Maioria dos investimentos feitos em 2019 foi com recursos próprios (Foto Julio Soares, Divulgação/Banco de Dados)
Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), divulgada nesta segunda-feira (16), revela que 78,2% dos empresários entrevistados pretendem investir, especialmente na aquisição de novas máquinas e equipamentos, além da manutenção e da atualização daqueles em uso, com o objetivo de melhorar o processo produtivo. No ano que está findando, o índice apurado é de 64,4%, levemente acima de 2018, que somou 63%. "Os resultados, tanto de 2019 quanto da perspectiva para 2020, acompanham o desempenho da economia nacional. Contando com a expectativa de crescimento, espera-se um quadro mais favorável para os investimentos industriais gaúchos no próximo ano", afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Neste ano, 53,3% das empresas conseguiram cumprir a meta e realizar os investimentos, principalmente em aquisição de máquinas e equipamentos, conforme o planejado inicialmente, o maior patamar desde 2013, e 14,1 pontos percentuais acima de 2018. Segundo os empresários consultados na pesquisa, a reavaliação da demanda doméstica e o aumento inesperado do custo previsto foram os principias motivos para a realização parcial ou o adiamento dos investimentos planejados, mas a grande dependência por recursos próprios também comprometeu.
Apesar da queda da taxa de juros, o sistema financeiro nacional pouco contribuiu para a realização dos investimentos das empresas e grande parte do valor foi, novamente, financiada com recursos próprios: 75,7%, em média, do total. "As dificuldades enfrentadas pelo setor industrial continuam limitando investimentos. O acesso ao crédito, embora tenha melhorado, permanece difícil, enquanto a ociosidade e a incerteza diminuíram, mas ainda se mantêm elevadas", explica Petry, acrescentando a piora no mercado externo como outro obstáculo apontado pelos empresários gaúchos.
MAIOR NÍVEL EM OITO ANOS
De cada 10 empresas, quase oito pretendem investir em 2020. Se confirmado, deverá ser o maior nível desde 2013, que somou 80,8%, e 13,8 pontos percentuais acima do efetivado em 2019. Nos dois últimos anos, o resultado concreto do período corrente foi bem inferior ao projetado pelas empresas no ano anterior (-9,2, em 2018, e -7,4 pontos percentuais, em 2019), devido, em grande parte, à incerteza que dominou o cenário político-econômico no período.
De acordo com os empresários que responderam à pesquisa, o investimento em maior competitividade deve continuar sendo a principal razão para a indústria gaúcha no próximo ano. Como neste ano, 43,2% das empresas deverão manter o foco de seus investimentos na melhoria do processo produtivo atual. A manutenção da capacidade produtiva recebe 17,6% das respostas, bem superior aos 11,5% de 2019. A introdução de novos produtos, com 16,2%, é o terceiro maior propósito dos investimentos para 2020, mantendo-se em patamares de importância similares a este ano.