A sessão extraordinária convocada pela Câmara Municipal de Caxias do Sul para votação do processo de impeachment do prefeito Daniel Guerra (Republicanos) segue com ritmo lento neste sábado (21). Na sexta-feira (20), quando a sessão se iniciou, pouco depois das 9h, a procuradora-geral do Município e defensora do prefeito, Cassia Kuhn, solicitou que fosse feita a leitura integral da peça processual, com 3.969 páginas.
Desde então, os vereadores têm se revezado na leitura do processo. A sessão não pode ser interrompida, sob pena de recomeço dos trabalhos, conforme rege a legislação. Assim, os parlamentares seguem na leitura do texto. Até a publicação desta, os parlamentares liam a página de nº 2.267. Restavam, portanto, 1.702 páginas. A tendência é que a leitura seja encerrada no domingo (22).
A seguir, começa a segunda fase da sessão extraordinária, na qual os defensores de Guerra terão até duas horas para manifestações. Depois, os vereadores terão até 15 minutos cada um para discursarem, entretanto, estima-se que nem todos ocuparão o tempo ou irão fazer algum comentário. Em seguida, começará efetivamente a votação individual de cada uma das quatro denúncias do processo. Para que haja a cassação do mandato, são precisos 16 votos favoráveis em apenas uma das votações. Ao todo, 23 vereadores podem votar.
Até o momento, a sessão já dura 35 horas ininterruptas. Os parlamentares têm se revezado para manter o quórum no plenário. A defesa do prefeito aguarda resultado de liminar que foi impetrada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. O documento pede que a sessão seja suspensa imediatamente. Outra constante na sessão extraordinária é a plateia que exibe faixas em apoio e contrárias ao chefe do Executivo.
Na tarde deste sábado, um caixão com a fotografia de Daniel Guerra foi levado, fato que gerou um princípio de confusão entre os manifestantes.