Canela/Divulgação – Vereador Carlos Oliveira (PDT)

Texto: Tiago Manique – [email protected].

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