Por Eno Weber
O canelense Marco Aurélio Alves no encontro do “Café de Homens” da Comunidade Evangélica – IECLB no último sábado dia 21, conseguiu passar aos presentes uma verdadeira aula de informações, posições e vivências decorrentes de sua carreira profissional e experiências vividas em administrações públicas por onde passou. Marco Aurélio, que é psicólogo, trabalhou 22 anos como secretário em diversas pastas no município de Tramandaí. O tema proposto para o encontro era a “Identidade Cultural e o Turismo em Canela”. Ficou uma certeza, quem enfrentou o frio daquela manhã foi recompensado com acréscimo de conhecimento e sabedoria, mercadorias com pouco uso e disponibilidade no mercado. Seguem algumas colocações tiradas do contexto:
“Sempre trato de lembrar das minhas raízes em Canela. Nunca esqueço.”
“Uma cidade tem três características: é um local de serviços, um espaço de convívio, e uma oportunidade de trocas.”
“Cidade que não oferece oportunidades, termina gastando rios de dinheiro em segurança.”
“Tramandaí tem, atualmente, 687 familiares de detentos residindo em seu território.”
“Anos atrás, Tramandaí tinha 57 artesanatos, hoje tem 9, mas está cheio de lojas tipo R$ 1,99, porem a cidade está toda asfaltada. O índice de violência é assustador”.
“Arte é uma das ramificações da cultura. Os costumes canelenses vão se perder.”
“Canela é um dos raros municípios que não tem o seu museu. A memória não interessa.”
“Daqui um pouco alguém terá que vir e ensinar a cuidar de nossa história.”
“Não quero manter as coisas como eram, mas quero respeito”.
“Nunca houve tanta gente doente como agora durante a pandemia.”
“O bairro Santa Marta é o mais violento do Rio Grande do Sul. Nove mortos em 2022”.
“Engana-se quem pensa que estamos criando um paraíso de cidade.”
“Quando o turista chega aqui, quer consumir o que o canelense gosta, a sua cultura.”
“Não temos necessidade de 90% das coisas que usamos e temos.”
“Quando o sujeito está mal emocionalmente, ele causa prejuízo a toda a sociedade.”
“Eventos culturais são pouco frequentados em Canela. O canelense participa cada vez menos, se distancia.”
“Em eventos recentes aqui na Serra, 70% dos artistas não eram nem de Canela nem de Gramado”
“Pensar sem diagnóstico é um erro. E em Canela isto não é praticado. Nada tem diagnóstico”.
“Hoje nós somos o que Gramado não quis ser.”
“A expectativa de vida do canelense é de 76 anos. A média salarial situa-se na faixa de 1.5 salário mínimo.”
“Em 2020 tivemos 1069 ocorrências policiais. São números de uma cidade violenta.”
“De 207 casos de violência contra a mulher, 90 aconteceram na Santa Marta.”
“Os idosos, normalmente, não registram casos de violência que sofrem, pois são cometidos pelos netos e filhos.”
“Não vivemos num paraíso. Parece, mas não é.”
“Os traficantes são mais influentes e poderosos que empresários e autoridades…”
RÁPIDAS E SELECIONADAS
- Esta semana lembrei-me de uma aposta de brincadeirinha que fiz com um amigo e correligionário sobre o alargamento do passeio de uma quadra da rua Felisberto Soares em frente a Catedral de Pedra. Disse que a pequena obra não ficaria pronta até junho. Pois tudo indica que vou ganhar o cafezinho.
- Neste mês de abril foi repassado ao HCC um total de R$ 2.017.273,00, oriundos do município, estado e governo federal. Com o IPTU, a Prefeitura arrecadou, também em abril, R$ 1.601.000,00.
- Neste dia 23, completaram-se 59 anos do falecimento precoce de Fernando Ferrari aos 42 anos de idade, em decorrência da queda de aeronave, próximo ao Morro do Chimarrão em Torres RS. Um dos mais promissores políticos daquela geração. Filiado ao PTB, na época, presidido por Brizola, obrigou-se sair do partido e fundar o MTR para buscar seu espaço político. Concorreu a vice-presidência da República.
- Mesmo sendo médico cirurgião, encontrava disponibilidade de tempo para atividades comunitárias. Na escola Cenecista como professor, para fazer e ensinar teatro, karatê, atividade onde foi um dos precursores. Assim agiu durante anos o Dr. Esmeraldo Mendes Pereira falecido há 34 anos, completados neste dia 25.
“Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro”.
Sigmund Freud