Para Bohn, aceleração da economia depende da aprovação das reformas (Foto Marcos Nagelstein, Agência Preview, Divulgação)
Baixa inflação, recuperação lenta e ajuste fiscal inacabado marcaram 2019, um ano que teve, ainda, a transição dos governos estadual e federal impactando diretamente o cenário econômico. Para o setor de comércio e serviços estas condições representaram crescimento relativamente baixo e constante, conforme análise apresentada pela Fecomércio-RS em coletiva de imprensa na quarta-feira (4/12).
Para o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, a recuperação da economia brasileira e gaúcha passa pela manutenção das agendas de reformas já adotadas pelos poderes Executivos. "O ano de 2020 continuará sendo pautado por reformas estruturais. Se quisermos ter um crescimento mais acelerado, precisamos criar condições para isso, o que passa por um setor público equilibrado e com maior produtividade, por ordenamentos jurídicos pró-crescimento, privatizações e abertura econômica", defende.
Ao longo do ano, o mercado de trabalho formal apresentou melhora, porém, ainda em ritmo lento. Nos últimos meses de 2019, a massa de rendimento real voltou a crescer, principalmente em função da elevação da população ocupada, que atingiu 94 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro. A inflação atual baixa deve permanecer assim em 2020.
Desafios econômicos para 2020
No entendimento da Fecomércio-RS, o próximo ano será marcado por importantes desafios econômicos, como a PEC emergencial para a contenção de gastos, privatizações, PEC do pacto federativo e a Reforma Tributária. Estes temas devem marcar o ano de 2020, com amplas discussões no Congresso Nacional e na sociedade brasileira. "Passada a Reforma da Previdência, cabe ao governo seguir sua agenda de reformas estruturais. No entanto, para que a sociedade compreenda sua importância e apoie as medidas é fundamental que os governos, tanto federal quanto estadual, utilizem-se de mecanismos de comunicação claros, objetivos e convincentes", observa o presidente Luiz Carlos Bohn.
Entre os desafios relativos à abertura da economia estão a redução tarifária, unilateral se necessário, e a evolução do acordo do Mercosul com a União Europeia. No aspecto regional, a aprovação do pacote de final de ano; a privatização das estatais, já aprovadas em 2019; a manutenção do orçamento congelado e a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. Conforme projeção da entidade, a arrecadação nominal do ICMS vai superar a de 2018 (R$ 34,8 bi), mas deve mostrar perda real.
A Fecomércio estima, ainda, crescimento do PIB nacional em 2,4% e estadual em 2,6%. Para o comércio, a projeção é de 2,5% e dos serviços de 2%. A inflação medida pelo IPCA deve ser de 3,9%, os juros devem ficar em 4,25% e o câmbio chegar a US$ 4,37.